O Senador Jean (PT/RN), líder da Minoria no Senado, protocolou o 146º pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, o pedido é baseado no fato de que o presidente teria “convocado e promovido publicamente, de modo leviano e inconsequente, atos antidemocráticos no sete de setembro”. Além disso, o documento acusa Bolsonaro de se “comportar de forma desrespeitosa contra magistrados do STF e do TSE”.
O pedido de impeachment cita as declarações de Jair Bolsonaro durante a convenção do Partido Liberal, realizada no Rio de Janeiro, no último dia 24 de julho – “Convoco todos vocês agora para que todo mundo no sete de setembro vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez! Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo”. O discurso, noticiado pela maioria dos órgãos de imprensa brasileiros, segundo o documento, incitou apoiadores a atentarem contra o regime democrático por ocasião das vindouras comemorações de sete de setembro, e proferiu novas agressões contra instâncias do Poder Judiciário.
O Senador Jean afirma que as atitudes do presidente são um atentado contra à democracia. “Não se trata de força de expressão ou de liberdade de pensamento. O presidente da República é e deve se comportar como a representação maior da nossa democracia. Bolsonaro sabe do poder que detém, enquanto presidente, e usa disso para incitar pessoas contra as instituições e contra o regime democrático. Isso é criminoso”, declarou.
O pedido é o segundo apresentado pelo líder da minoria apenas no mês de julho e, se seguir o caminho dos outros já apresentados por instituições da sociedade civil e parlamentares, deve repousar na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas/AL).
“Não é porque Arthur Lira se recusa a dar andamento a esses pedidos que devemos desistir deles. Todas as vezes em que Bolsonaro atentar contra a democracia ou o cargo que ocupa vou protocolar um novo pedido. A gaveta de Arthur Lira vai ficar pesada, mas ele vai ter que se explicar com a história em muito pouco tempo”, disse Jean.