26 de janeiro de 2022

Lotação de UTIs Covid supera 80% no RN e em 5 outros estados; contágio é o maior em 18 meses

Foto: Divulgação/Sesap

O avanço da variante Ômicron já causa uma explosão de casos e internações no Brasil. Números do Observatório Covid Fiocruz atestam que em sete unidades da Federação a ocupação dos leitos de UTI covid-19 ultrapassa 80%; o Distrito Federal chegou nesta terça-feira (25), à ocupação máxima. Além disso, o país registrou ontem o maior número de mortes desde novembro e a maior taxa de transmissão do vírus desde julho de 2020. Para especialistas, o momento é de preocupação e de reavaliar as medidas de prevenção e de restrição de aglomeração.

Sobre ocupação dos leitos de UTI destinados à covid-19, os números da Fiocruz mostram que o porcentual está acima de 80% no Distrito Federal, Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Mato Grosso do Sul (80%), Pernambuco (81%), Piauí (82%) e Rio Grande do Norte (83%). Em São Paulo, é de 65% no Estado e de 71% na capital (dados de ontem). No Rio, a situação é um pouco mais preocupante: 62% no Estado, mas 96% na capital.

“Não é a mesma situação que tivemos há um ano. Hoje, o número total de leitos é muito menor que em agosto. Além disso, tenho muita fé na vacina, não acredito que vamos reviver o que já vivemos, com pessoas chegando aos hospitais sem respirar, praticamente mortas”, afirmou a pesquisadora Margareth Portela, do Observatório Covid-19/Fiocruz. “Mas não dá para menosprezar que existe um crescimento e que seguimos vivendo como se não houvesse uma pandemia; as pessoas estão tratando isso como se fosse uma ‘gripezinha’ e não é. Precisamos de novas medidas.”

O Estado de S. Paulo.

Ministro Rogério Marinho visita Riachuelo vistoria obras e reafirma compromisso para novos projetos no município

FOTO: Vanderlucio Varela

Na manhã desta terça-feira, 25, o prefeito Joca Basílio recebeu o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, que fez uma visita ao município de Riachuelo. Encontro reuniu secretários da gestão, vereadores e lideranças políticas locais e prefeitos das cidades de Barcelona (Fabiano Lopes), de Santa Maria (Raniery Câmara) e de São Tomé (Babá Pereira)

Logo após o encontro em Riachuelo, a comitiva seguiu até o distrito de Cachoeira do Sapo, aonde o prefeito Joca e o ministro Rogério Marinho conferiram as obras de pavimentação de ruas que estão sendo realizadas.

No encontro, o prefeito Joca Basílio entregou solicitações da administração municipal para encaminhamento junto ao ministério do Desenvolvimento Regional – MDR.

“O Ministério do Desenvolvimento Regional tem sido um parceiro do município. Uma parceria que já rendeu frutos importantes, como a perfuração de poços tubulares, maquinários e trator, a inclusão do município do projeto Cidade Empreendedora do Sebrae, a pavimentação de ruas e tantas outras iniciativas que demonstram o compromisso do MDR com o nosso município. É uma satisfação poder receber o ministro e agradecer seu empenho e dedicação pelo desenvolvimento do nosso município”, frisou o prefeito.

Já o ministro Rogério Marinho destacou o trabalho desenvolvimento no MDR, pautado pela melhoria na infraestrutura de municípios como Riachuelo e ressaltou seu compromisso em ajudar nos objetivos da administração municipal.

Ninguém acerta a Mega-Sena e prêmio acumula em R$ 31 milhões

Foram sorteadas as seguintes dezenas: 13 – 19 – 29 – 42 – 49 – 52/ Foto: Reprodução Tânia Rego/ Agência Brasil

Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 2.447 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado na noite dessa terça-feira (25), no Espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário Tietê, na cidade de São Paulo. O prêmio acumulou em R$ 31 milhões.

Foram sorteadas as seguintes dezenas: 13 – 19 – 29 – 42 – 49 – 52

A quina registrou 42 apostas ganhadoras e vai pagar a cada um dos acertadores um prêmio de R$ 48.167,42. A quadra teve 3.080 apostas vencedoras; cada uma levará R$ 938,32.

