Empresas de ônibus negam retomada de itinerário em cinco linhas e STTU vai multar

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) e o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Seturn) não chegaram a um acordo sobre o cumprimento integral do itinerário de cinco linhas de ônibus que não estão circulando pelo bairro das Rocas, na zona Leste de Natal. Após reunião na manhã desta terça-feira (9), não houve o entendimento e as empresas que não cumprirem o trajeto serão multadas.

Desde os ataques criminosos de 14 de março, ocorreu a mudança de rotas de algumas linhas de ônibus que deixaram de passar pelo seu terminal. As linhas 46, 51, 52, 54 e 56 não estão passando pelo bairro e, assim, moradores têm sido penalizados.

O impasse acontece porque empresários de ônibus alegam insegurança para colaboradores, usuários e patrimônio, potencializada nos ataques criminosos de março passado, além de falta de logística de transito no terminal (diante de várias carretas estacionadas para o Porto de Natal) e, acima de tudo, pelo fator econômico, pois não haveria demanda que justificasse a passagem dos coletivos no bairro, além do déficit financeiro, diante dos altos custos de operação na região e em toda a cidade.

Uma proposta foi colocada na mesa de debate , que seria a manutenção das operações das cinco linhas com retirada, inclusive, de trajeto pelo terminal das Rocas, mediante um estudo a ser realizado em 45 dias, para uma nova reunião de avaliação. Os empresários, porém, só aceitavam retornar algumas das cinco linhas, o que não foi aceito pelos representantes da comunidade, que enfatizaram o histórico de várias perdas ao longo dos últimos anos, destacando inclusive o fim do terminal de Brasília Teimosa.

“Estamos saindo de reunião frustrados, sem sucesso. As empresas de forma truculenta não atendem apelo da população. Não pedimos novas linhas, mas a manutenção das existentes. Nosso ato é para dizer não à forma como a STTU e o Seturn tratam nossa comunidade. Hoje foi péssimo vermos a visão dos empresários em só querer lucro sem ver a questão social dos trabalhadores. Não é questão de segurança e espaço físico. A alegação que pesa mesmo é a financeira, econômica. Isso precisa ficar claro para a população”, destacou o deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB).

Já o vereador Herberth Sena enfatizou: “Não podemos aceitar o que estão fazendo conosco. Já retiraram várias linhas e estamos unidos nessa batalha em defesa da população contra essas medidas absurdas”. O vereador Eribaldo Medeiros, por sua vez, declarou: “Nós já perdemos o terminal da Brasília Teimosa e não podemos perder agora o das Rocas. São 40 mil pessoas prejudicadas. Convocamos a população pra essa mobilização amanhã cedo, para termos força pra resolver o problema”.

De acordo com informações da STTU, o departamento jurídico da secretaria estuda a melhor forma de sanar o problema. Até lá, os fiscais da STTU seguirão acompanhando o funcionamento das linhas e, em caso de descumprimento, aplicarão as multas.

Ontem, a secretária Daliana Bandeira disse que a STTU é contra a suspensão das empresas e que a solicitação para mudança de rota tinha sido feita e reprovada há cerca de um ano.

A reportagem do Sistema Tribuna não conseguiu o contato com representantes do Seturn.

Linhas

Em sua maioria, as linhas que tiveram o trajeto modificado pelas empresas sem autorização da STTU fazem o transporte de passageiros entre Ponta Negra e a zona Leste, chegando à Ribeira e Rocas. A linha 46 faz o trajeto Ponta Negra/Ribeira, via Praça Cívica, enquanto a 54 faz Rocas/Ponta Negra, via Alecrim, e a 56 cumpre Rocas/Ponta Negra, pela Via Costeira. Já as linhas 51 e 52, fazem o trajeto entre o bairro de Pirangi e as Rocas, via Praça cívica e via Alecrim/Ayrton Senna, respectivamente.

Protesto

O deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB) e os vereadores Herberth Sena e Eirbaldo Medeiros, que têm atuação nas Rocas, convocaram moradores para um Ato Público às 7h da quarta-feira (5), que começará no Terminal Rodoviário das Rocas, indo em direção à sede do órgão municipal, na Ribeira.

Tribuna do Norte

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