“Quem tiver mais voto leva”, diz Bolsonaro após debate; Lula fala em “restabelecer harmonia neste país”

Lula e Bolsonaro posicionados para o último debate presidencial do segundo turno. Globo/João Miguel Júnior

Na antevéspera do segundo turno da eleição para presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram na noite desta sexta-feira (28) no último debate da campanha. No encontro promovido pela TV Globo, os presidenciáveis trocaram acusações, defenderam seus governos e discutiram temas como corrupção, salário-mínimo, acesso às armas e a pandemia.

Após o debate, em entrevista à jornalista Renata Lo Prete, Bolsonaro disse sobre resultado das eleições no domingo (30) que “quem tiver mais voto leva”, indicando que respeitará os resultados das urnas. Ele ressaltou que “não se arrepende” de ter entrado com pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre inserções de sua campanha que não teriam sido veiculadas em rádios no Nordeste.

“Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tivesse culpa de nada, não teria demitido o funcionário da forma como demitiu trinta minutos depois que ele apresentou que o TSE não estava fazendo a sua parte”, disse. “O TSE, no meu entender, deveria pelo menos investigar [as denúncias]”, completou.

Já Lula encerrou o debate dizendo que, se depender do povo brasileiro, ele voltará a ser presidente para “reestabelecer a harmonia neste país”. “Possivelmente, os melhores momentos que este país viveu, nessas últimas décadas, foi no tempo que eu governei esse país. Porque não tinha briga, não tinha confusão, não tinha ódio”, afirmou.

O petista ressaltou que, no seu governo, o Ministério da Educação foi o maior vendedor de livros do mundo. “Eram distribuídos 16 milhões de livros didáticos para o ensino médio. A cultura funcionava. A educação funcionava. O povo trabalhava. O salário aumentava. Durante meu período de governo o salário aumentou todo ano acima da inflação. E a gente pode reconstruir este país. Depende única e exclusivamente de você ir votar no domingo”, concluiu, incentivando o comparecimento às urnas. A abstenção no segundo turno tem sido uma preocupação das duas campanhas.

Confira abaixo os principais destaques do debate.

Salário-mínimo

Bolsonaro começou o debate dizendo que, mesmo diante de problemas com a pandemia, seu governo concedeu reajuste para os aposentados e elevou o salário-mínimo.

Ele afirmou que o novo salário-mínimo será de R$ 1.400 a partir do ano que vem. Segundo o presidente, Lula e o PT usaram a propaganda na televisão e nas inserções de rádio para dizer que o governo não irá reajustar o salário-mínimo, as aposentadorias e vai acabar com direitos como o 13º, férias e horas extras. “Confirma isso? Fim do 13ª, das horas extras e das férias?”, questionou o presidente.

Lula começou sua participação agradecendo os votos que recebeu no primeiro turno e dizendo que sua candidatura representa “dez partidos políticos”, a “sociedade brasileira que defende a democracia”, as “mulheres que são vítimas de feminicídio”, além de trabalhadores, estudantes, o povo negro e os que amam a liberdade.

Sobre o salário-mínimo, o ex-presidente afirmou que o valor atualmente é menor do que quando Bolsonaro assumiu o governo. “A verdade é que, durante todo o meu governo, eu aumentei o salário-mínimo em 74%, enquanto ele não aumentou e agora é muito fácil prometer. Queria que ele respondesse o porquê, nesses quatro anos, ele não aumentou o salário-mínimo”, disse.

O presidente disse que os reajustes não foram maiores por causa da pandemia e de uma “crise mundial”. “Fizemos o possível”, disse.

Os candidatos chamaram um ao outro de mentiroso.

“Se não fosse a gente trabalhar, os pobres estariam numa situação bastante difícil”, disse o presidente. “Estou querendo saber claramente por que você não deu aumento real para o salário-mínimo, sendo que eu dei 74% de aumento real”, disse o petista.

CNN Brasil

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