O pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro, ontem, que não desistiu de ter o PDT na aliança que o apoia na disputa à Presidência, apesar dos frequentes ataques de Ciro Gomes — adversário do petista na corrida ao Palácio do Planalto. O recado foi transmitido pela presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffman, após a primeira reunião do conselho político da chapa Lula-Alckmin.
“O presidente Lula fez questão de dizer que é a primeira vez que senta com o conjunto dos partidos que representam esse campo progressista, democrático, da esquerda, da centro-esquerda. Destacou que em nenhuma outra eleição teve esse conjunto de partidos, e lembrou que só falta o PDT aqui para compor esse campo totalmente”, observou Gleisi.
Nos bastidores, o PT considera que Ciro poderia ajudar Lula a derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno caso desistisse da candidatura presidencial, estacionada há meses no terceiro lugar — como mostram as pesquisas de intenção de voto. O pedetista, porém, já afastou a hipótese de desistir.
Apesar de defender o nome de Ciro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, já admitiu que “cada estado tem sua peculiaridade” na corrida ao Planalto — dando a entender que há possibilidade de compor com Lula e o PT. Questionada a respeito, Gleisi foi enfática ao salientar que “a gente tem que ter respeito com a candidatura alheia”.
“Até andaram dizendo que o PT estava pressionando o PDT. Não é verdade. Obviamente que nós gostaríamos de ter o PDT nesse campo. Não sei qual vai ser, se a candidatura do Ciro vai continuar até o fim ou não. Isso é uma decisão que cabe ao PDT tomar”, afirmou.
O aceno ao partido de Ciro vem no momento em que ele tem subido o tom dos ataques a Lula e ao PT. As críticas têm virado munição para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, nas redes sociais, para tentarem desgastar Lula e Alckmin.
*Com informações do Correio Braziliense