Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal – [email protected]
Divulgada nova pesquisa eleitoral no RN para as eleições de 2022. Os números animam uns, desanimam outros.
Na verdade, não deveria ocorrer uma coisa, nem outra.
Ninguém está eleito, com um percentual apurado superior a 50% de “indecisos”, “nulos” e “brancos”.
A pesquisa é uma fotografia, que mostra a realidade em certo momento, podendo mudar.
Sou defensor da pesquisa como instrumento científico, salvo se alguma evidencia demonstrar vícios.
A ciência política considera dois efeitos básicos das pesquisas: o “bandwagon effect”, do tipo efeito vagão, ou seja, o movimento em direção a quem está na frente.
Esse efeito, quando próximo da votação se baseia na ideia de que as prévias eleitorais induzem parte significativa parcela do eleitorado votar no candidato que está à frente nas pesquisas, com mais chances de vitória, contaminando a opinião pública e distorcendo o curso natural dos resultados.
Outro efeito é “underdog effect”, – a tendência do voto no candidato que está nas últimas colocações, a “zebra”.
Não existe certeza sobre a medida exata em que esses efeitos influenciam o voto do eleitor.
Mas eles existem.
Por outro lado, mesmo sem má fé, há que ser considerada a hipótese da existência de erros potenciais relacionados à maneira como as pesquisas são realizadas, incluindo o método de seleção de quem responderá as perguntas e o modo como as entrevistas são realizadas: presencial, telefone ou internet, ou se são conduzidas por um entrevistador, ou auto administradas.
Um dado importantíssimo para a confiabilidade dos números apurados nas pesquisas é o fato da opinião pública ter conhecimento de que o nome pesquisado seja realmente candidato.
Esse fator favorece nas primeiras pesquisas quem já venha anunciando o nome há tempo, como é o caso do deputado Rafael Mota que desde 2021 diz pretender disputar o senado.
Rogério Marinho e Carlos Eduardo são pré candidatos potenciais há mais tempo.
No caso, o meu nome é o único que entrou na disputa há menos de um mês.
Quem se candidata terá que ter paciência e esperar a maturação do seu nome. Romeu Zema, atual governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, iniciou a sua campanha em 2018 em último lugar nas pesquisas, sem apoio de nenhum prefeito dos mais de 800 do seu estado.
Ele confiou na sua história e propostas e ganhou a eleição dizendo:
“Sou ciente de que serei a zebra da história. Sou eu com meu celular e é assim que nós vamos”.
O que se conclui é que tudo está nas mãos do cidadão.
No pleno exercício da democracia, ele tem um forte papel no destino do seu país, cujo instrumento é o voto consciente.
Logo, o eleitor que exercer o seu direito ao voto – a partir de uma decisão madura, refletida e consciente – contribuirá para impedir a eleição de maus políticos e possibilitará o alcance de uma maior legitimidade no processo eleitoral.
Fiz todas essas considerações como pré-candidato ao senado pelo RN.
Estou com apenas 3% nas pesquisas.
O percentual não me intimida.
Irei à luta, sem estrutura milionária, em partido pequeno – PMB (Partido da Mulher Brasdileira) – que não dispõe de Fundo Eleitoral.
Aguardarei os resultados com humildade e tranquilidade.
Afinal, estou sem mandato há anos.
Somente tenho a apresentar um saldo de trabalho e propostas aprovadas em benefício popular, durante os mandatos exercidos.
Enfrento estruturas gigantescas de um ex-ministro de Estado, Rogério Marinho, prestigiado pessoalmente pelo Presidente da República e dois candidatos apoiados pelo governo estadual, sendo um pertencente ao tradicional grupo político dos Alves, tendo exercido mandatos de deputado estadual, Prefeito de Natal e outro também herdeiro da família do industrial João Mota Mota, cujo avô, Clóvis Mota exerceu vários mandatos, o pai deputado Ricardo Mota a mesma coisa (presidiu a Assembleia do RN) e hoje é respaldado pelo PSB e setores do PT, ambos com fartura de meios para campanha.
Luta difícil, mas não impossível.
Retornando a política, após período distante, tento dar conhecimento ao estado de que sou candidato ao senado.
Boa parcela da população não sabe, ainda.
Há comunicadores que intencionalmente omitem o meu nome, pelo desejo de humilhar e me afastar do processo.
Diante desse contexto, coloco-me como David contra Golias.
Portanto, estou preparado para tudo.
Será uma luta em defesa de princípios e propostas.
Ganhar ou perder fará parte do processo.
O que não desejo é omitir-me, em momento traumático para o estado e o país, sabendo que tenho saúde e posso contribuir com a experiência acumulada em seis mandatos, que tive na Câmara Federal.
Desejo voltar a ser o “advogado do RN” no Congresso Nacional, como sempre fui.
Continuo confiante de que será possível alcançar a vitória em outubro
Enquanto isso, respeito as pesquisas idôneas.
Afinal, o fotógrafo não tem culpa da fotografia.