Neste domingo (7), Lula completará um ano atrás das grades do prédio da Polícia Federal, em Curitiba. Sem direito a visitas ou banho de sol no fim de semana, o ex-presidente vai passar o dia praticamente sozinho. A única pessoa que verá é o agente da PF Jorge Chastallo, o principal responsável pela cela do preso.
Durante a semana, a rotina de Lula foi quase a mesma de sempre, visitas de seus advogados curitibanos duas vezes ao dia, e da família. Na quinta-feira quem passou por lá foi seu irmão Frei Chico e a filha Lurian. As visitas que fugiram à regra vieram na também quinta, o procurador aposentado Afrânio Silva Jardim e o jornalista Juca Kfouri. Emocionado com o encontro, Silva Jardim foi animado por Lula. O ex-presidente disse que o momento não era para choro, mas luta.
Ao longo da semana, o petista falou sobre o julgamento de seus recursos que estão parados no Superir Tribunal de Justiça (STJ). Sua defesa pediu para que o caso do tríplex vá para a justiça eleitoral. Lula repetiu que preferia “ficar preso com dignidade a ser solto como um rato”. Disse que espera que a justiça faça sua parte. Não foi uma menção casual. No início da semana, o ex-presidente mostrou indignação ao ver o ministro do STF Luís Roberto Barroso no mesmo evento que o procurador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol.
Mas nem tudo é lamento na vida do líder petista. Ao fazer um balanço do último ano, diz que nunca leu tanto na vida. Foram mais de 25 livros. Hoje, tem na cabeceira “O Alufá Rufino”, de João José Reis, e “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu.
BELA MEGALE / O GLOBO