outubro 2018

Campanha termina sem debate e política vira rivalidade entre torcidas

Os 147 milhões de brasileiros que estão aptos a votar chegam hoje (28) às urnas sem terem tido a oportunidade de ver os dois candidatos que pleiteiam o maior cargo do país exporem os detalhes de suas propostas de governo. Também não puderam ver questionada a viabilidade delas.

A ausência de debate num segundo turno de disputa pela Presidência da República é inédita na redemocratização – e talvez seja a síntese da eleição de 2018, em que a racionalidade e a maturidade política estiveram, como nunca, distantes.

Mesmo liberado pelos médicos, Jair Bolsonaro (PSL) optou, como estratégia de campanha, por não correr o risco de perder, com sua impulsividade, pontos nos debates.

O eleitor não sabe dizer o que Bolsonaro ou seu adversário Fernando Haddad (PT) farão imediatamente, caso assumam o Palácio do Planalto, para, por exemplo, reverter o desemprego, que atinge 13 milhões de trabalhadores e suas famílias.

Ninguém tem na ponta da língua a grande medida de seu candidato, mas qual brasileiro, incentivado pela propaganda de seus presidenciáveis, não discutiu ou ouviu falar do risco iminente de o Brasil virar a caótica Venezuela ou voltar a ser uma ditadura? E o destino tenebroso ocorrer, paradoxalmente, como resultado do voto – exatamente o clímax da democracia?

Um catastrofismo que não resiste a uma breve análise histórica ou a fatos ocorridos ontem mesmo, que reiteram a força das instituições brasileiras. Reafirmada, por exemplo, quando o STF proíbe a invasão policial das universidades e a Justiça impõe tornozeleira eletrônica para o coronel da reserva que ameaçou e xingou magistrados.

Regada a fake news, que já inscreveu no futuro do PSL uma investigação por crime eleitoral, a campanha presidencial de 2018 foi certamente a mais violenta, a começar pela facada levada por Bolsonaro.

Violência que, apesar de condenada pelos candidatos, ganhou espaço nas ruas, na forma de animosidade entre torcidas.

No último dia de propaganda eleitoral, os dois candidatos mantiveram, na voz dos locutores, os pesados ataques mútuos. Foi a eleição em que se pediu mais o voto contra o adversário do que a favor da própria candidatura. Basta lembrar os movimentos #EleNão versus #PTNão.

O tom impressionista e emocional predominou nos discursos e o imaginário foi longe na campanha. A ponto de a Justiça Eleitoral ter de mandar um candidato parar de se apresentar com a cara de outro. Hoje, abertas as urnas, se imporá para o vencedor o Brasil real.

Agência Brasil

Votação no exterior é encerrada em 16 países

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que a votação para eleitores brasileiros que estão no exterior foi encerrada em 16 países. De acordo com o TSE, o balanço se refere aos locais de votação, em geral as próprias embaixadas do Brasil, que estão à frente no fuso horário.

De acordo com o boletim, a votação já terminou na Nova Zelândia, Austrália, no Japão, na Coreia do Sul, China, em Taiwan, Cingapura, nas Filipinas, na Malásia, em Honk Kong, no Timor Leste, na Indonésia, no Vietnã, na Tailândia, Índia e no Nepal.

Os 500 mil eleitores que estão aptos a votar fora do país em 99 nações votaram somente para presidente da República. O resultado da votação no exterior será divulgado somente após o término da votação no Brasil.

Blog do BG

Boca de urna persiste em era das redes sociais

Na nona eleição presidencial após a redemocratização, em plena era da comunicação instantânea por celulares, por meio das redes sociais, a campanha de boca de urna é intensa no dia da votação. A prática é ilegal. Segundo o Ministério da Segurança Pública, no primeiro turno, houve 1.372 flagrantes desse tipo de crime eleitoral.

Pelos dados do ministério, foram registradas 247 ocorrências de propaganda eleitoral irregular e 51 casos de distribuição de material irregular de campanha. No total, 523 cabos eleitorais chegaram a ser detidos por causa desses crimes e de outros flagrantes.

O assédio aos eleitores e a propaganda política próximos aos locais de votação são proibidos pela Justiça Eleitoral (Art. 81 da Resolução nº 23.551/2017).

No entanto, a prática é muito comum para tentar obter o voto de eleitores indecisos ou desinformados sobre os candidatos.

Fora do controle

De acordo com a cientista política Helcimara Teles, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “é muito difícil controlar” a boca de urna. Segundo a especialista, disputas acirradas tendem a aumentar os casos.

