O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu ontem que o governo faça acordo com partidos do chamado centrão para formar uma base parlamentar no Congresso Nacional. Mourão disse que o presidente Jair Bolsonaro está negociando essa coalizão e que cargos e emendas fazem parte da negociação entre Executivo e Legislativo.
O presidente Jair Bolsonaro tem articulado uma aproximação com os partidos do chamado centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita. O grupo é menos conhecido por suas bandeiras partidárias e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.
Emendas e cargos
De acordo com Hamilton Mourão, as negociações para a formação dessa aliança envolvem a distribuição de cargos e emendas e são conduzidas pelo próprio Bolsonaro e pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República.
— Eu não posso te dizer os detalhes. Se é fisiológico ou programático. Nós temos que buscar a melhor coalizão, que é a programática. Lógico que, nisso aí, cargos e emendas fazem parte da negociação entre Executivo e Legislativo — afirmou. — Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Acho que está mais ou menos sendo conduzido dessa forma — acrescentou Mourão ao ser questionado se o acordo estava sendo feito com base em uma agenda de propostas.
O vice-presidente contou que o presidente chegou à conclusão de que errou ao não tentar fazer um acordo com os partidos que formam o centrão no ano passado. Mas negou que Bolsonaro tenha decidido negociar com os líderes do grupo para se antecipar a um possível processo de impeachment.
O Globo