A última semana do Natal em Natal tem shows de terça-feira (4) a domingo (9) no palco montado na Árvore de Mirassol. A programação reúne atrações de vários estilos, com destaque para Circuito Musical e Banda Detroit, além de nomes como Litto Lins e Lucas Pavani.
Na quinta-feira (6), feriado municipal em Natal, o baixista Júnior Groovador comanda o “Baile do Groovador” a partir das 21h.
O Espaço Cultural Marilene Dantas ainda conta com feira de artesanato e gastronomia.
Confira a programação:
Terça-feira (4)
19h – Robson Miragem
21h – La Feme
Quarta-feira (5)
19h – Banda Detroit
21h – Orquestra Greiosa
Quinta-feira (6)
19h – Fortunato e os Jovens de Ontem (19h)
20h – Talita Yohana, Joseph Litte Drop e JxLxDx
21h – Baile do Groovador
O pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) negou ontem a possibilidade de concorrer ao Senado caso não consiga subir nas pesquisas de intenção de voto até fevereiro.
A manifestação do ex-juiz e ex-ministro é resposta a uma publicação do portal UOL. De acordo com o texto, o entorno de Moro entende que ele precisa ter um mandato no ano que vem, “seja ele qual for”.
A avaliação teria ganhado força com a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a rescisão de seu contrato com a consultoria americana Alvarez & Marsal. No mês passado, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal, pediu acesso a todas as informações relacionadas à interrupção do contrato, incluindo os valores envolvidos.
Segundo a reportagem, interlocutores de Moro teriam afirmado que o ‘plano B’ do pré-candidato seria disputar uma cadeira no Senado se terminasse fevereiro sem chegar a pelo menos 15% das intenções nas pesquisas.
Em nota, Sergio Moro afirmou ser contra o foro privilegiado e disse não precisar de mandato. “Não tenho receio de qualquer investigação, muito menos a de Ministro do TCU sobre fato inexistente”, escreveu o ex-juiz no Twitter.
A falta de calendário anual é uma reclamação constante de diversos clubes de futebol espalhados pelo Brasil. A situação é tão constrangedora e aflitiva que, após os Estaduais, dezenas de times fecham as portas no segundo semestre de cada ano. Vários jogadores, treinadores, preparadores físicos e de goleiros, massagistas, roupeiros, entre outros profissionais, ficam desempregados. No máximo, algumas equipes deixam apenas as categorias de base ativas. Chegou a hora de os dirigentes que comandam a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), através do departamento de competições, acabarem com esse pesadelo e criarem a Série E do Campeonato Brasileiro.
As competições nacionais atuais deixam de fora vários clubes de tradição de todo Brasil. Na Série A, ou Primeira Divisão, temos 20 participantes. O mesmo acontece nas Série B e C, com 20 equipes em cada uma. São 60 times nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro, com mais 64 correndo atrás do título da Série D, ou Quarta e última divisão.
Acontece que, apesar de termos 124 clubes participando das quatro divisões do futebol brasileiro, temos outras dezenas de equipes que também gostariam de ter calendário anual. E a nova competição poderia abrir a possibilidade de os interessados se inscreverem na entidade. A CBF criaria a competição, que poderia ser regionalizada para ficar mais viável e rentável, colocando em prática a Série E do Campeonato Brasileiro, e analisaria os pedidos de inscrição respeitando o ranking nacional de clubes.
Vamos pegar como exemplo o futebol paulista, onde temos os estaduais mais concorridos e rentáveis de todo o Brasil. No Paulistão, ou seja, na Primeira Divisão, dos 16 clubes participantes, apenas o Água Santa, da cidade de Diadema, não disputa nenhuma divisão do Brasileiro. E gostaria de disputar. Tem estádio, estrutura, trabalha bem nas categorias de base e adoraria ser convidado para participar da Série E do Brasileiro.
Porém, essa situação não fica restrita ao Água Santa, provavelmente um clube desconhecido do grande público. Vamos falar da tradicional Portuguesa, a Lusa do Canindé, vice-campeã brasileira de 96, que fica na capital de São Paulo. Ou até mesmo do também tradicional Juventus, da Mooca. A dupla está sem calendário nacional. O mesmo se aplica ao São Caetano, que já foi vice-campeão da Libertadores. Tem ainda o Paulista, de Jundiaí, que já foi campeão da Copa do Brasil. Sem contar XV de Piracicaba, São Bento, São José, Marília, Noroeste e Comercial, de Ribeirão Preto, entre outros.
