Os agentes e escrivães da Polícia Civil do Rio Grande do Norte têm o terceiro pior salário de todo o Brasil. O piso salarial de R$ 3,755 mil só fica à frente do que é pago para policiais de São Paulo (R$ 3,743 mil) e do estado do Ceará (R$ 3,723 mil).
As informações estão no Ranking Salarial da Polícia Civil Brasileira 2019. O estudo foi elaborado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) com base em dados oficiais colhidos por meio do Portal da Transparência, Diário Oficial e Secretarias de Segurança Pública de todos os estados da Federação.
A análise do ranking mostra, ainda, que os estados que melhor pagam sua polícia não estão entre os que têm o maior Produto Interno Bruto (PIB). Um exemplo disso é que os agentes e escrivães de São Paulo recebem o segundo pior salário do Brasil.
“A exceção, neste ranking, é o Rio Grande do Sul, que tem o quarto maior PIB e o quarto melhor salário do país. Os outros estados mais bem posicionados no ranking salarial não figuram na lista dos cinco que têm a maior riqueza. E isso deixa claro que valorizar a carreira policial não é uma decisão econômica, mas política”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.
De acordo com o estudo, o maior piso salarial é pago aos policiais civis do estado do Amazonas, ne região Norte. Por lá, os agentes e escrivães recebem R$ 9,613 mil.
Com relação ao salário pago aos delegados, ainda de acordo com a pesquisa, o Rio Grande do Norte está em 17º. Os responsáveis pelos distritos policiais potiguares têm piso inicial de R$ 15,290 mil. O topo da tabela é ocupado pelos delegados do estado do Moto Grosso, cujo salário é de R$ 24,451. Na outra extremidade da tabela, com vencimento inicial de R$ 9.069 mil, estão os delegados do Ceará.
O reajuste salarial para agentes e escrivães é um dos temas da assembleia geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. A reunião marcada para esta segunda-feira, 7, às 8h, pode definir uma paralisação. Os agentes de segurança reclamam de mudanças no plano de reestruturação da categoria, maior celeridade nos processos de promoção e progressão e pagamento de salários atrasados.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol), Nilton Arruda, o Governo do Estado não demonstrou interesse em promover promoções e progressões de carreira. “Temos também reivindicações sobre a melhoria da estrutura do trabalho dos policiais civis do Rio Grande do Norte”, reclama.
Os policiais têm queixas relacionadas com a demora do Estado em realizar a restruturação da carreira dos agentes de segurança. Reuniões entre a entidade representativa da categoria e a Secretaria Estadual de Administração (Sead) foram realizadas ao longo do mês de setembro, mas não houve avanço nas discussões. “Temos um dos piores salários de todo o país. Queremos mais celeridade e menos burocracia nas nossas progressões. Esperamos que o projeto lei modificando o plano de carreia da Polícia Civil seja enviado à Assembleia Legislativa ainda este mês”, finaliza.
Atualmente, o RN conta efetivo de cerca de 1,39 mil policiais civis, segundo dados do Sinpol. A entidade estima que o número ideal de agentes deveria ser de 5,15 mil. Um déficit de 3,7 mil agentes.
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