20 de março de 2020

Secretário de Saúde diz que testes de coronavírus no RN serão “muito seletivos” e que precisa de pelo menos R$ 100 milhões

Diante do iminente crescimento dos casos de Coronavírus, entre eles aqueles com necessidade de leitos de UTI, as autoridades correm contra o tempo para tratar de forma paliativa a rede de saúde pública, e deixá-la em condições que possa evitar ou reduzir a letalidade do Covid-19 no Rio Grande do Norte. No caminho, há a necessidade preliminar de ao menos R$ 100 milhões em recursos extras, não disponíveis, e especialmente conhecer a dimensão do número de infectados no Estado. O governo só recebeu R$ 7,1 milhões, dos R$ 15 milhões pleiteados do pacote de “ajuda” da União aos estados. Tão grave quanto as limitações financeiras é a impossibilidade de diagnóstico mais rápido — hoje demora no mínimo sete dias —, enquanto o número de casos suspeitos não para de crescer. A Sesap recebeu apenas um kit de “teste rápido” do Ministério da Saúde, o que permite a realização de apenas 96 exames. O secretário estadual de saúde admite que somente os casos graves, e indicados por profissionais, serão dados prioridade para uso desses testes. E, à medida que o número de pessoas com os sintomas de coronavírus aumente, boa parte desses pacientes será diagnosticado apenas pelo exame clínico.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, nessa quinta-feira, o secretário Cipriano Maia disse que a Secretaria Estadual de Saúde vai suspender cirurgias eletivas de pacientes internados em hospitais da rede pública ou conveniada, com algumas exceções, e cirurgias eletivas de uma forma geral para resguardar os leitos à eventual demanda de internação de pacientes graves por Covid-19. As medidas mais drásticas, como proibir as pessoas de circular pelas ruas, serão adotadas a partir do crescimento do número de casos. Especialmente se entenderem que é o momento de intervir para não levar ao colapso o sistema de saúde. Cipriano admite que as estatísticas certamente não refletem a realidade do número de casos no Rio Grande do Norte, mas rechaçou que haja qualquer interesse do poder público em omitir informações para não causar pânico.

LEIA A ENTREVISTA DO SECRETÁRIO NA TRIBUNA DO NORTE CLICANDO: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/cipriano-maia-com-o-alargamento-da-epidemia-na-o-vai-ter-teste-suficiente/475257

TRIBUNA DO NORTE

Já são 22 os infectados que viajaram com Bolsonaro aos EUA

Sérgio Lima / Poder 360

Chegou a 22 o número de pessoas que participaram da viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos na semana passada e agora estão com o coronavírus.

Foram confirmados na quinta-feira, 19, os resultados positivos do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins; do chefe da ajudância de ordens, Major Cid; do diretor do Departamento de Segurança Presidencial, Coronel Suarez; e do chefe do Cerimonial, Carlos França.

Cid, Suarez e França passam o tempo todo muito próximos do presidente. Martins, por sua vez, viajou ao lado do secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que foi o primeiro membro da comitiva a ter a confirmação da infecção pelo novo coronavírus. Ambos voltaram ao Brasil na madrugada da quarta-feira, 11, no mesmo avião do presidente.

Os quatro estavam em isolamento por terem tido contato com Wajngarten. O primeiro exame de todos deu negativo. A confirmação veio no segundo teste.

Também na quinta foi confirmado que o presidente da Agência Brasileira de Promoção à Exportação (Apex), Almirante Sérgio Segovia, teve teste positivo para a covid-19. Ele também esteve nos EUA com o presidente, não apresenta sintomas e está em isolamento domiciliar.

Os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, também tiveram resultado positivo após a viagem.

Os dois testes de Jair Bolsonaro deram negativo, mas o Ministério da Saúde recomendou que o exame seja refeito na próxima semana. Enquanto isso, a recomendação é para que Bolsonaro siga em “monitoramento”.

No domingo, 15, Bolsonaro quebrou a recomendação de cautela e participou de um ato a favor do governo e com críticas ao Judiciário e ao Legislativo. Ele chegou a apertar a mão de apoiadores em frente ao Palácio do Planalto.

Os 22 contaminados que integraram ou tiveram contato com a comitiva de Bolsonaro nos EUA são os seguintes:

Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência da República

Nelsinho Trad, senador pelo PTB-MS

Nestor Forster, embaixador e encarregado de negócios do Brasil nos EUA

Karina Kufa, advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil

Sérgio Lima, publicitário e marqueteiro do Aliança pelo Brasil

Samy Liberman, secretário-adjunto de comunicação da Presidência

Alan Coelho de Séllos, chefe do cerimonial do Itamaraty

Quatro integrantes não-identificados da equipe de apoio do voo presidencial aos EUA

Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia

Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústria do Estado de Minas Gerais

Daniel Freitas, deputado federal (PSL-SC)

Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI

Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia

Sérgio Segovia, presidente da Apex

Filipe Martins, assessor internacional da Presidência

Major Cid, chefe da ajudância de ordens

Coronel Suarez, diretor do Departamento de Segurança Presidencial

Carlos França, chefe do Cerimonial

Agência Estado