Foto: Sergio Lima/Poder 360
A pandemia fez o número de pessoas com planos de saúde no Brasil crescer 5%. O setor estava em queda desde 2015, mas a preocupação com a covid-19 aumentou a demanda. E a expectativa é que a quantidade de segurados continue subindo até o final do ano, apesar da inflação alta e do reajuste de 2 dígitos nos contratos com as operadoras.
Há 49,4 milhões de brasileiros com um plano de saúde, segundo o último dado disponível, referente a abril de 2022. O número foi divulgado nesta semana pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão responsável por fiscalizar e regular os planos de saúde.
A quantidade de segurados era de 47 milhões há 2 anos. Houve 2,4 milhões de novas contratações em relação a fevereiro de 2020, um mês antes de a Organização Mundial da Saúde declarar pandemia.
O país chegou em abril de 2022 ao maior patamar de segurados desde setembro de 2015 –eram 49,7 milhões de beneficiários naquele mês. O auge dos planos de saúde foi em dezembro de 2014, segundo a série histórica da ANS, que começa em 2011.
Em 2014, havia 50,5 milhões de pessoas com planos particulares. A expectativa do setor é superar esse recorde ainda neste ano. A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) calcula que no final do ano o total de beneficiários será de 50,6 milhões. Caso o cenário se concretize, haverá uma alta de 3,3% frente a 2021.
“Vinhamos de uma tendência de queda de beneficiários antes da pandemia. Estávamos um pouco abaixo de 47 milhões. Nos 2 anos iniciais da pandemia houve a reversão desse fenômeno com o aumento do número de beneficiários”, afirmou o presidente da Abramge, Renato Casarotti, ao Poder360 em abril.
A alta nos planos de saúde durante a pandemia foi puxada pelos contratos empresariais. A maioria dos beneficiários se concentram nesses acordos. São 34 milhões frente a 9 milhões de pessoas nos planos individuais. A quantidade de segurados em contratos individuais se manteve estável em relação ao começo da pandemia.
Em maio, a ANS autorizou o maior reajuste nos planos de saúde individuais e familiares da série histórica, que começa em 2000. As operadoras poderão aumentar o preço dos contratos até 15,5% para o período de maio de 2022 a abril de 2023.
O cálculo para o reajuste tem 80% do peso para as despesas assistenciais e 20% para o IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor) no período.
Em 2021, o reajuste foi negativo em 8,1% por conta da redução das despesas assistenciais em 2020. No 1º ano da pandemia, procedimentos eletivos foram suspensos, o que levou à redução das despesas médico-assistenciais.
O reajuste dos planos individuais e familiares são definidos pela ANS, ao contrário de planos por adesão e empresariais. Nesses planos, o reajuste é definido conforme operadora. Dados da agência, até fevereiro de 2022, mostram que o reajuste médio dos planos coletivos foi de 8,43%.
Via Poder 360
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