A falta de calendário nacional não fica restrita ao futebol paulista, onde geralmente nas quatro divisões dos seus estaduais temos a participação de quase 90 clubes. Podemos espalhar essa situação para outros estados. Por exemplo, em Minais Gerais o Boa Esporte, de Varginha, e o Uberlândia, entre outros clubes de muita tradição, estão sem calendário nacional em 2022.
Em Santa Catarina, o Joinville, que fez brilhante Série D em 2021 (chegando à reta final da competição), neste ano não tem calendário nacional, e gostaria de estar em ação no segundo semestre. Da mesma forma que equipes como o Gama, do Distrito Federal, o Luverdense, do Mato Grosso, o Treze, da Paraíba, e o Imperatriz, do Maranhão.
No Rio de Janeiro outros bons exemplos de clubes sem calendário anual existem aos montes, como os tradicionais Bangu e América, que certamente gostariam de disputar a Série E do Campeonato Brasileiro e festejariam não fecharem as portas no segundo semestre. O mesmo se aplica a Boavista, Madureira, Audax Rio, Resende, que, se consultados, provavelmente também teriam interesse na competição.
O certo é que a falta de um calendário anual para diversos clubes do futebol brasileiro resulta em perdas financeiras. Além disso, deixa vários jogadores e outros profissionais que vivem do futebol desempregados, com vários estádios inativos e muitas vezes sem eventos esportivos em muitas cidades. Os times, claro, têm interesse na criação da Série E do Campeonato Brasileiro.
A CBF conhece o assunto a fundo e esboçou, em um passado recente, a possibilidade de organizar uma nova competição nacional. Porém, as providências não foram tomadas e tudo caiu no esquecimento, principalmente após a chegada da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Que o tema da Série E do Campeonato Brasileiro volte à tona, com os clubes reivindicando novos estudos, e a competição saia do papel o quanto antes. O futebol agradece, principalmente por parte das torcidas que passam a maior parte do ano sem comparecerem aos estádios para curtirem seus times do coração.
A exemplo do que vem sendo feito desde o primeiro mês de governo, folha salarial dos servidores estaduais do RN será quitada dentro do mês trabalhado
A governadora Fátima Bezerra anunciou na noite desta segunda-feira (03), em transmissão nas redes sociais, o calendário de pagamento dos servidores do Estado para o último ano de gestão, mantendo o sistema de quitação da folha dentro do mês trabalhado, com antecipação integral para os agentes das forças de segurança e dos que ganham até R$ 4 mil, e de 30% para os que recebem acima desse valor. Os servidores dos órgãos que têm arrecadação própria e os da Educação, e os 70% restantes dos que ganham acima de R$ 4 mil recebem no último dia do mês.
O ano de 2022 começa com o pagamento residual do 13º de 2021, nesta terça-feira (04), dos servidores cujos salários estão acima de R$ 4 mil mensais, prosseguirá no dia 15 com a antecipação da folha de janeiro e terminará no dia 31 com a primeira parcela do 13° de 2018, conforme acerto feito com o Fórum dos Servidores.
“Estamos anunciando também o pagamento do décimo terceiro de 2022, que será feito em duas parcelas, sendo a primeira em setembro e a segunda em dezembro”, informou a governadora, lembrando que o compromisso assumido antes mesmo da posse vem sendo religiosamente cumprido. “O pagamento do salário dentro do mês não é nenhum favor, é uma obrigação do gestor. Mas uma obrigação que não vinha sendo cumprida antes. Isso é trabalho de uma gestão feita com muita competência, com planejamento, dedicação, espírito público. Quero reconhecer o trabalho meritório que a equipe econômica vem realizando, juntamente com a Secretaria de Administração, Controladoria Geral, Procuradoria Geral do Estado e com o Gabinete Civil.
Pagamento da folha de 2018
Das quatro folhas em atraso, três já foram pagas. A quarta e última, no valor de R$ 316 milhões referente a dezembro de 2018, será quitada até maio deste ano, em três parcelas, sendo a primeira em 31 de janeiro e demais em março e maio, totalizando um passivo de aproximadamente R$ 1 bilhão de salários atrasados deixados pela administração anterior.
Além da questão do pagamento de salários dentro do mês trabalhado e da quitação das folhas em atraso, deixados pela administração anterior, a valorização dos servidores é um outro compromisso do governo que vem sendo cumprido. “Nas áreas sociais – saúde, educação e segurança, nós fizemos a reestruturação de carreiras, regatando direitos desses servidores que estavam represados há mais de 10 anos. Recentemente fizemos uma recomposição parcial das perdas provocadas pelo processo inflacionário. Evidente que gostaríamos de ter avançado mais, no entanto, só podemos fazer aquilo que cabe dentro do orçamento”, ressaltou Fátima.
