27 de setembro de 2018

Carlos Eduardo Alves afirma: “Governador blefa como se fosse jogador de baralho”

O candidato a governador pela coligação 100% RN, Carlos Eduardo Alves (PDT), usou sua conta pessoal no Twitter para rebater o que classifica “de novas mentiras” do atual governador Robinson Faria (PSD) em sua propaganda. Segundo Carlos Eduardo, o atual governador está “desesperado e age tal como um jogador que blefa em busca insana pelo impossível, como se a eleição fosse um jogo de cartas de baralho”.

Em suas publicações nas redes sociais Carlos Eduardo informou que vai processar Robinson pelo conteúdo exibido em suas propagandas eleitorais. “Em nome da verdade e em defesa de minha honra afrontada de forma desesperada e covarde informo que acionei judicialmente o atual governador e sua campanha em função de mentiras veiculadas por ele nos últimos dias contra mim em sua propaganda, que buscam atingir com ódio incontrolável, uma história limpa de 32 anos de vida pública”, escreveu Alves.

O ex-prefeito de Natal se irritou com as suspeitas realçadas por Robinson de que ele teria realizado esquema de propina com empresas do setor de transporte para subir o preço das passagens de ônibus. O caso é investigado atualmente pelo Ministério Público.

“O atual governador mente e se desespera ao tentar envolver até mesmo o Ministério Público na teia de suas calúnias, ao pôr em dúvida a lisura de nossas gestões como prefeito de Natal na área de transporte público. Rebato a leviandade afirmando que o Ministério Público abriu investigação gerada por carta anônima, mentirosa, apócrifa e que vai mostrar o inevitável: que nunca me envolvi em nada que desabonasse ou pusesse em dúvida conduta ilibada e atestada pelo povo de Natal. O Ministério Público não faz qualquer juízo de valor a meu respeito, conforme irresponsavelmente insinua a publicidade do atual governador”, disse o pedetista.

Carlos Eduardo, em seguida, responde sobre os reajustes tarifários do transporte público, colocando a responsabilidade no atual prefeito de Natal, Álvaro Dias (MDB), negando que sua gestão jamais tenha ido contra as empresas de transporte. “O atual governador volta a mentir ao veicular cálculo de tarifa incluindo um reajuste acontecido em maio deste ano, quando nem prefeito de Natal eu era mais. Mente de novo quando tenta enganar a opinião pública divulgando que nunca houve ações da Prefeitura, nas minhas gestões, contra empresas de transporte, um delírio que pode ser facilmente desmentido em qualquer contato com o Tribunal de Justiça”.

Por fim, o candidato do PDT garante que atua de forma independente do MDB e de seus parentes filiados ao partido, como o senador Garibaldi Alves. Carlos Eduardo compara Robinson a um “jogador de baralhos” que “blefa” em suas propagandas. “Em minhas campanhas de prefeito (em duas de minhas eleições para ser preciso), enfrentei o PMDB, partido liderado por familiares meus, sem jamais ter sido deles preposto ou instrumento; o atual governador mostra não ter limites, tal um jogador que blefa em busca insana pelo impossível, como se a eleição fosse um jogo de cartas de baralho”, concluiu.

Agora RN

Artigo Ney Lopes: “7 de outubro: “Dia D” da Democracia”

Ney Lopes- jornalista, advogado, professor de Direito Constitucional – [email protected]www.blogdoneylopes.com.br

Quando presidi o Parlamento Latino Americano (instituição internacional referendada por tratados dos países latino-americanos, no modelo do Parlamento Europeu) tive experiência próxima com o Instituto Latino Barômetro, uma ONG, sediada no Chile, responsável por pesquisas aplicadas anualmente na política e economia, em 18 países da América Latina.

No último relatório (outubro de 2017), o Brasil é o segundo com maior descrença na democracia, à frente apenas da Guatemala.

A chilena Marta Lagos, uma das responsáveis pela pesquisa, afirmou que há países sofrendo de “diabete democrática”, com sintomas lentos e invisíveis, que se não forem tratados a tempo, “matarão” essas democracias, diante do perigo do

“voto popular” referendar o uso da força, premiando o radicalismo de direita, ou de esquerda.

