21 de fevereiro de 2024

Chefes da segurança, inteligência e administração do presídio de Mossoró são afastados

Fuga do presídio federal de Mossoró ocorreu por volta de 3h30. Foto: Google Earth

Os responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração do presídio federal de Mossoró foram afastados de seus cargos de chefia pela corregedora do sistema prisional federal, Marlene Inês da Rocha. A medida foi tomada nesta terça-feira (20) e valerá até que as investigações sejam concluídas.

Esses servidores, de acordo com a decisão, continuarão exercendo o cargo de agentes penais, mas sem chefiar os setores. O afastamento ocorre uma semana após dois presos fugirem da penitenciária federal, a primeira fuga do sistema federal desde que foi criado.

De acordo com a decisão da corregedora, o afastamento dos chefes dos setores vai durar até a conclusão dos procedimentos que apuram as circunstâncias da fuga.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal brasileiro, considerado de segurança máxima. O sistema foi criado em 2006. Eles fugiram na última quarta-feira (14).

Os fugitivos fizeram uma família refém na noite de sexta-feira (16), numa casa a três quilômetros da penitenciária. As autoridades policiais afirmam que as buscas se concentram sobretudo num raio de 15 km a partir da prisão. Foram montados também cinturões em áreas mais amplas.

Para fugir do presídio, os dois presos utilizaram ferramentas encontradas dentro da unidade, que estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos.

Em entrevista em Mossoró nesse domingo (18), Lewandowski disse que o episódio não afeta a segurança das penitenciárias de segurança máxima do país.

A Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em julho de 2009 e fica em uma área rural da cidade. Atualmente, o país conta com cinco unidades desse modelo. Elas estão em: Brasília (DF), Campo Grande (MS), Catanduvas (PR), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

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Busca por foragidos: leva de agentes da Força Nacional deve chegar ao RN nesta quarta-feira

Penitenciária de Mossoró foi a primeira a nível federal a registrar uma fuga de presos em todo o Brasil | Foto: SNPP/Gov

Há oito dias, durante a madrugada de quarta-feira (14), os detentos Deibson Cabral e Rogério Mendonça (criminosos de alta periculosidade que possuem penas superiores a 70 anos de prisão, cada um) conseguiram fugir da Penitenciária Federal em Mossoró. Desde então, uma força-tarefa formada por 500 agentes realiza buscas em localidades próximas à divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, onde elementos que apontam para o rastro dos criminosos foram encontrados. Nesta quarta-feira (21), uma parte da equipe formada por 100 agentes da Força Nacional chegam ao território potiguar a fim de reforçar as buscas.

Os agentes, cuja mobilização ao RN foi autorizada na última segunda-feira (19) pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowsky, já saíram de Brasília durante a terça-feira (20) e se locomovem ao estado em 20 carros e um ônibus. A primeira parte da equipe, que saiu no fim da manhã, deve chegar ainda nesta quarta. inicialmente, a Força Nacional irá permanecer por 30 dias na região.

Em portaria publicada pelo Ministério da Justiça nesta quarta, foi autorizado também o envio de agentes Força Penal Nacional a fim de reforçar a segurança no presídio federal, com apoio na parte externa bem como em treinamentos. O prazo vigente para a permanência dos agentes penais é de 60 dias.

Buscas e rastros

Ao longo das buscas, as forças policiais encontraram vestígios e duas evidências concretas da movimentação dos criminosos nas imediações da Penitenciária Federal de Mossoró. O primeiro elemento que leva a concentração da “caçada” aos homens no raio de 15 quilômetros da presídio foi constatado na quinta-feira (15), quando uma casa foi furtada na localidade de Riacho da Caça e roupas foram levadas do local, bem como um par de tênis. Na sexta-feira (16), agentes federais encontraram camisas, uma rede e pegadas de sapatilhas (semelhantes as usadas por detentos da penitenciária federal) na imediações da Serra Mossoró.

Durante a noite de sexta-feira, Deibson e Rogério invadiram uma casa e fizeram uma família refém por pelo menos quatro horas. Ali, eles comeram, assistiram um jornal e tomaram celulares das vítimas, bem como carregadores. A casa invadida fica a 3 km da penitenciária.

Segundo informações das forças policiais, os agentes captaram o sinal emitido pelos aparelhos roubados, mas a última emissão foi registrada no sábado (17). Com os elementos encontrados, um cerco é realizado na região abrange que a divisa entre Ceará e Rio Grande do Norte. Locais da zona rural da Cidade de Baraúna passam por constantes varreduras e barreiras foram montadas na rodovia RN-015.

Por meio de helicópteros, os policiais fazem buscas no Parque da Furna Feia, a qual possui entradas localizadas a cerca de seis quilômetros de distância do presídio. Porém, até a publicação desta matéria, não há evidência de que os detentos passaram ou estão na região.

Tribuna do Norte