Projeto Miradas, do IFRN de São Paulo do Potengi, é selecionado entre as 80 iniciativas mais inovadoras da educação brasileira

O projeto Miradas, desenvolvido por estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus São Paulo do Potengi, foi selecionado neste mês entre as 80 iniciativas mais inovadoras da educação brasileira no Prêmio LED 2026, promovido pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho. A premiação reconhece ações que transformam e geram impacto na educação por meio de práticas inovadoras e criativas.

Conduzido por três professoras de Língua Portuguesa, o Miradas incentiva a leitura e a produção de diversos gêneros textuais, como crônicas, roteiros, regulamentos, logotipos, teasers, cartazes, sinopses, thumbnails e curtas-metragens. O projeto nasceu da ideia de transformar o olhar dos estudantes sobre o cotidiano em arte. Criado por uma professora e 147 alunos do Ensino Médio, o ponto de partida foram as crônicas produzidas em sala de aula — relatos sensíveis sobre a vida e seus dilemas — que, posteriormente, se tornaram roteiros e, enfim, filmes. Assim surgiu o Festival de Curtas Miradas, o primeiro do campus.

A primeira edição do festival aconteceu em fevereiro de 2025, com cerimônia de exibição e premiação realizada na própria escola. Os vídeos foram disponibilizados no canal do projeto no YouTube, alcançando mais de 12 mil visualizações e 304 horas de exibição, o que ampliou o alcance das vozes estudantis para além dos muros do IFRN.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Julianny Dantas, a experiência trouxe grande envolvimento emocional entre os alunos.

“Foi perceptível a emoção dos estudantes em ver a si mesmos na tela do auditório, serem aplaudidos, parabenizados por professores, familiares e conterrâneos. Alguns ficaram tão entusiasmados que mantiveram suas equipes com o mesmo nome fantasia e hoje planejam novas experiências audiovisuais para concursos e projetos além da escola”, contou.

No Miradas, cada grupo funciona como uma produtora independente: cria nome, identidade visual e gerencia seus próprios processos criativos. A proposta une educação e economia criativa, estimulando competências ligadas à comunicação, gestão, design e produção audiovisual. “Um impacto tocante e inicialmente não previsto foi o orgulho e o reconhecimento da ação por parte dos familiares, verificado nos comentários e interações dos vídeos no YouTube”, acrescentou Julianny.

Atualmente, cerca de 200 estudantes se preparam para a segunda edição do festival, prevista para janeiro de 2026. As novas etapas incluem leitura coletiva, cine-debates, oficinas de escrita criativa, palestras com profissionais do audiovisual, planejamento de identidade visual e acompanhamento dos projetos.

Na seleção deste ano do Prêmio LED – Luz na Educação, o Miradas foi escolhido entre mais de 2.300 projetos de todo o país. O reconhecimento se deu com base em critérios como inovação, impacto, escalabilidade, replicabilidade e consistência metodológica. A equipe agora avança para a fase de entrevistas com o comitê técnico, que definirá os 15 finalistas da edição.

Com a indicação ao Prêmio LED, o Miradas reafirma o potencial transformador da educação pública e o protagonismo dos jovens potiguares na construção de novas linguagens e olhares sobre o mundo.

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