A secretária de Administração, Virgínia Ferreira, que participou da transmissão, informou que está prevista a realização de concursos públicos para a Polícia Militar e Bombeiros Militares, Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fundase/RN), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Secretaria de Educação e Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema). “Se antes a gente não conseguia nem receber salário em dia, imagine falar em concurso? Isso está sendo possível graças ao trabalho de equilíbrio das finanças, dos cortes de despesas que fizemos. Esses concursos valorizam o servidor”, reforçou Virgínia. Sobre a Educação, a governadora disse que o concurso será para os quadros dos 12 IERNs – Institutos Estadual de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia e Inovação -, que entrarão em funcionamento em 2023. Os editais de licitação das três primeiras unidades já foram lançados.
O secretário do Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire, citou a consultoria MB Associados (que projetou o crescimento o PIB potiguar em 4,37% em 2021) para dizer que o crescimento econômico do Rio Grande do Norte em 2021 ficará acima da média nacional e adiantou que são boas as expectativas para 2022, isso porque alguns fatores estão puxando o crescimento do Rio Grande do Norte para cima, como os investimentos públicos na construção dos IERNs (R$ 120 milhões previstos para 2022) e em obras de infraestrutura viária, os investimentos privados em petróleo e gás e energias renováveis, além da retomada do turismo como um dos principais vetores da economia potiguar.
“O governo do RN deixou de ser uma força que puxava o crescimento para baixo como ocorreu até 2018. Os atrasos de salários e de fornecedores e as incertezas de pagamento funcionavam como uma âncora que arrastava o desenvolvimento do Estado para baixo. Hoje temos um governo que estimula o crescimento. Em 2022, o governo do RN vai investir mais do que investiu em anos anteriores, devendo ser um dos estados que mais vão crescer ao longo deste ano de 22″, estimou Aldemir.
Calendário 2022
Folha de pagamento dos servidores do Estado do RN
Regras de Antecipação: 100% para quem ganha até R$ 4,000, 100% para os profissionais da segurança pública; 30% para quem ganha acima de R$ 4.000. Complemento: 70% para quem ganha acima de R$ 4.000
O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), vetou parcialmente o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que autorizou reajuste de 12,84% no salário dos professores da capital potiguar a partir de 2022. O gestor concedeu aumento salarial de 6,42%, conforme proposta enviado pelo Executivo à Casa. O reajuste integral, segundo o Chefe do Executivo, provocaria aumento de despesa sem que existisse estimativa de gastos e a indicação da fonte de custeio.
“Além de padecer de vício de iniciativa, conforme já dito alhures, provoca aumento de despesa, pois, institui que, além do percentual previsto, será aplicado reajuste de 6,42% aos profissionais de educação a partir do mês de junho de 2022. No entanto, não há autorização constitucional para fazê-lo, conforme art. 166, §3º da Constituição Federal”, destaca o comunicado direcionado ao presidente da Câmara Municipal de Natal, Paulinho Freire (PDT).
O texto foi publicado no Diário Oficial do Município da sexta-feira (31). A íntegra do comunicado pode ser lida clicando.
O reajuste integral aconteceria pois, durante sessão ordinária realizada na última quarta-feira (29), uma emenda coletiva, assinada por dezessete parlamentares, realizou acréscimo de mais 6,42% de forma gradual a partir do próximo mês de junho, totalizando, assim, o reajuste para 12,84%. O valor é determinado de acordo com a lei 6.425 de 2013, que estabelece o piso salarial dos professores.
O aumento salarial, de forma integral, era reivindicado pelo profissionais da educação desde 10 de dezembro de 2021, quando iniciaram o movimento grevista. A mobilização foi encerrada após a garantia do reajuste de 12,84%. O fim da paralisação também aconteceu por força de uma decisão judicial que determinou o retorno dos profissionais ao trabalho sob pena de aplicação de multa de R$ 20 mil por dia.
Na justificativa para o veto, Álvaro Dias alegou que “a redação proposta para não deve prosperar, isto porque, ao buscar dispor sobre a organização e o funcionamento da administração municipal e de planejar e promover a execução de serviço público municipal, acaba por adentrar indevidamente nas competências exclusivas do Chefe do Poder Executivo Municipal”.