O caminho do autoritarismo não deu certo em nenhum lugar do mundo.

O fenômeno inverte as tendências históricas.

Se antes, as democracias eram derrubadas por pelotões armados, a estratégia atual é asfixiá-las, através da imposição de “regras prévias” para “vigiar e tutelar” a voz das urnas.

Assim foram os “desastres” eleitorais de Chávez (hoje Maduro) na Venezuela, Putin na Rússia, Viktor Orbán na Hungria, Erdogan na Turquia (Partido Justiça e Desenvolvimento), Rodrigo Duterte nas Filipinas, Fujimori no Peru, Rafael Correa no Equador, na Polônia partido de direita, ultraconservador “Lei e Justiça (PiS)”, Anastasio Somoza na Nicarágua, Evo Morales, na Bolívia e outros.

A Alemanha, no início do século XX, devastada por grave crise (semelhante ao Brasil atual), optou por delegar a uma comissão de notáveis, liderada pelo jurista Hugo Preuss, a elaboração do projeto de Constituição, que não conteve a insatisfação social.

Em 1933, o voto popular dos “inocentes úteis” levou os nazistas ao poder.
Na Itália, não foi diferente.

O país vivia grave crise e Benito Mussolini, aos 38 anos de idade elege-se deputado, pelo voto popular (1921). Logo criou e comandou os chamados “camisas negras”, que pregavam o salvacionismo da pátria, ações messiânicas e impactantes de moralização, anticorrupção e antiviolência.

Após a chamada “Marcha sobre Roma” (1922), ele ocupa o cargo de primeiro ministro, em decorrência de ameaças, que anunciaram um ataque militar, caso o rei Vitor Emanuel III não o indicasse. O monarca acuado, cedeu.

Numa véspera de Natal, Mussolini usou os poderes discricionários e mudou o título de “presidente do Conselho de Ministros” para “chefe do governo”. Criou para si a patente de “Primeiro Marechal do Império” (antes foi sargento na I Guerra Mundial). Começa aí a implantação do seu projeto político fascista na Itália, que “deu no que deu”.

Fatos históricos “abrem o olho” do eleitor brasileiro, para que o espaço eleitoral de 2018 seja usado na “consolidação da nossa democracia”.

Churchill disse, que a democracia tem defeitos, mas ainda é a melhor forma de governo experimentada na história. Não se nega que o sistema brasileiro está desgastado, precisa de reformas e mudanças que o regenerem, erradicando a corrupção e os desmandos.

Todavia, não será a “força discricionária” que mudará esse quadro.

Ao contrário aumentará tensões.

Existem exemplos históricos, indicando caminhos pela via política e não autoritária, sem o sacrifício das liberdades: os pactos de “Moncloa” (Espanha) e “Concertácion” (Chile), firmados em defesa da governabilidade democrática.

O Pacto de Moncloa (Espanha-1977) transformou-se em “consenso histórico” sobre as reformas inadiáveis.

No Chile (1988), após a ditadura de Pinochet, foi construída a coalizão política denominada “Concertación”, que conduziu o país à integração nos processos de globalização mundial.

Não houve adesões, nem fisiologismos. Apenas, grupos políticos antagônicos sentaram-se em torno de uma mesa e definiram o que é interesse nacional, incluindo a garantia da economia de mercado, concorrência e incentivos.

Nos sistemas totalitários citados neste artigo, a primeira medida foi a intervenção estatal na economia privada.

Somente a luta pela Democracia, sem concessões, conduzirá nossa Nação à paz social. Espera-se que ao final da eleição prevaleça o resultado das urnas, seja lá qual for e por mais desagradável que pareça.

Outra alternativa significaria mais uma experiência autoritária ruinosa.

Por tais motivos, 7 de outubro próximo será o “Dia D” da Democracia brasileira, assemelhando-se ao feito histórico do desembarque aliado na Normandia, que pôs fim a II Guerra e preservou as liberdades no mundo.