O Rio Grande do Norte vivencia um novo momento de alta nos casos de Covid-19. Desde o fim de maio, os números epidemiológicos aumentaram consideravelmente e acenderam um alerta tanto para a população quanto para as autoridades sanitárias. A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), através de portaria, voltou a recomendar o uso de máscaras de prevenção em ambientes fechados.
A pasta atualizou os números do coronavírus nesta terça-feira 14. São 512.481 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo 667 novos casos confirmados em 24 horas.
Com relação aos óbitos, o RN tem 8.220 no total e não apresenta alta acentuada de novas mortes. Durante as últimas semanas de maio, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para a tendência de aumento de casos de Covid 19 em todas as regiões do Brasil e o Rio Grande do Norte é um dos 20 estados que apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo.
Em abril, foram notificados 616 novos casos de Covid-19 na população potiguar, enquanto o mês de maio contabilizou 1.338. Neste mês de junho, o RN já teve três dias consecutivos com mais de 400 novos infectados. Em meados de abril, o estado apresentava uma situação diferente: o cenário era de pandemia controlada efetivamente.
Na época, o professor e pesquisador Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN, disse que o cenário da pandemia no RN estava apresentando os melhores indicadores possíveis. “Estamos com menos de 50 casos por dia, isso nunca aconteceu desde o início da pandemia. Já chegamos a ter mais de 4 mil casos em um único dia”.
Para Rodrigo Silva, também pesquisador do LAIS, a curva crescente de casos era esperada, pois nos meses de inverno há um aumento natural das síndromes gripais. É previsto, portanto, que o número de casos permaneça em alta por um tempo. Além da sazonalidade, o período junino faz com que aglomerações sejam comuns, o que deve contribuir para o aumento da curva da Covid-19.
Porém, Rodrigo Silva diz que “a subida vai ser muito menos grave, e voltaremos a normalidade logo na sequência”. O pesquisador reforça que é importante a busca pela vacina. Ricardo Valentim sugere ainda a criação de novos espaços de vacinação para incentivar a imunização dos atrasados.
“O governo precisa ir até onde essas pessoas estão, vacinando no supermercado, nas feiras livres e shoppings. Uma grande parcela da população está com esquema vacinal em atraso, principalmente a terceira dose”, pontuou Valentim.