O sorteio do concurso 2.448 será realizado nesta quinta-feira (27). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa em todo o país ou pela internet.

A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Com informações da Agência Brasil

Covid-19: Busca por D1 cresce 347% no Rio Grande do Norte após passaporte vacinal

Após a adoção do passaporte, foram aplicadas 19.005 D1s. Na semana anterior, foram 4.247. O crescimento é de 347%/ Foto: Reprodução Alex Régis/ TRIBUNA DO NORTE

A exigência do passaporte vacinal para ingresso em shoppings, bares, restaurantes e locais fechados no Rio Grande do Norte fez a procura pela primeira dose da vacina contra a covid-19 disparar. Segundo dados obtidos pela TRIBUNA DO NORTE junto ao RN + Vacina, a procura pela D1 uma semana após o anúncio do passaporte vacinal aumentou 347%. Em números absolutos, 19.005 D1s foram aplicadas a partir do dia 18 de janeiro, data em que o Governo do Estado publicou o decreto com a norma. Uma semana antes, do dia 11 ao dia 17, a soma tinha sido de 4.247 doses.

Os números obtidos pela reportagem indicam que, em janeiro, foram aplicadas 26.726 D1s no Estado. Dessas, 19.005 foram aplicadas após o anúncio do passaporte, o que corresponde a 71% do total.

Nos postos de saúde de Natal, são vários os relatos de profissionais de saúde sobre pessoas procurando a primeira dose da vacina. Na maioria dos casos, os usuários alegam a exigência do passaporte vacinal como justificativa para a acessar o imunizante.

“Pessoas bem mais velhas, com 40,50 anos, vindo tomar agora pela primeira vez. Acredito que seja pelo momento da covid, que aumentou muitos casos. Esse passaporte talvez também possa ser um dos fatores, porque só entra em alguns lugares se tiver com a vacina em dia. Tem idosos de 60, 65 anos que procuram agora. E tem pessoas com D2 atrasada há seis meses”, relata a enfermeira Maria José Cordeiro, da Unidade Básica de Saúde do Planalto, zona Sul de Natal.

Para a coordenadora de Vigilância da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap), Kelly Lima, o passaporte vacinal está surtindo efeito uma vez que a Saúde está conseguindo alcançar o público até então resistente à vacina.

“Chegamos, aqui no Estado, a ter mais de 85% da população iniciando a vacinação nesse final de semana. Vínhamos sem conseguir crescer desse número de 80% para essa população e com o anúncio da exigência do passaporte, conseguimos cooptar uma população que estávamos meio que desesperados e angustiados porque não conseguíamos atingir essa população”, aponta Kelly Lima.

Quem saiu de casa para tomar a primeira dose foi o tratador de água Givelson Santos Freitas, 51 anos. Ele disse que o principal fator para tomar a vacina só agora foi a proibição para ingressar nos locais públicos.

“Só vim agora porque não senti nada, tenho uma saúde boa, fui deixando para depois, é o costume do brasileiro. Como agora as portas se fecharam, não pode mais entrar em lugares, ou toma ou toma”, disse. “Todos estão tomando e temos que tomar também”, disse.

O taxista Eribaldo Melo, 40 anos, também procurou a imunização contra a covid após se ver impedido de entrar num shopping de Natal nos últimos dias.

“Agora é obrigação né? Não pode entrar nos cantos. Tem que tomar agora. Não tomei antes porque o povo conversava besteira, dizendo que não era pra tomar. A pessoa fica com aquilo na cabeça. Mas agora vou tomar as três. E era para ter tomado antes, porque sou taxista e tenho contato com muita gente”, disse.

Nos dois casos citados, a vacinação está disponível desde maio de 2021 (população acima de 50 anos) e julho de 2021 (pessoas acima de 40 anos).

Há muitos jovens também procurando a imunização. É o caso de Guilherme Morais, 17 anos, que foi se vacinar na UBS São João para poder ingressar no curso profissionalizante, que exige o passaporte. “Não estava me sentindo bem para tomar antes, receio de tomar, sentir alguma coisa, até mesmo morrer. Estou tomando mais por obrigação, porque as aulas vão começar e estavam pedindo”, disse.

