
A decisão do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN) de decretar a caducidade das linhas operadas pela Empresa Alves pode representar mais do que o fim de uma concessão: pode ser o ponto de partida para a reconstrução do transporte intermunicipal potiguar.
O sistema vive há anos uma crise marcada por frota antiga, horários reduzidos e municípios sem atendimento regular. A medida, portanto, deve ser vista não como punição, mas como oportunidade de reorganização, com atração de novas empresas, renovação da frota e garantia de um serviço digno à população.
A experiência recente na Região Metropolitana de Natal mostra que é possível avançar. Após a caducidade da empresa Parnamirim Field, outra operadora assumiu as linhas, resultando em ônibus mais novos, horários regulares e maior confiança dos passageiros.
O momento exige que o DER atue com planejamento, transparência e fiscalização, reavaliando as linhas, atualizando permissões e promovendo novas licitações. Reestruturar o transporte intermunicipal é essencial para garantir mobilidade e cidadania a milhares de potiguares.
Se conduzida com responsabilidade e visão de futuro, a caducidade da Alves pode simbolizar o início de um novo ciclo — mais moderno, eficiente e justo.
