O corte protagonizado pela bancada federal do Rio Grande do Norte nos recursos que seriam destinados a construção/revitalização do Terminal Turístico da Redinha, em Natal (de R$ 24 milhões para R$ 8,5 mi), continua rendendo reações na classe política da cidade. Nesta terça, 9, três vereadores emitiram opiniões contrárias a decisão que partiu de Brasília.
Para Nina Souza, do PDT, o corte de quase 70% nos recursos que seriam destinados à capital penaliza a cidade e contribui para o enfraquecimento da economia local, vez que os valores seriam destinados a um investimento significativo no turismo natalense, o que, consequentemente, acarretaria em uma movimentação maior de valores no município.
“Dentre as emendas que estavam previstas, a única que tinha viés estruturante era essa. Ela poderia ter sido cortada de forma proporcional (com as demais). O RN tem problema de recursos e o que fomenta a economia daqui hoje é o turismo. Os parlamentares precisam aprender que, se não fomentarmos o turismo, não sairemos nunca deste buraco”, criticou.
O corte proporcional dos recursos (que é uma determinação do Governo Federal) foi também o centro da crítica emitida pelo vereador Robson Carvalho (PMB). De acordo com ele, se o corte de apenas 20% fosse aplicado, o prejuízo não teria sido tão grande quanto está sendo para o turismo da cidade.
“Eu sugiro que haja sensibilidade e respeito com a população de Natal. O ideal era que fosse feito um corte linear, igual para todas as áreas, de modo a não ter um impacto tão negativo como teve no nosso turismo. Essa obra iria revitalizar a Redinha e resultaria numa melhora para o comércio. Queremos que a bancada federal olhe com mais respeito para Natal”, pediu.
Por fim, o vereador Kleber Fernandes (PDT) também corroborou com a opinião dos colegas e ainda denunciou que Natal não recebe uma emenda coletiva da bancada federal há anos, afirmando também que, na sua avaliação, esse corte se deu por razões individuais da maioria dos deputados federais e senadores que representam o RN.
“Foi um absurdo e um desrespeito. A falta de uma emenda coletiva – que a capital não merece dos parlamentares federais há anos – para contemplar uma intervenção de tamanha importância econômica e, por consequência, social, só prova, a meu ver, que a maioria da bancada se preocupou mais com as emendas individuais em detrimento da visão coletiva”, acusou.
Na justificativa para o corte, que inicialmente era muito maior (de R$ 24 milhões para R$ 1 milhão), a bancada federal alegou que quis priorizar setores mais importantes para o Estado como saúde, educação e segurança. Por isso, tiraram a verba que seria destinada ao turismo de Natal e mantiveram as destas áreas prioritárias.
No fim de semana passado, no entanto, uma corrente se formou na Redinha em defesa da revitalização do Terminal Turístico e acabou sensibilizando a bancada, que reduziu o corte e direcionou o montante de R$ 8,5 milhões para que a obra seja tocada pela Prefeitura do Natal. Todavia, a ideia da classe política local é de que o corte seja, apenas, de 20%.
Nesta terça-feira, foi lido no plenário da Câmara Municipal de Natal um texto que sugere moção de repúdio a atitude da bancada federal. Ficou agendada para hoje a votação do texto, que segundo o vereador Robson Carvalho “deverá ser aprovado” pela grande maioria.
Agora RN