O cientista político Márcio Malta, da Universidade Federal Fluminense (UFF), concorda que “é muito difícil de fiscalizar” a boca de urna em todos acessos às seções eleitorais.

À Agência Brasil, Márcio Malta disse que já trabalhou como mesário em Niterói (RJ) e percebeu que “muita gente acaba sendo influenciada” por “santinhos de candidato, que recebe ou até pega no chão”. “Não são poucos os eleitores que chegam para votar indecisos e que consultam às listas de nomes da Justiça Eleitoral para fazer escolha na hora”, acrescentou.

Agência Brasil

Eleição de 2018 será lembrada pelos casos de violência, dizem analistas

POR FOLHAPRESS

Assassinatos, lesões, ameaças e ofensas fizeram destas eleições as mais violentas da história, dizem especialistas em segurança.

“É o pleito em que o tema esteve mais presente, tanto no número de agressões quanto nos discursos”, diz Renato Sérgio de Lima, 48, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

“A polarização levou pessoas a quererem impor verdades à força. Isso é ruim para todos, pois no dia seguinte teremos que conviver”, diz Elisandro Lotin de Souza, 45, sargento da Polícia Militar de Santa Catarina e presidente da Associação Nacional de Praças.

“Foi, sim, a eleição mais violenta, tanto na ideologia quanto entre eleitores. E não só desconhecidos, mas familiares, amigos”, diz Beatriz Pedreira, 32, cientista social e cofundadora do instituto Update.

Ela realça o que vê como um fator de agravamento: a recessão que precedeu o pleito. “A crise deixou as pessoas mais inseguras e fomentou medo, individualismo e violência.”

O site Vítimas da Intolerância, das ONGs Open Knowlegde Brasil, Brasil.IO e Agência Pública de jornalismo, totalizou quase 60 ocorrências ligadas às eleições, incluindo 36 homicídios e agressões.

Já a plataforma Violência Política no Brasil, dos portais Opera Mundi, Outras Palavras e De Olho nos Ruralistas, contabiliza 133 agressões por motivos políticos, incluindo oito mortes e 42 lesões corporais.

A maioria envolve ataques de apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) contra gays, mulheres e pessoas vestindo símbolos da esquerda, como bonés do MST ou camisetas do PT.

Houve também agressão no sentido oposto: um professor machucou a cabeça após ser agredido e cair, no centro de São Paulo, depois de gritar “Ele sim” a um grupo que protestava contra Bolsonaro.

Um dos episódios mais emblemáticos foi o do compositor e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, morto em Salvador (BA) a facadas.

Após ser preso, o agressor Paulo Ferreira de Santana afirmou que o ataque se deveu a divergência política, pois é eleitor de Bolsonaro, e Moa, que faria 64 anos nesta segunda (29), havia declarado voto em Fernando Haddad (PT).

Também em Salvador, um professor foi preso após tentar atropelar um homem que vendia camisas de Bolsonaro. A vítima não foi atingida.

Em Curitiba (PR), um estudante que vestia boné do MST foi agredido com garrafadas por pessoas com camisetas de torcida organizada que, segundo testemunhas, gritavam “Aqui é Bolsonaro!”.

Um dos casos de maior repercussão teve a veracidade contestada. Uma estudante de 19 anos de Porto Alegre disse que foi atacada por homens que usaram um objeto pontiagudo para marcar em sua barriga um símbolo semelhante à suástica nazista. Baseada em laudo pericial, a Polícia Civil do estado concluiu que ela se automutilou.

Por outro lado, o total de agressões pode ser maior, já que há casos não registrados.

Na sexta (26), a atriz Monica Iozzi publicou um relato em suas redes sociais sobre um amigo gay gravemente agredido por um homem que se disse apoiador de Bolsonaro.

Além disso, a contabilidade não considera ameaças verbais, como a relatada por uma analista da ONG Todos Pela Educação ameaçada de estupro na avenida Paulista, em São Paulo —com medo, ela prefere não divulgar o nome.
“Ao dizer que minorias vão ter que se submeter à maioria, Bolsonaro autoriza a extinção corporal. Enquanto mulher, me sinto ameaçada”, ela diz.

A violência atingiu a classe política. O próprio Bolsonaro foi esfaqueado em um comício em Juiz de Fora (MG), em setembro. Em março, Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio, foi morta a tiros —a polícia não liga o caso ao pleito, mas investiga razões políticas.

