Agora RN – “O Cidadania não vota em candidato bolsonarista. Isso é uma posição clara no Rio Grande do Norte e em nível nacional. E quem for do time de Bolsonaro, a gente está fora e não vamos acompanhar”, afirmou o presidente estadual do Cidadania, Wober Júnior. Ele comentou que durante as convenções partidárias a legenda, independentemente da formalização da federação com o PSDB, não apoiará candidatos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele defendeu que se mantenha a neutralidade com relação à chapa majoritária, sem apoiar oficialmente nenhum dos pré-candidatos que atualmente estão postos na disputa pelo governo do Estado.
“O que a gente quer construir é uma posição consensualizada, se prevalecer essa opinião do PSDB de não fazer opção clara por um candidato, porque eles têm divergências internas, irei defender essa composição. O Cidadania não vota em candidato bolsonarista. E quem for do time de Bolsonaro, a gente está fora e não vamos acompanhar”, enfatizou.
No entanto, o presidente estadual do Cidadania reconheceu que a decisão dos rumos caberá ao PSDB devido a maioria de 70% da federação. Porém, garantiu que o partido não apoiará nenhum candidato que esteja ao lado de Jair Bolsonaro.
O PSDB tem a maior bancada na Assembleia Legislativa, com 12 deputados e terá papel importante na eleição. Entretanto, a divisão entre o posicionamento político dos parlamentares pode fazer com que o tempo de propaganda política de Rádio e TV da legenda não vá para nenhum candidato ao governo do Estado e ao Congresso Nacional.
Metade dos deputados estaduais tucanos apoiam a governadora Fátima Bezerra (PT): o presidente da legenda, deputado Ezequiel Ferreira, os deputados Kleber Rodrigues, Ubaldo Fernandes, Dr. Bernardo, Albert Dickson e Raimundo Fernandes. Por outro lado, fazem oposição a administração da petistaos deputados Galeno Torquato, Getúlio Rego, Gustavo Carvalho, José Dias, Nelter Queiroz e Tomba Farias.
De acordo com Wober Júnior, mesmo que o Cidadania tenha uma posição contrária ao que o PSDB, o partido durante a convenção vai colocar a posição contrária. “Mas, de antemão, sabemos que não temos votos suficientes para fazer vingar o posicionamento defendido pelo Cidadania. Eles têm maioria absoluta. A proporção é que o PSDB tem70% do colegiado e nós temos 30%, então é desigual”, pontuou.
E continuou: “o Cidadania do Rio Grande do Norte não vai votar no candidato de Bolsonaro, nós vamos votar contra. Vamos trabalhar para derrotar Bolsonaro. O Cidadania não acompanha a posição do PSDB, no caso de apoiar um candidato bolsonarista, porque nós achamos que Bolsonaro é a negação de tudo o que é de bom na política, negação de um governo que tenha planejamento estratégico, negação das instituições democráticas e negação das relações saudáveis com o mundo. Bolsonaro faz tudo de ruim e errado, o maior atraso que o Brasil conheceu, o pior presidente da República da história do nosso país. Além disso, do nosso ponto de vista, Bolsonaro é uma ameaça concreta em um segundo mandato as Instituições republicanas e democráticas. O Cidadania com a história que tem, não pode se aliar com ele nem com ninguém que esteja ao lado dele”, ressaltou.
Wober Júnior declarou que a federação com o PSDB ocorreu devido a semelhanças programáticas entre as legendas, mas afirmou que também houve a tentativa de diálogos com o Partido Verde (PV) e Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas que as negociações não avançaram. Ele disse que no âmbito nacional o Cidadania se beneficiou com a federação, porém no Rio Grande do Norte a legenda saiu prejudicada, pois a sigla terá apenas cinco candidatos a deputado estadual e dois a deputado federal. Porém, inicialmente, os planos do Cidadania era construir uma nominata com pelo menos vinte e cinco nomes para as eleições de outubro.
“Acho que nesse aspecto, olhando só para o coração do Cidadania, a gente foi prejudicado com essa federação. A federação foi muito boa para o partido a nível nacional, porque assegura a continuidade do nosso partido enquanto instituição política organizada, mas no Rio Grande do Norte nós estávamos trabalhando para fazer uma chapa competitiva, mas com candidatos que não tinham a densidade eleitoral iguais aos que os deputados estaduais com mandato têm. E, após a federação, houve uma revoada e com certa razão, mas a gente entendeu. O Cidadania vai apresentar dos vinte e cinco candidatos, apenas cinco a deputado estadual e dois a federal. Essa é composição estatutária foi estabelecida a nível nacional e isso está consensualizado no Estado”, explicou.
Segundo Wober Júnior, “os pré-candidatos que queriam disputar pelo Cidadania, a maioria procurou outro partido. É natural isso, nós não podemos obrigar uma pessoa que tinha simpatia política, programática e ideológica pelo Cidadania e sua história a concorrer um pleito que não tinha a menor chance de se eleger. A gente compreende e vamos reconstruir o partido após a eleição. Mas, em termos políticos a relação entre o Cidadania e PSDB é muito boa, muito saudável”, disse em entrevista à Rádio Jovem Pan News Natal.
De acordo com Waber, “os dois diretórios nacionais se reuniram e aprovaram a federação, não acontece só no Rio Grande do Norte é no Brasil inteiro. Tem problemas em alguns Estados? Tem. Mas, no Rio Grande do Norte o relacionamento com o PSDB, dirigido pelo deputado Ezequiel Ferreira, tem sido muito bom. Nós vamos constituir o colegiado da federação e dentro da proporção estatutária o PSDB terá a maioria e nós a minoria, mas isso está sendo tratado com muita harmonia e respeito”, pontuou.
As declarações do presidente estadual do Cidadania foram para a Jovem Pan News Natal.