Os servidores estaduais da Saúde realizam nesta quinta-feira, 10, paralisação de advertência, com período de 24 horas, em todas as unidades hospitalares do governo do Estado em Natal. A categoria exige o pagamento dos salários atrasados. Uma das bases do protesto foi em frente ao Hospital Walfredo Gurgel, em Lagoa Nova, na zona Sul da capital.
Segundo o Sindicato do Servidores Estaduais da Saúde (Sindsaúde), o Executivo estadual está devendo parte do 13º de 2017 para profissionais que ganham acima de R$ 5 mil, uma parcela do novembro de 2018, bem como toda a folha mês de dezembro de 2018 e do 13º de 2018.
De acordo com Manoel Egídio da Silva Júnior, coordenador do Sindsaúde, o protesto de advertência foi aprovado em assembleia geral da categoria no último dia 4 de janeiro. “A ação estava programada desde a semana passada. A categoria não está satisfeita com a falta de informações sobre o pagamento dos salários atrasados”, diz ele.
Ele explicou que o sindicato não assinou o acordo com o Governo em relação aos salários de 2019. Uma reunião entre representantes sindicais e secretários estaduais foi realizada na noite da última quarta-feira, 9, no Centro Administrativo.
A sugestão é que os servidores receberão 30% do salário bruto de janeiro até sexta-feira, dia 11. Os 70% restantes serão pagos no dia 16 para os funcionários que recebem até R$ 3 mil e até o dia 31 para os demais trabalhadores. “Nós não assinamos o acordo. A direção não pode definir os interesses de toda a categoria”, explica. À tarde, às 14h, os servidores da Saúde farão a assembleia geral. A reunião será feita em frente ao Hospital Walfredo Gurgel.
Durante a manifestação, os serviços no Walfredo Gurgel foram reduzidos para 30%, mas as atividades de urgência e emergência não foram afetadas. A falta de vencimentos provoca o acúmulo de dívidas e impõe uma rotina de privações. “Não pude pagar minhas contas de luz e de água de dezembro. Tive de pedir para a minha mãe”, diz Erissandra Maria dos Santos, que é técnica de enfermagem do Hospital Psiquiátrico João Machado.
Ela teme que o atraso nos salários afete o pagamento das mensalidades do imóvel que está financiando. “Meu maior medo é não conseguir pagar a minha casa. Só tenho esta fonte de renda, e é muito difícil continuar com esta incerteza”, diz.
Para o técnico de enfermagem Jobert Carvalho, que atua no Walfredo Gurgel, a falta de salários também afeta o lado psicológico dos servidores. “Temos um serviço estafante, que exige muito de nós, e, para completar, ainda não temos nosso salário. Precisamos trabalhar com a sobrecarga de serviços e das dívidas que se acumulam”, encerra.
Agora RN