Em crise com o presidente Jair Bolsonaro, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), já retirou cinco deputados bolsonaristas da vice-liderança da legenda. Daniel Silveira (RJ), Cabo Junio Amaral (MG), Caroline de Toni (SC), Filipe Barros (PR) e Chris Tonietto (RJ) perderam seus postos como vice-líderes nos últimos dias. Com isso, eles perdem o direito também a assessores da liderança, que tinham antes.
A bancada está dividida. Waldir e os demais de seu grupo apoiam o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Bolsonaro e dois advogados patrocinam uma investida contra o partido.
Waldir desencadeou, nesta semana, uma série de punições contra os que estão do lado de Bolsonaro no racha interno. Também retirou os deputados de comissões e negou acesso a serviços de assesoria legislativa da liderança.
Para o lugar dos excluídos, Waldir tem indicado parlamentares ligados ao grupo de Bivar. Entre eles está a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP), que apesar deste cargo tem se posicionado a favor da cúpula da legenda. Também viraram vice-líderes outros cinco deputados: Coronel Tadeu (SP), Nelson Barbudo (MT), Dayane Pimentel (BA), Nereu Crispim (RS) e Daniel Freitas (SC). O número de vice-líderes indicados é maior do que os retirados porque nem todas as vagas estavam preenchidas.
A Comissão de Administração da Assembleia Legislativa pediu à Procuradoria da Casa que apure se o secretário de Planejamento e Finanças do Governo do Estado, Aldemir Freire, cometeu crime de responsabilidade ao não atender a um pedido de informações enviado desde setembro.
De acordo com o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade), um dos integrantes da comissão, Aldemir Freire é chamado na Assembleia desde setembro, mas até agora não compareceu. O deputado afirma que a solicitação começou como um convite, mas que, diante da recusa, foi aprovada uma convocação – que o secretário é obrigado a atender, sob pena de perder o cargo.
Os parlamentares da Comissão de Administração querem que o secretário preste contas de movimentações financeiros envolvendo verbas de órgãos da administração indireta do governo, como o Departamento de Trânsito (Detran) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). Desde agosto, os caixas desses órgãos foram unificados ao caixa do Poder Executivo.
“Não é nossa intenção prejudicar a pessoa do secretário, mas precisamos apurar se houve crime de responsabilidade, sob pena de desmoralização da Assembleia e a instituição de que aqui é um anexo do Governo do Estado”, afirmou Kelps. “Desde o dia 4 de outubro, o secretário não responde às minhas mensagens no WhatsApp”, tinha dito o deputado na sessão de quarta-feira, 16.
Além do pedido à Procuradoria, os deputados reforçaram a convocação de Aldemir na sessão desta quinta-feira, 17, da Assembleia e cobraram explicações do secretário. “Esta Casa precisa e deve lutar pelo respeito que possui. É inaceitável que uma comissão que integra esta Casa seja desmoralizada desta forma”, registrou o deputado Coronel Azevedo (PSC), que também integra a comissão, assim como o deputado Gustavo Carvalho (PSDB).
O Agora RN procurou a Secretaria Estadual de Planejamento e Finanças (Seplan) e perguntou por que as solicitações dos deputados não foram atendidas. A pasta não tinha respondido ao questionamento até a publicação desta reportagem.
O presidente Jair Bolsonaro resolveu retirar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso. Seu substituto no cargo será o senador Eduardo Gomes (MDB-TO). De acordo com integrantes do governo, a crise com o PSL acelerou a saída de Joice, mas a troca já era cogitada há algum tempo.
A situação de Joice ficou insustentável no governo na quarta-feira, após a deputada assinar uma lista de apoio à permanência de Delegado Waldir (GO) na liderança do PSL na Câmara. Bolsonaro articulou para que um dos seus filhos, o deputado. Eduardo Bolsonaro (SP), assuma o lugar.
Joice foi escolhida líder do governo em fevereiro, pela indicação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e tinha bom trânsito com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que no início do governo era responsável pela articulação política. Ela vinha perdendo espaço, no entanto, desde que a a articulação foi repassada para a Secretaria de Governo, em agosto. O ministro Luiz Eduardo Ramos, titular da pasta, deu preferência ao líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).
Bolsonaro também já criticou Joice publicamente por, segundo ele, estar com “um pé em cada canoa”, em referência à sua aproximação com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para uma possível candidatura à prefeitura de São Paulo em 2020.
Entre a noite de quarta-feira e a manhã desta quinta-feira, Joice discutiu no Twitter com o o assessor especial da Presidência Filipe Martins e com o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP).
Senador de primeiro mandato, Eduardo Gomes foi deputado federal por três mandatos, entre 2003 e 2011. Também já foi vereador em Palmas entre 1997 e 2003.