Também em março, agressores atiraram contra um ônibus que levava 26 repórteres que cobriam eventos do PT no Paraná. Ninguém ficou ferido.

Segundo Lima, do FBSP, a radicalização dos políticos fez as pessoas se sentirem autorizadas a cometer atos violentos. “Principalmente Bolsonaro, com um discurso de destruição do inimigo”, ele diz.

O acirramento atingiu a imprensa. A Abraji registrou 141 ameaças e agressões a jornalistas que cobriam as eleições.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, determinou que a Polícia Federal investigue ameaças a Patrícia Campos Mello, repórter da Folha, e a Mauro Paulino, diretor-executivo do Datafolha. Elas ocorreram após reportagem do jornal mostrar que empresas estavam contratando disparos em massa
anti-PT por WhatsApp.

Sesed divulga plano de segurança pública para as eleições

A Secretaria de Defesa Social e Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sesed) realizou, na manhã desta sexta-feira (26), a apresentação do plano de segurança para o segundo turno das eleições que acontece neste domingo (28).

Desde o comunicado da demanda do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as forças de segurança pública vêm traçando e planejando a disponibilidade de pessoal para a ação, ficando todo o custo a cargo do Governo do Estado, no valor de R$ 2 milhões.

O TRE apresentou todas as informações necessárias e solicitou o quantitativo de policiais que irá participar das eleições, no sentido de guarnecer as urnas das 15h do sábado (27) até o termino da contagem dos votos neste domingo, garantindo assim, a segurança dos eleitores que por ventura estejam acompanhando o resultado das votações em locais públicos.

Além do quadro ordinário, ou seja, os agentes que já estariam nas ruas no próximo domingo, as eleições deste ano contarão com mais 480 homens da Polícia Civil, 2.400 das Forças Armadas (que atuarão nos 73 municípios), 4182 Policias Militares (sendo 2.885 homens do Comando de Policiamento do Interior, 1.297 do Comando de Policiamento do Metropolitano), 221 do Comando de Polícia Rodoviária Estadual, 100 Bombeiros Militares, 172 da Força Nacional, 60 Gabinete de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça, 60 do ITEP e 300 Guardas Municipais.

Rede culpa líder do partido por boicotes a Styvenson e fala em reformulação

Partido publicou manifesto nas redes sociais em que expõe que Freitas Júnior agiu de maneira ofensiva contra os filiados da Rede, tendo, inclusive, humilhado e perseguido membros

O diretório potiguar da Rede Sustentabilidade emitiu, na tarde desta sexta-feira, 26, um manifesto em suas redes sociais contrário à atuação política do líder do partido no Estado, Freitas Júnior. Na nota, a sigla responsabiliza Freitas Júnior, que neste ano concorreu ao Governo do Estado, por uma série de decisões “centralizadoras” que resultaram em um “desgaste” com o partido e com o, então, candidato ao Senado Federal, Styvenson Valentim.

“Lamentavelmente, alguns de seus [Freitas Júnior] atos refletiram na candidatura cidadã ao senado do Capitão Styvenson Valentim, que sofreu repetidos boicotes divulgados pela mídia e com frequentes ameaças de ter a sua candidatura retirada. O resultado da ingerência de Freitas e sua falta de trato político com a candidatura cidadã do Capitão, que por sinal foi eleito, desgastou a relação dele (Styvenson) com o partido e vice-versa, chegando ao ponto de cessarem as conversas sobre os pontos programáticos estabelecidos”, diz a nota.

O documento ainda expõe que Freitas Júnior agiu de maneira ofensiva contra os filiados da Rede, tendo, inclusive, humilhado e perseguido membros. “Algumas decisões centralizadoras tomadas pelo porta-voz Estadual Freitas Júnior, desidratou a sigla em todo estado. Por vezes o referido porta-voz agiu ofensivamente contra alguns filiados, humilhou, perseguiu e até assediou moralmente membros do diretório partidário. O protagonismo que se esperava, deu lugar a uma postura autoritária que aliada à falta de liderança de Freitas, acabou desconectando os filiados e membros da direção partidária”.

