“Dentro da própria base de apoio do governo, está evidente o desconforto por contar com Carlos Eduardo Alves compondo para o Senado e Walter Alves para vice-governador. Uma família liderando importantes espaços de poder no nosso Estado, mas que sequer conseguem estar juntos em um mesmo palanque. Imagino as dificuldades futuras dessa composição”, declarou o presidente estadual do Juventude Socialista Brasileira (JSB) e vereador de Mossoró, Pablo Aires (PSB), ao avaliar a conduta da governadora Fátima Bezerra (PT) por ter optado por Carlos Eduardo (PDT), que apoiou Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno das eleições de 2018, atual pré-candidato ao Congresso Nacional com o aval do PT.
Em entrevista exclusiva ao AGORA RN, nesta segunda-feira 9, Pablo Aires destacou que, “a ideia inicial para que se chegasse a Carlos Eduardo foi a de inviabilizar que seu nome fosse uma possível candidatura de oposição. Neste sentido, se agiu rápido, já que esse ano não estamos falando de uma eleição qualquer, mas de uma união de forças para derrotar Bolsonaro em todas as representações, além da luta pela recuperação do orgulho brasileiro e de mais dignidade do nosso povo. Porém, são decisões políticas que deixam o eleitor desconfortável e confuso, especialmente, por não haver uma justificativa e nem coerência ideológica”, frisou.
Ele disse que o nome para o Senado não foi construído em conversa com a juventude, não existe um desejo popular que leve o ex-prefeito à cadeira de senador. E acredita que só tem legitimidade para representar a juventude quem de fato dialoga com ela, “e não o vejo fazer isso. Onde está, na trajetória política de Carlos Eduardo, que este representa a juventude em nosso Estado? Ao contrário, sua história política está bem distante desse público eleitor que, cada vez mais tem buscado representantes políticos com ideias inovadoras e uma política que não visa a interesses pessoais. A história dele na política se coloca de maneira contraditória nesses dois aspectos”, ressaltou.
Pablo Aires alegou que, em nenhum momento, a ala jovem do PSB no Estado, que faz parte dos partidos aliados ao PT, foi procurada por Carlos para discutir seu projeto ao Congresso, na chapa majoritária da governadora Fátima Bezerra e enxerga essa atitude do pedetista como um “risco” do candidato de “Bolsonaro” Rogério Marinho (PL) vencer as eleições.
“Não foi procurada em nenhum momento por Carlos Eduardo. Vejo, hoje, que existe um risco do candidato de Bolsonaro ao Senado ganhar a majoritária de senador e isso é um risco que não deveríamos estar dispostos a enfrentar. O eleitorado progressista do RN não se vê representado pelo nome dos Alves e nós muito menos. Rafael é um candidato de esquerda, com histórico nas lutas progressistas, é do partido do vice de Lula e vem trabalhando junto à governadora Fátima desde o começo. Acreditamos em quem sempre esteve do nosso lado”, lamentou.
Questionado se acha contraditória a governadora Fátima Bezerra caminhar de mãos dadas com Carlos Eduardo Alves e deixar Rafael Motta – que tem o desejo de ser senador de lado – já que o pedetista sempre foi opositor ferrenho do PT, inclusive tecendo duras críticas à administração da governadora, Pablo Aires refletiu que, “quando a gente analisar o histórico, Rafael tem muito mais em comum com Fátima, Lula e o projeto de desenvolvimento progressista que queremos para o nosso País, votando a favor do povo e contra Bolsonaro nos últimos quatro anos na Câmara dos Deputados. Além de tudo, o Rio Grande do Norte vem demonstrando nas últimas eleições que não acredita mais em figuras ligadas à velhas oligarquias”.
*Com informações do Agora RN