A influenciadora Cíntia Chagas publicou um desabafo impactante nas redes sociais após a repercussão do caso de violência ocorrido em Natal, no qual uma mulher foi brutalmente agredida pelo namorado dentro de um elevador. No texto, ela relembrou sua própria experiência como vítima e fez um apelo direto: “Vergonha é apanhar calada. DENUNCIE antes que seja tarde.”
Em sua publicação, Cíntia descreve a escalada da violência doméstica, desde os primeiros sinais até os episódios mais extremos: “Primeiro, vem o empurrão. E ele diz que foi sem querer. Na sequência, vêm os beliscões e os apertões. E ele diz que perdeu a cabeça. Depois, vêm os objetos arremessados contra você. E ele diz que a culpa foi sua. Por fim, vêm os pontapés, os tapas, os socos… E ele diz… que é inocente.”
O desabafo ganhou ainda mais força diante do caso de Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, preso após ser flagrado por câmeras de segurança desferindo mais de 60 socos contra a companheira, de 35 anos, no elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona Sul de Natal. As imagens chocaram pela brutalidade da agressão. A vítima teve o rosto desfigurado e precisou passar por cirurgia. O agressor teve a prisão convertida em preventiva e vai responder por tentativa de feminicídio.
Ao revelar ter sido vítima de agressões no passado, Cíntia reforçou a importância da denúncia e da coragem para romper o ciclo da violência: “Denunciei e estou viva. Tenho orgulho de mim, pois fui corajosa.”
Casos como esse ressaltam a necessidade de divulgação dos canais de apoio disponíveis para mulheres em situação de violência. Em Natal, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) é o principal canal presencial de denúncia. A unidade que atende as zonas Sul, Leste e Oeste está localizada no bairro Nossa Senhora de Nazaré, enquanto a Zona Norte conta com uma unidade no bairro Potengi.
Além disso, é possível registrar boletins de ocorrência pela internet, por meio da Delegacia Virtual da Polícia Civil (delegaciavirtual.sinesp.gov.br), disponível 24 horas por dia.
Outros canais de atendimento são:
Disque 180: Central de Atendimento à Mulher, serviço gratuito, sigiloso e disponível diariamente;
Disque 190: para emergências, com acionamento imediato da Polícia Militar;
Aplicativo Proteja Mulher: gratuito, com botão de emergência para acionar a polícia rapidamente;
Tribunal de Justiça do RN (TJRN): por meio do CE-Mulher e do Cejusc Mulher, oferece apoio psicológico e orientação jurídica.
A rede de proteção também conta com a Defensoria Pública, o Ministério Público, centros de referência da assistência social (Cras e Creas), casas de apoio e organizações da sociedade civil.
A coragem de Cíntia Chagas e o caso registrado em Natal evidenciam o que muitas mulheres ainda enfrentam diariamente e reforçam a urgência de quebrar o ciclo da violência. Como ela mesma conclui: “Denuncie antes que seja tarde”.
Fonte: Tribuna do Norte