Agora RN – O vereador Cícero Martins (PSL) expôs sua insatisfação com o número de militares que participam da legenda no Estado. Ele avalia que o partido “existe um quartel”. Por conta disso, o parlamentar avalia deixar a sigla ainda este ano.
Ao falar sobre o início da sua relação com o PSL, Cícero conta que anteriormente era um dos únicos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na Câmara Municipal de Natal.
“Eu fui o primeiro parlamentar do Rio Grande do Norte a apoiar Bolsonaro abertamente. Na época, era conhecido como ‘o doidinho da Câmara’ e todos me levavam na gozação. No segundo turno das eleições 2018, com o apoio de Carlos Eduardo (então candidato a governador) a Bolsonaro, eu vi a Câmara repleta de doidinhos”, falou, em entrevista ao programa “Agora News”, da 97 FM.
As críticas do parlamentar ao partido giram em torno da quantidade de militares presentes dentro dos quadros do diretório. “Não existe um partido, existe um quartel. Eu até brinco dizendo que você tem duas formas de entrar no Exército: ou você vai lá ingressar nele ou você se filia ao PSL”, afirmou, em tom de crítica.
O vereador também cobrou mais protagonismo dentro do partido. “Sou um defensor ferrenho da direita na câmara e das pautas de Jair Bolsonaro. Eu não entendo como a professora Eleika Bezerra, além de ser a líder do partido na Câmara, ser presidente do Diretório Municipal do PSL, e eu não ser nem auxiliar de serviços gerais”, reclamou.
Sobre a probabilidade de deixar o partido, o vereador Cícero Martins explicou que há forte descontentamento com os líderes do PSL no Rio Grande do Norte. Ele afirmou que tem o desejo de se desligar do partido. “Eu não bato continência para ninguém. Eu acho que em um partido tem que existir respeito e democracia. Nós estamos em uma ‘ditadura partidária’ dentro do PSL. Se o coronel Azevedo (deputado estadual) saiu, se eu tenho desejo de sair, é pelo motivo de ter algo errado com o partido e não conosco”, revelou o vereador. Vale lembrar que o deputado estadual André Azevedo, coronel da Polícia Militar, anunciou a saída do partido. Ele também criticou a direção estadual do PSL – sem entrar em detalhes, no entanto.
Mesmo após desentendimentos com o PSL, o vereador Cícero Martins frisa que ainda apoia o presidente Jair Bolsonaro e diz que o partido em alguns momentos o atrapalha.
“Estou totalmente ligado ao presidente Jair Bolsonaro, que, inclusive, lá está sofrendo retaliação do próprio partido. Não sou obrigado a dizer que meu partido é bonito, tenho que dizer a verdade. Sou Bolsonaro raiz. Quando ele estiver errado vou criticá-lo”, encerrou Cícero Martins.