O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB) falou pela primeira vez após onze meses de prisão preventiva e um mês de prisão domiciliar. Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, publicada neste domingo (29), o político rechaçou a possibilidade de ser candidato nas próximas eleições.
Henrique Alves disse que, apesar de estar recebendo muitas demonstrações de apoio por parte de correligionários, “decidi que nesta eleição o meu papel será apenas de eleitor”. Em outro trecho, o ex-presidente da Câmara dos Deputados afirma que “este ano tenho zero articulação política, zero de qualquer ingerência. Apenas muita torcida para que meu MDB seja mais uma vez um partido vitorioso”.
Durante o período em que esteve preso, Henrique Alves desenvolveu quadro de depressão. Na entrevista, Alves conta que está sendo acompanhado duas vezes por semana por um psiquiatra e tomando “medicação bastante intensa”. O ex-parlamentar citou a “fé” como força que o conduziu durante momentos difíceis.
Preso em junho de 2017 por suspeita de envolvimento em desvios nas obras da Arena das Dunas, Henrique Alves classificou a denúncia como “absurda”. Para Alves, o Ministério Público, autor da denúncia, não agiu com má fé, “mas [com] desinformação”. Ele agradeceu às testemunhas do caso, que mesmo as “testemunhas de acusação – indicadas a dedo pelo Ministério Público – se transformaram em testemunhas de defesa”.
Na entrevista publicada pela Tribuna do Norte, Henrique Alves contou que está dedicando o período em liberdade para formular a sua defesa em outros processos pelo qual é investigado. O ex-deputado assume que fez uso de caixa 2 em campanhas e indaga que “atire a primeira pedra qual político nunca utilizou [caixa 2] no Brasil”. Ele ainda declarou que todas as doações de campanha que recebeu são legais. “A criminalização dessas doações é a criminalização da política”, analisou.
Sobre as próximas eleições, Henrique Alves dedicou apoio ao ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, candidato do MDB à presidência, e desejou sorte à legenda. O ex-deputado não fez considerações diretas sobre o cenário local, afirmando apenas que “Garibaldi é o melhor [candidato] de todos”.