Como resultado, os membros do partido confirmara que a Rede passará por uma reformulação no Rio Grande do Norte que deve, por consequência, resultar na saída de Freitas Júnior. “Urge que seja repactuado um retorno ao modelo partidário da REDE, originariamente fundamentada em valores como a igualdade, fraternidade e generosidade ética, seja individual e/ou coletivamente. Precisamos nos pautar nas bases sólidas do nosso estatuto e manifesto. Diante disso, a grande maioria do Elo Estadual, descontente com a falta de democracia do seu porta-voz, que reiteradamente tem tomado decisões sem levar em consideração as opiniões dos demais membros e filiados, resolveu reconstruir suas bases. Este manifesto sinaliza o reinício da REDE no RN, que primará, prioritariamente pela horizontalidade das decisões, cumprimento do estatuto do partido, com respeito à base política da Rede Sustentabilidade, amparada por um processo legitimamente democrático”, finaliza a nota.

Freitas Júnior foi procurado pela reportagem do Agora RN para comentar sobre a nota, mas não atendeu às ligações.

Com informações do Agora RN

PESQUISA CERTUS/FIERN GOVERNO EVOLUÇÃO: Fátima e Carlos Eduardo praticamente não tiveram variação nas intenções de voto em uma semana

O instituto Certus também fez um comparativo dos votos válidos da primeira pesquisa divulgada há cerca de 15 dias e dessa pesquisa divulgada hoje. Nela, os candidatos ao cargo de chefe do Governo do Estado praticamente não tiveram variação, já que a oscilação aconteceu em casas decimais diante de uma margem de erro de 3%. Fátima Berra se manteve na casa dos 53% e Carlos Eduardo Alves na casa dos 46%.

Sobre a pesquisa

A pesquisa do instituto Certus sobre o segundo turno das eleições 2018 foi encomendado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e registrada na Justiça Eleitoral sob os números BR-05145/2018 e RN-04070/2018. A coleta das informações aconteceu entre os dias 22 e 25 de outubro com 1410 eleitores de 40 municípios do RN. Os resultados foram calculados com margem de erro 3% para mais ou para menos e com um intervalo de confiança de 95%.

PESQUISA CERTUS/FIERN GOVERNO PERCEPÇÃO: 58,79% acreditam na vitória de Fátima; 26,38% na de Carlos Eduardo

A pesquisa também avaliou a percepção de vitória dos eleitores nas eleições para o Governo do Estado. Eles foram perguntados sobre, independente de quem iriam vai votar, quem eles achavam que ganhar a eleição. Nesse quesito, 58,79% do eleitorado disse acreditar na vitória de Fátima Bezerra. E 26,38% disseram acreditar na vitória de Carlos Eduardo Alves.

Os resultados completos foram

Fátima Bezerra 58,79%
Carlos Eduardo 26,38%
Não Sabe 14,68%
Não Respondeu 0,14%

Sobre a pesquisa

A pesquisa do instituto Certus sobre o segundo turno das eleições 2018 foi encomendado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e registrada na Justiça Eleitoral sob os números BR-05145/2018 e RN-04070/2018. A coleta das informações aconteceu entre os dias 22 e 25 de outubro com 1410 eleitores de 40 municípios do RN. Os resultados foram calculados com margem de erro 3% para mais ou para menos e com um intervalo de confiança de 95%.

PESQUISA CERTUS/FIERN GOVERNO REJEIÇÃO: Fátima tem 42,41%; Carlos Eduardo tem 41,42%;

A pesquisa Certus também avaliou a rejeição de cada um dos candidatos com base em uma pergunta estimulada, com opções pré-definidas para que os eleitores escolhessem a que melhor define cada um dos nomes postos. Na corrida pelo Governo do Estado, Fátima Bezerra teve a rejeição de 42,41% e Carlos Eduardo Alves de 41,42%

Os resultados completos foram

Com relação à Fátima Bezerra, o que você diria:
Não votaria nela de jeito nenhum 42,41%
Votaria nela com certeza 41,91%
Poderia votar nela 14,68%
Não respondeu 0,92%%
Não sabe 0,07%

Com relação a Carlos Eduardo, o que você diria:
Não votaria nele de jeito nenhum 41,42%
Votaria nele com certeza 36,60%
Poderia votar nele 20,85%
Não respondeu 0,99%
Não sabe 0,14%

Sobre a pesquisa

A pesquisa do instituto Certus sobre o segundo turno das eleições 2018 foi encomendado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e registrada na Justiça Eleitoral sob os números BR-05145/2018 e RN-04070/2018. A coleta das informações aconteceu entre os dias 22 e 25 de outubro com 1410 eleitores de 40 municípios do RN. Os resultados foram calculados com margem de erro 3% para mais ou para menos e com um intervalo de confiança de 95%.