E continua: “A violação do princípio da separação de poderes, que, na ordem constitucional vigente, exsurge como cláusula pétrea, nos termos do art. 60, § 4.º, inciso III, da Constituição da República, vez que o projeto em cerne objetiva atribuir ao Poder Público obrigações relativas ao aumento de despesas, sendo esta prerrogativa própria da atividade do administrador público”.
O aumento é concedido aos profissionais ativos e inativos.
Após aprovação, o veto deverá ser analisado pelos parlamentares municipais na retomada dos trabalhos legislativos em 2022.
Articulação
Na data da votação, a líder do Governo na Casa, a vereadora Nina Souza (PDT), destacou que “o problema não era pagar os 12,84% aos ativos. Era pagar aos inativos, que tem que ser de fonte própria, e o Governo não tinha para dar. Então, sugeri aos colegas da oposição que, ao invés de insistir numa emenda com o reajuste integral, que poderia ser vetada, apresentássemos um escalonamento. Assim, a emenda foi consensualizada, tornando-se coletiva. Desse modo, ganham os professores e o Governo, que terá seis meses para se equilibrar e fechar o reajuste integral para ativos e inativos”.
A falta de vacina contra a Influenza atinge pelo menos 40 municípios potiguares, de acordo com estimativas da secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). Isso porque o último levantamento de que a pasta dispõe é do dia 18 de dezembro passado e não há atualizações recentes sobre os números. Além disso, outros 40 municípios não informaram à Sesap como estão os estoques atuais.
A pasta afirma ter solicitado, há 10 dias, 200 mil doses ao Ministério da Saúde (MS), mas não houve retorno do órgão ministerial até o momento . “O Estado solicitou 200 mil doses para reforçar a campanha de imunização, mas até agora nós não tivemos resposta, embora o ofício com o pedido tenha sido enviado há poucas semanas”, disse a Sesap.
A TRIBUNA DO NORTE tentou contato com o MS para saber se há previsão de envio das doses, mas até o fechamento desta edição não houve retorno. Além da falta do imunizante, a expectativa é que, mesmo onde há estoque, as doses estejam em quantidade mínima. No início da segunda quinzena de dezembro, de acordo com os dados da Sesap, grande parte dos municípios tinha menos de 500 unidades disponíveis.
Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal) informou, por meio de nota, que as últimas doses da vacina vêm sendo aplicadas desde a última quinzena de dezembro de 2021. Segundo a pasta, o estoque da Central de Armazenamento do Município está zerado, mas algumas unidades de saúde ainda possuem um “quantitativo mínimo à disposição da população”.
A SMS/Natal informou que foram aplicadas cerca de 370 mil doses da vacina, recebidas do Ministério da Saúde para a campanha anual de imunização em 2021. Em Parnamirim, na Região Metropolitana, o imunizante está em falta desde a semana passada. A Secretaria de Saúde do Município esclareceu que recebeu, na última semana, 400 doses da Sesap, as quais foram administradas em apenas dois dias.
A coordenadora de imunização de Macaíba, Flávia Medeiros, explicou que a Secretaria de Saúde recebeu 300 doses na semana passada, as quais se somaram a outras 200 ainda existentes no Município até então. “Tudo foi distribuído para as unidades de saúde e nós estamos colhendo os dados para saber se ainda há doses”, respondeu a coordenadora no final da manhã dessa segunda-feira (3). Em São Gonçalo do Amarante, outro município da Região Metropolitana, as doses acabaram na semana passada.
Imunologista descarta um surto de coinfecções
O surto de Influenza pela qual passa a capital potiguar coloca a população em alerta, sobretudo porque a pandemia de covid-19 ainda não acabou. No final de semana, um caso raro de infecção dupla (gripe e covid-19) foi registrado em Israel, fato que chamou atenção, uma vez que, por aqui a incidência de ambas as doenças é significativa. No Brasil, Rio de Janeiro e Ceará já confirmaram casos de coinfecção por covid-19 e influenza, fenômeno que está sendo chamado de “flurona”, uma junção do nome das duas doenças – ‘flu’ (gripe, em inglês) e ‘corona’ (de coronavírus).
No Rio, a dupla infecção foi identificada em um adolescente de 16 anos. Mãe do jovem, a fisioterapeuta Adriana Soutto Mayor diz que ele começou a apresentar sintomas leves, como coriza e febre baixa, na última quarta-feira (29). Como o filho continuou com o mesmo quadro, ela decidiu levá-lo para fazer um teste no dia seguinte. No Ceará, o governo já confirmou três casos de coinfecção, todos eles em Fortaleza. Trata-se de duas crianças de um ano, cujos quadros clínicos não foram graves e que já receberam alta, e de um homem de 52 anos que não precisou ser internado.