Bate papo com Leonardo Lima
Biomédico, Doutor em Imunologia, pesquisador do LAIS

Tivemos um crescimento de 347% na procura pela primeira dose após a exigência do passaporte Vacinal. É possível fazer uma correlação sobre esses dois fatores?
É evidente que a exigência do passaporte fez com que tivéssemos uma demanda maior pelas vacinas de primeira dose, porque ainda existia uma parcela da população que não havia tomado a vacina, por diversas razões, políticas, ideológicas, ou questões de desconfiança nas vacinas. Ao contrário da maior população do RN, em que já temos mais de 90% acima de 18 anos com pelo menos uma dose. Então esse tipo de estímulo que os governos devem promover é fundamental para que consigamos reduzir a velocidade de transmissão do vírus. Já está claro, para todo mundo, um ano depois do início da vacinação, que as vacinas são seguras, têm contribuído para salvar milhares de vida ao longo do enfrentamento da pandemia. Hoje, principalmente quando enfrentamos uma alta de novos casos, felizmente essa alta não tem sido acompanhada em número de mortes em elevação. Observamos que as pessoas continuam se infectando, mas são casos, em sua maioria leves e que não precisam de internação e os que se internam, felizmente não morrem.

Por quais razões as pessoas insistem em não se vacinar?
A gente lembra o que aconteceu nos meses do ano passado, quando chegamos a ter 40, quase 50 óbitos por dia. Então as vacinas têm papel fundamental nesse sentido. Nesse momento, como não resta mais dúvidas, mesmo da pessoa que adotou postura de desconfiança e está observando os resultados na prática, a gente já sabe que o que tem feito com que a variante ômicron não tenha causado mortes no Estado é a vacinação. Não são medicamentos que achávamos que iria funcionar no começo. E nesse sentido, ainda hoje, a divergência na comunicação, em passar uma mensagem clara para a população, é o que faz com que as pessoas desconfiem da vacina. As pessoas que já tomaram a primeira, segunda e terceira, elas fizeram e estão fazendo seu papel social na pandemia. Mas é preciso que o Governo do Estado e os municípios façam sua parte e protejam a população exigindo o passaporte da vacinação. É uma medida simples e que poderia ter sido adotada antes e que já fez com que o número de pessoas vacinada aumentasse significativamente. Essa divergência entre decretos gera uma confusão na mensagem e um desserviço na prática, porque só quando a maior parte da população estiver vacinada, vamos reduzir significativamente a transmissão do vírus e estaremos seguros.

Com informações da Tribuna do Norte

Partidos do Centrão vão comandar quase R$ 150 bi do Orçamento

crédito: Ed Alves/CB/D.A Press

Grupo conhecido por não ter amarras ideológicas e transitar entre diferentes núcleos políticos, o Centrão foi o maior beneficiado no Orçamento deste ano, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Os partidos PP, PL e Republicanos controlarão mais de R$ 149,6 bilhões. O montante é maior do que o orçamento estimado para os ministérios da Defesa (R$ 116,3 bilhões) e da Educação (R$ 137 bilhões). É a primeira vez que um volume tão grande de recursos fica nas mãos de apenas três legendas.

Economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF), Guidborgongne Nunes definiu como “irracional, desintegrada e desorganizada” a delegação das verbas às siglas. “Prevaleceram lógicas particulares diante do interesse público. Cortaram recursos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e da educação para garantir emendas particulares. Um Orçamento federal, nesse contexto, não está vinculado a políticas de desenvolvimento”, reprovou. Ele ainda criticou a falta de rigor da peça. “É uma irracionalidade se orçar R$ 140 bilhões com base em emendas parlamentares.”

O professor de ciências políticas do Ibmec Brasília Rodolfo Tamanaha destacou que Bolsonaro se rendeu ao Centrão, mas não tem a segurança de contar com o grupo político caso corra o risco de perder as eleições. “O Centrão é reconhecido como um conjunto de partidos que não é muito fiel. Exatamente porque não existe uma adesão ideológica, o ponto de vista deles é muito mais pragmático”, disse. Por isso, Tamanaha acredita que, caso chegue o período eleitoral e Bolsonaro esteja mal nas pesquisas, é provável que haja dispersão.

