Mais da metade dos natalenses pretende ir às compras de páscoa neste ano. A pesquisa de Intenção de Compras para a data comemorativa realizada pelo Instituto Fecomércio Rio Grande do Norte aponta que o índice avançou de 39,2% para 53,5%, na comparação entre 2021 e 2022 na capital. Em Mossoró, apesar do percentual ser menor (48,4%), também houve aumento da intenção de compras em relação ao ano passado (43%).
O ticket médio entre os consumidores das duas cidades se diferencia. Em Natal, o valor será de R$ 97,66, aumento nominal de 6% em relação ao levantamento feito no ano passado, o qual havia sido de R$ 92,15. Já em Mossoró, o valor deve ficar em R$ 87,65, valor 2% menor nominalmente do que o registrado no ano passado (R$ 89,40).
São pessoas como a dona de casa Maria da Conceição, de 37 anos, que, apesar de ainda não saber quanto irá gastar na data já está de olho no preço dos chocolates. Esses produtos (ovos, bombons, tabletes) são os preferidos por mais de 96% daqueles que disseram que vão gastar na páscoa desse ano, presenteando, pela ordem de preferência, filhos, companheiros, sobrinhos. Conceição relatou que, em razão dos altos preços, prefere investir em outras prioridades e não focar apenas nos tradicionais ovos de páscoa.
“Por enquanto, estou olhando por alto. Ainda nem pensei no quanto devo gastar. Acho que chocolate hoje é um privilégio. Talvez eu compre alguns para o meu filho, sobrinhos e afilhados. Mas, está tudo muito caro. Tenho outras prioridades”, afirmou, ao revelar que, se optar pelas compras, deverá trocar o ovo de páscoa por chocolate”, disse ela, ao passar pela parreira de ovos de um supermercado no Alecrim, zona Leste de Natal.
Ela está no grupo dos 59,5% de consumidores de Natal que vão considerar principalmente as ofertas/promoções na hora da compra e dos 72,8% que estão pesquisando os melhores preços. Entre os mossoroenses, 53,5% também estão de olho nas promoções e 60,5% nos preços. A marca dos produtos é considerada por 29,2% em Natal e 19,8% em Mossoró.
Neste período que remete à paixão e morte de Jesus Cristo e que traz o sentimento de comoção, especialmente nos cristãos, se reflete no comportamento dos consumidores. O afeto pelas pessoas é apontado por 50,7% dos natalenses que querem presentear na páscoa. Também é a motivação de 41,9% dos mossoroenses.
Na capital, os shoppings serão os locais preferidos para comprar (48,6%) e em Mossoró, o comércio de rua lidera a preferência (50,2%). O público também difere quanto à forma de pagamento, em Natal, a maior parcela dos consumidores pretende pagar utilizando cartão (51,8%), sendo 33,7% no crédito e 18,1% no débito; em Mossoró, o pagamento à vista em dinheiro será a forma escolhida pela maior parte dos consumidores, 51,4%.
Apesar da previsão de crescimento nas vendas, a parreira de ovos nas lojas está menor do que nos anos anteriores e não é para menos. Nas duas cidades alvo da pesquisa, o número de interessados em gastar em 2019 foi superior, alcançando 59% em Natal e 58,4% em Mossoró.
O gerente de supermercado, Styves Peixoto, explicou que a alta no preço dos chocolates é o principal fator para a queda nas vendas de ovos e que, por isso, está havendo uma substituição por produtivos de menor valor. “Devido a inflação, os produtos estão mais caros e nós acreditamos que a venda de ovos de páscoa será menor que no ano passado. Acreditamos que o interesse vai ser transferido para os bombons que têm um preço mais popular”, disse ele.
O aumento no preço dos ovos é estimado em 15% na loja de supermercado que ele administra no bairro do Pajuçara, na zona Norte da capital. “Os preços aumentaram, mas a procura existe e os supermercadistas se preparam um mês antes, porém, é na semana da páscoa que a procura aumenta”, explicou.
A pesquisa da Fecomércio aponta que mais de 75% dos consumidores de Natal e Mossoró pretendem comprar, de fato, na semana que antecede a data comemorativa, de 15 a 17 de abril. Para o presidente do Sistema Fecomércio/RN, Marcelo Queiroz, o cenário se mostra favorável. “ Os números mostrados pela nossa pesquisa empolgam o varejo potiguar, após dois anos complicados de vendas no período da Páscoa. Ainda não chegamos aos índices de 2019, mas sabíamos que o caminho de retomada não seria numa crescente rápida”, comentou.
Entre os que afirmaram não ter intenção de presentear no período, a maior justificativa nas duas maiores cidades potiguares é a situação financeira, sendo a falta de dinheiro o argumento com maior adesão dos entrevistados (43,4%) em Natal e Mossoró (47,9%).
*Com informações da Tribuna do Norte