No Rio Grande do Norte, a Sesap registrou, no mês passado, um caso de coinfecção (Sars-CoV-2 e H3N2). A paciente era uma mulher de 28 anos, do município de Dix-Sept Rosado, no Oeste potiguar. O teste foi realizado pelo Laboratório Central de Natal (Lacen).
O diretor administrativo do Lacen, o biomédico Derley Galvão, explicou que não dá para afirmar se os casos são iguais, porque não há informações se a coinfecção se deu de forma simultânea aqui no Estado, a exemplo do que ocorreu em Israel. “No RN, o que a gente pôde afirmar, laboratorialmente, é que havia a presença de material genético de Inluenza e Sars-CoV-2, mas nós não tivemos nenhum dado clínico para poder afirmar que, necessariamente, a paciente teve os dois vírus ao mesmo tempo. Portanto, não dá para dizer se o que aconteceu aqui é a mesma situação registrada em Israel”, explica.
Segundo o imunologista e pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/Huol/UFRN), Leonardo Lima, casos de coinfecção, embora raros, são bastante prováveis de acontecer. Para ele, existem grandes possibilidades de que coinfecções envolvendo a covid-19 tenham acontecido no Rio Grande do Norte logo no início da crise sanitária, mas ele defende que por ser um evento raro, não há risco de surto de coinfecções. No caso do RN, ele destaca o cenário de imunização ao qual boa parte da população teve acesso.
“Em primeiro lugar, a gente tem boa parte da população do Estado vacinada contra a covid e outra parcela importante vacinada contra a gripe. E, mesmo nos casos onde as pessoas não estão imunizadas, esse tipo de infecção é bastante rara. Então, nós podemos ter muita tranquilidade e cautela para informar a população que não existe um perigo iminente de surto de coinfecções entre covid e gripe, especialmente para quem está vacinado”, afirma.
Derley Galvão, do Lacen, concorda: “Como a possibilidade de que a pessoa possa se infectar com os dois vírus ao mesmo tempo é bem rara, os casos de coinfecção não representam perigo de surto, porque isso não gera uma maior transmissibilidade. Mas é preciso sensibilizar a população para que continue se vacinando, tanto contra a covid quanto contra a Influenza”, disse o biomédico em forma de apelo. Leonardo Lima, do LAIS, também orienta que a população busque se vacinar para evitar infecções pelas duas doenças. A vacinação é uma excelente aliada , seja para evitar a gripe, seja para prevenir a covid. Além disso, temos as demais medidas: lavagem de mãos, cuidado na hora de espirrar, uso de álcool em gel e máscara”, orienta.
Natal avalia abrir novo centro de enfrentamento à gripe
O crescimento da procura por atendimento hospitalar em função do surgimento de sintomas gripais tem provocado efeitos na rede de assistência de Saúde. Em Natal, a alta demanda foi registrada nas últimas semanas, tanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que sofreram com cenários de superlotação, quanto nos hospitais privados. Para tentar dar vazão à alta demanda, a Prefeitura abriu o Centro de Enfrentamento às Síndromes Gripais na semana passada, que registrou, somente no primeiro dia de funcionamento, 431 atendimentos.
A estrutura funciona no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure) desde a última quarta-feira, 29 de dezembro. O secretário de Saúde do Município, George Antunes, disse que a pasta avaliava a abertura de um novo centro para atendimento à população, diante do surto de gripe existente na cidade.
Segundo o secretário, a definição sobre o assunto ocorreria no dia seguinte (quinta-feira, 30 de dezembro). A SMS/Natal informou, nessa segunda, contudo, que a questão é uma “possibilidade em estudo”. Questionada se há alguma data prevista sobre a definição em relação ao tema, a pasta não respondeu.
Em Macaíba, a coordenadora de imunização do Município, Flávia Medeiros, afirmou que a busca por atendimento por causa de sintomas gripais aumentou na semana passada. Por isso, esclareceu ela, a Secretaria Municipal de Saúde tem desenvolvido ações de educação e conscientização quanto às medidas de prevenção à gripe, como o uso de máscaras e o distanciamento social. “Esse trabalho está sendo feito junto com os agentes de saúde e nas salas de espera das unidades de saúde”, descreve.
“Também pedimos às unidades para direcionar os atendimentos aos sintomáticos, justamente porque percebemos esse aumento na semana passada”, completou Flávia Medeiros.
As secretarias de Saúde de Parnamirim e de São Gonçalo do Amarante não responderam sobre as medidas de enfrentamento à doença nos respectivos municípios.