Fundador do PSDB e um dos tucanos mais próximos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-deputado federal Xico Graziano deixou o partido e decidiu apoiar o candidato do PSL e ex-capitão da reserva, Jair Bolsonaro, no primeiro turno. Ex-chefe de gabinete de FH, Graziano escreveu uma carta de desfiliação em que faz críticas às disputas internas do partido e afirma que o PSDB não soube se diferenciar “nessa tragédia da democracia brasileira”.
Em conversa com o GLOBO, Graziano afirmou que votará contra o PT no domingo e declarou voto em Jair Bolsonaro. O ex-parlamentar diz que discorda de muitas das ideias de Bolsonaro mas que votará no capitão da reserva por considerá-lo o único capaz de vencer o PT na eleição.
— Conheci o Bolsonaro na Câmara quando fomos deputados. Ele é um cara honesto e coerente. Não concordo com várias das ideias dele, mas é inegável que ele é o único que está representando a derrubada desse sistema podre. Prefiro pagar o preço por me manifestar a ficar calado — diz.
No documento em que anuncia sua desfiliação, o ex-parlamentar não cita apoio a Bolsonaro. Na carta, publicada no site “Poder360”, o ex-tucano relembra os primeiros passos do partido quando ele e outros políticos que lutaram “contra o regime militar, defendendo as liberdades democráticas”, mas que discordavam da esquerda radical resolveram fundar o partido.
Graziano destaca o que chamou de período de ouro da sigla, entre 1994 e 2002, durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso e lamenta a morte de Mário Covas. Segundo ele, o ex-governador de São Paulo certamente sucederia Fernando Henrique em 2002.
O GLOBO