“Guerra das Listas”
O racha no PSL ficou evidente na noite de quarta-feira. A deputada Alê Silva (MG) divulgou nesta madrugada uma relação de nomes da bancada do partido que estariam de cada um dos lados da “guerra das listas”, na Câmara dos Deputados. São 26 nomes com o presidente da sigla, Luciano Bivar , e outros 27 ao lado do presidente Jair Bolsonaro . Os parlamentares haviam se recusado a revelar a identidade de cada “tropa” à imprensa.
Na mesma noite, circularam pelo Congresso quatro mensagens em áudio, no Whatsapp, em que o presidente Jair Bolsonaro articularia a deposição de Delegado Waldir .
“Olha só, nós somos 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder e botar o outro. Entrando outro, agora, em dezembro tem eleições para o futuro líder a partir do ano que vem”, diz Bolsonaro. “Da maneira como está, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? É o poder de indicar pessoas, arranjar cargos no partido, é promessa para fuga eleitoral por causa das eleições. É isso que o cara tem. Mas você sabe que o humor desses caras mudam”.
Nos áudios, o presidente diz “nunca ter sido favorável a listas, para deixar bem claro, mas no momento você não tem outra alternativa”. Em seguida, ele afirma que ligaria para outras pessoas para, “quem sabe, passar com folga até (das 27 assinaturas)”.
“Já tinha 25. Consegui o Peternelli agora. Vou ligar para outras pessoas”, diz Bolsonaro.
Jair Bolsonaro foi gravado nessa quarta-feira à tarde pedindo o apoio de deputados do PSL para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir, que acabou sendo deposto horas depois, para a entrada de Eduardo Bolsonaro.
“Estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder, e colocar o outro. A gente acerta. Entrando o outro agora, dezembro tem eleições para o futuro líder. A maneira como tá, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? O poder de indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições, é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras de uma hora para a outra muda”, afirmou Bolsonaro a um interlocutor desconhecido.
O presidente segue:
“Numa boa, porque é uma medida legal… Eu nunca fui favorável à lista não, sou favorável a eleição direta, mas no momento você não tem outra alternativa, só tem a lista”.
Bolsonaro disse que ligou para deputados insatisfeitos de seu partido:
“Aqui tem 25 (assinaturas) , já falei com o (deputado General) Peternelli, vou ligar para outras pessoas. Até quem sabe que passe aí de uns números… Se fechar agora, já tem o suficiente”.
As gravações foram feitas de maneira oculta no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira.
Procurado, o Planalto não comentou.
Bolsonaro: “Se alguém grampeou o telefone, é uma desonestidade”
Jair Bolsonaro disse que os parlamentares que gravaram suas conversas agiram com desonestidade:
“Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com deputados. Eu não trato publicamente desse assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou o telefone, primeiro, é uma desonestidade.”
Por unanimidade, os 29 vereadores da cidade do Natal, aprovaram durante a Sessão Ordinária desta quarta-feira (16), a nota de repúdio feita pela Comissão de Saúde da Casa, que critica a possibilidade de fechamento do Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira. A estrutura hospitalar atualmente é referência no Rio Grande do Norte em cirurgias vasculares e tratamento de diabéticos. Inaugurado em outubro de 2010, o Hospital Ruy Pereira tinha como principal função desafogar os corredores lotados do Walfredo Gurgel.
Os parlamentares explanaram suas críticas ao fechamento do hospital e aprovaram a união da casa em defesa da população do estado, diante do atual quadro crítico da saúde pública. O vereador Luiz Almir (Sem partido), ressaltou a participação de todos os vereadores na luta pelas pessoas que dependem do serviço público. “Todos nós assinamos a moção. Essa dor é nossa. Que nós façamos um grupo de vereadores e possamos ir com todas essas assinaturas até a Governadora e entregar em mãos para dizer a ela que a casa toda está solidária com o povo mais carente e que sem o hospital não pode ficar”, ressaltou Luiz Almir.
A vice-presidente da CMN, a vereadora Nina Souza (PDT), pediu o empenho dos parlamentares para que seja cobrado o apoio da bancada federal. “Eu quero lembrar que cada um de nós votou em um Deputado Federal e votou em um Senador. Tá na hora de pegar o telefone, pegar o papel e pedir a esse pessoal para colocar algum recurso para o Hospital Ruy Pereira. A hora é essa, a hora é agora. Não adianta só a moção. Obviamente a moção é importante, está dizendo à governadora da nossa indignação, mas é preciso que paralelo a isso façamos sim um trabalho junto à bancada federal pedindo urgentemente recursos de emenda parlamentar para o Ruy Pereira”, pontuou Nina.