Para Melillo Dinis, analista político do portal Inteligência Política, “o Centrão cresce por conta do fracasso do governo em estabelecer qualquer tipo de governança”. “A fatura do controle da pauta do impeachment está sendo cobrada em parcelas”, afirmou, em relação à série de pedidos de impedimento contra Bolsonaro protocolados na Câmara.

Fragilidade
O cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Ricardo Ismael também mencionou os pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo. “O bloco percebeu a fragilidade do presidente e tem colocado as cartas na mesa, exigindo cada vez mais recursos fundamentais nesse processo de reeleição de deputados federais, senadores. O Orçamento reflete esse poder, que é consequência dessa procura por blindagem no Congresso.”

Ele também avaliou que, a se manter essa queda de popularidade do presidente, o grupo político o abandonará. “O Centrão não tem vocação para pular no abismo. O presidente pode ser ainda competitivo no segundo turno, mas, lá chegando, tem poucas chances, se forem mantidas as condições atuais”, disse. “O Centrão vai seguir sua tradição: vai sugar o máximo possível de recursos do governo e, mais para a frente, decidirá qual candidatura é mais competitiva no primeiro turno.”

Duas perguntas para…
Pela primeira vez, um montante dessa magnitude, de R$ 149,6 bilhões, está na mão de apenas três partidos, da base do Centrão. O que isso traduz, em termos de momento econômico e político que o Brasil vive?
Vejo isso como reflexo da eleição de 2018, na qual a classe política sofreu um terremoto com essa onda de descontentamento contra partidos políticos, contra o sistema, e levou a uma taxa de renovação histórica no Senado e na Câmara. Então, nos últimos três anos, a gente está vendo a reação dessa classe política que se sentiu muito insegura com a sua posição e seu potencial de reeleição. E isso foi expressado por meio de um movimento do Congresso se apropriando de um controle maior do Orçamento, do aumento no volume de emendas parlamentares e do fundo eleitoral. Eles chegaram à conclusão de que a quantidade de recursos que tinham não era suficiente para garantir a reeleição.

Que impacto esse domínio do Centrão no Orçamento deve exercer na política brasileira?
Acho que vai impactar no índice de reeleição de parlamentares. Por duas razões: não só porque deputados e senadores terão mais recursos para contemplar suas bases, mas porque o que vai guiar a eleição, agora, é a preocupação com emprego e renda.

Com informações do Correio Braziliense

Entenda os fatores que pressionam a inflação no Brasil e no mundo

Tensões na Ucrânia e incertezas no Brasil puxarão índices/ Foto: Reprodução Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A tempestade que parecia ter ficado para trás ganhou novos capítulos em 2022. Pelo menos no início do ano, a inflação continuará pressionada por uma combinação de fatores domésticos e externos, segundo especialistas e o próprio Banco Central (BC).

Tensões geopolíticas internacionais, como a ameaça de conflito militar entre Rússia e Ucrânia, e fatores internos, como problemas climáticos e as incertezas políticas deste ano, puxarão os índices de preços pelo menos no primeiro trimestre.

Em parte, o fenômeno da inflação tem origem externa e aflige inclusive países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor atingiu 7% em 2021, o nível mais alto desde 1982.

Na zona do euro, a inflação chegou a 5%, alcançando o maior valor desde a criação da moeda única no continente europeu. Esse cenário ocorreu mesmo com o desemprego elevado em vários países.

A reabertura das economias após a fase mais aguda das restrições sociais provocada pela pandemia fez o preço internacional do barril de petróleo subir para US$ 80, quatro vezes acima do que na fase mais aguda da pandemia, quando a cotação chegou a cair para US$ 19.

O problema não ocorreu apenas com o petróleo. Fontes de energia como carvão e urânio também ficaram mais caras.

As tensões entre Rússia e Ucrânia e um bombardeio a caminhões de combustível nos Emirados Árabes Unidos, perpetrado por rebeldes financiados pelo Irã, agravaram a situação.

