“A maturidade me fez entender que não devo ouvir abutres”, essa foi a afirmação do deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB), se referindo à governadora Fátima Bezerra (PT), que afirmou que ele e os deputados Kelps Lima (Solidariedade) e Getúlio Rêgo (DEM), usaram a CPI da Covid-19 como palanque eleitoral. Para a gestora, essa atitude adotada pelos parlamentares envergonha a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
A governadora se referiu ao fato dos três parlamentares, que são de oposição, terem apresentado e votado um relatório paralelo pedindo o indiciamento dela, do secretário estadual de Saúde Cipriano Maia e de servidores públicos e empresários, por supostas irregularidades em contratos firmados durante a pandemia da Covid-19 no Estado.
Para Fátima, “o relatório final (com a parte dos deputados opositores) não se sustenta do ponto de vista jurídico, mas sim do ponto de vista político e serviu apenas para palco, proselitismo, demagogia, fazer o jogo dos interesses do bolsonarismo no Estado. Fazem isso de uma maneira irresponsável, massacrando a honra e a reputação das pessoas”, afirmou.
O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM), em entrevista ao AGORA RN, nesta terça-feira 28, rebateu as declarações da governadora dizendo que, “quando os descontrolados gritam, a melhor resposta é o silêncio. Não é respondendo desaforos e provocações que a gente vai crescer. Por isso, preferimos o silêncio do que jogar de volta as pedras”, afirmou.
“Eu não quero aprender lição de uma professora que nunca deu aulas. Não quero debater com Fátima no nível que ela propôs. Eu acho que ela perdeu uma grande oportunidade de explicar para a sociedade do Rio Grande do Norte o porquê do povo do Estado ter sofrido um calote de R$ 5 milhões e que ela continua ignorando esse fato. Era mais fácil para a população ouvi-la do porque ela participa de um conluio para dar prejuízo ao povo”, desabafou Getúlio.
Questionado se a CPI da Covid-19 da Assembleia Legislativa serviu de palanque eleitoral, conforme sugeriu a governadora Fátima Bezerra, o deputado negou o fato e explicou que, “a política e as disputas eleitorais, ocorrerá apenas no ano de 2022, no mês de outubro, e o povo está atento”, destacou.
Para Getúlio, “para quem está no governo, montado na cadeira da gestão estadual, dizendo que está batendo recordes de arrecadação e, mesmo assim, a população acumulando sofrimentos, dores e mortes pela incompetência da gestão na área de saúde. Pelo caos em nossa infraestrutura e pelo baixo nível da nossa educação, porque se Fátima está com tudo nas mãos, com dinheiro sobrando, e não protege o patrimônio do povo do Estado, não somos nós, que vamos julgá-la, e sim o povo”, enfatizou.
Em relação ao relatório paralelo, Getúlio disse que, “quando se fala em indícios, não se emite uma sentença condenatória. Isso faz parte dos inquéritos dos órgãos de controle, aos quais o documento será enviado para que se aprofunde as investigações e, se encontrar consistência, envie para o judiciário para sentença. Nós não somos julgadores, somos apenas fiscais do governo do Estado. O governo se omitiu em dar explicações à sociedade do RN sobre o prejuízo que o nosso povo acumulou e continua pagando ao Consórcio”, finalizou.
Com informações do Jornal Agora RN