“São leitos que serão fechados, não se trata de um, dois, três, se trata de muitos. Então fica aqui a minha indignação, aqui ninguém tem que ser de bandeira, tem que ser os 29 vereadores assinando e cobrando da bancada federal. Cada deputado tem 16 milhões de reais por ano. Se cada um desse tirar 1 milhão, mais os senadores, já resolve. Vamos cobrar e exigir também a participação deles”, acrescentou o vereador Klaus Araújo (SD).
O presidente da Comissão, vereador Fernando Lucena (PT) agradeceu o apoio de todos os vereadores e ressaltou a participação da casa. “Pela primeira vez eu vi a Câmara 100% fechada em prol do povo. Isso nos orgulha porque mostra que o vereador é uma pessoa do povo, sente a dor do povo. Então a Câmara responde de uma forma que me surpreende e mostra que esses vinte e nove que estão aqui representam a população. Aqui não discutimos cores partidárias, nem partidos e sim a saúde do povo.
Ele ainda explicou quais os próximos passos, a partir de agora. “Existem várias propostas, a de procurar a governadora, a de procurar a bancada federal, os senadores e deputados para buscar recursos para o Ruy Pereira, que tira esse discurso de que vai fechar por falta de verbas. Nós vamos resolver e o povo vai ficar com o Ruy Pereira aberto porque é uma necessidade do Rio Grande do Norte”, adiantou.
Segue Nota de Repúdio
Inaugurado em outubro de 2010, o Hospital Ruy Pereira tinha como principal função desafogar os corredores lotados do Walfredo Gurgel. Passados 9 anos de sua fundação, o Hospital Ruy Pereira é considerado referência em cirurgias vasculares e o destino certo de pacientes em tratamento de “pé diabético”. O motivo alegado pelo Secretário de Saúde para o fechamento do Hospital diz respeito às condições de estrutura do prédio. Contudo, o laudo do corpo de bombeiros não é de interdição do hospital, e sim de adequação do prédio às necessidades de um bom atendimento à população. O Governo Federal adota uma política de destruição do SUS, potencializando ainda mais a crise do sistema de saúde publica, aumentando as demandas de atendimento, tratamento e cirurgia da população. Fechar um hospital da importância do Ruy Pereira, quando salta aos olhos a necessidade de aumento de leitos no estado, é um retrocesso, um atraso sem precedentes, é um duro ataque ao direito sagrado à saúde da nossa população. Governadora, não vamos deixar a senhora cometer esse crime, contra aqueles/as que mais precisam de assistência à saúde.
Na manhã desta quarta-feira, 16, na Câmara Municipal de São Paulo do Potengi, vereadores do município e da região receberam no gabinete da Presidência, a diretoria do Hospital Regional Monsenhor Expedito de nossa cidade, Lígia Ribeiro, para tratar de assuntos voltado ao Hospital. A reunião contou com a presença de representantes de V URSAP e da Secretaria Estadual da Saúde Pública-SESAP.
Informações sobre o Termo de Cooperação entre Estado e Municípios; O novo funcionamento do Hospital Regional; Implantação da Classificação de Risco no Hospital e municípios e a criação da Comissão de acompanhamento a gestão do hospital, esses foram os assuntos que pautaram a reunião.
Participaram da reunião o Presidente da Casa Legislativa, Diogo Alves; Assis Araújo; João Cabral; Erinho; Telma; Marli; Kekeu e Allyson.
A diretoria do Hospital Regional Dr. Lígia Carneiro, Valneide Macêdo (Cond. Epidemiologia) HRSPP, Fabíola Medeiros (Cond. Da Enfermagem) HRSPP e Simone Melo (Assitência Social) HRSPP.
Estiveram também os Vereadores: Ivanaldo; Aldemir (ambos de Lagoa de Velhos) e Paulo Sérgio (Santa Maria).
Em pronunciamento durante sessão ordinária nesta terça-feira (15), o deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade) cobrou mais uma vez o Governo do Estado o pagamento dos servidores públicos, que seguem com salários atrasados.
“Nós temos servidores públicos com três salários atrasados de diversas áreas. Particularmente, fico constrangido ao andar pelo nosso estado e me deparar com servidores que passaram meses trabalhando, se esforçando e que ao chegar o final do mês não recebem seu pagamento. É um absurdo. Por isso, nós fazemos essa cobrança mais uma vez”, afirmou Allyson.
“Governo do Estado pague os salários dos servidores”, concluiu.
Por diversas vezes, o parlamentar se pronunciou em plenário cobrando o pagamento dos salários por parte do governo estadual. Os salários estão há três meses atrasados.