Com o barril caminhando para US$ 90, a Petrobras anunciou o primeiro aumento de combustíveis em três meses. O reajuste terá impacto no bolso dos brasileiros nas próximas semanas, com a decisão dos governadores de descongelar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis.

Outro fator que pressionou a inflação mundialmente foi o gargalo nas cadeias de produção após a reabertura da economia em diversos países. Além do aumento da demanda global, a política de lockdowns em zonas industriais e portuárias da China para conter o avanço da covid-19 provocou escassez de insumos e de mercadorias importadas.

Produtos industrializados passaram a ficar mais caros, com filas de duas a três semanas em vários portos para descarregar mercadorias. Os fretes quadruplicaram ou quintuplicaram, dependendo do produto.

Banco Central
O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu recentemente os desafios para a segurar a inflação no início de 2022. Na semana passada, ele admitiu que a seca no Sul e as enchentes em Minas Gerais e no Nordeste estão afetando a inflação no início de ano.

“A inflação em 12 meses no Brasil está perto do pico, mas ainda vemos aumento de preços do petróleo e altas provocadas por problemas climáticos. Regiões do país com muita chuva ou seca já tiveram a colheita prejudicada, e isso já afeta o preço da comida”, disse Campos Neto num evento virtual promovido por um banco.

Para o presidente do BC, a crise energética global e a desvalorização do real estão contribuindo para que o Brasil importe inflação de outros países. “Se imaginarmos que a inflação energética do Brasil estivesse na média dos demais países, a inflação total do Brasil seria menor que a dos Estados Unidos”, comparou.

Depois de alcançar 10,06% em 2021, o maior nível desde 2015, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá cair pela metade neste ano, mas permanecerá acima do teto da meta.

Segundo o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgadas toda semana pelo Banco Central (BC), a inflação deverá ficar em 5,15% neste ano.

Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou uma meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O indicador terá de ficar entre 2% e 5%, para o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, não ser obrigado a escrever uma carta justificando o estouro da meta, como ocorreu com a inflação de 2021.

No documento, Campos Neto disse que a pandemia de covid-19 e a crise hídrica, que diminuiu o nível dos reservatórios, foram os principais fatores que impulsionaram a inflação no ano passado. Ele também atribuiu o repique nos preços ao aumento no preço de várias commodities (bens primários com cotação internacional).

Mesmo com as pressões internacionais, existem peculiaridades na economia brasileira que influenciam a inflação. No ano passado, a seca no centro-sul provocou a quebra de safras como a de milho e cana-de açúcar.

Usado na alimentação de gado, o milho teve impacto no preço da carne. A redução da colheita de cana afetou o preço da gasolina, que contém 27% de etanol na composição. O inverno forte em 2021 provocou geadas que queimaram plantações de café. O grão acumula alta de 46% nos últimos seis meses.

Incertezas
O professor de Economia do Ibmec Gilberto Braga aponta outro fator que complicará a inflação neste ano: a incerteza política e as pressões para aumento de gastos em ano de eleições. Para ele, a imprevisibilidade gerada pelo processo eleitoral pressionará os preços, à medida que inibirá investimentos do setor produtivo:

“Acho que a inflação é uma combinação de fatores internos e externos. Os fatores externos certamente contribuem, mas os fatores internos são mais relevantes no momento. O fato de este ser um ano eleitoral aumenta a pressão por mais gastos públicos, diversas categorias de servidores públicos estão pressionando por reajustes, sem contar que o Ministério da Economia cedeu parte da gestão do Orçamento à Casa Civil. Isso gera uma imprevisibilidade que atrasa investimentos, a geração de empregos e desestimula o empreendedorismo”.

Segundo Braga, a inflação deve cair por causa dos aumentos de juros promovidos pelo Banco Central, mas isso só ocorrerá no segundo trimestre. “A inflação deve cair por causa de respostas aos juros mais altos ainda esperados para o início de 2022. Os índices devem começar a cair no meio do ano, mas se mantendo em torno de 5% anualizados, acima do teto da meta”, estima o professor de economia.

Com informações da Agência Brasil