Taxação dos EUA ameaça paralisar pesca de atum no RN, alerta setor

Atum

O anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a taxação de 50% nos produtos brasileiros acendeu um alerta no setor pesqueiro do Rio Grande do Norte. A medida, proposta pelo presidente norte-americano Donald Trump, pode inviabilizar as exportações de atum fresco para o país, que hoje responde por 80% do consumo desse pescado produzido no estado.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN, Arimar França Filho, se a tarifa for confirmada, os barcos potiguares podem deixar de ir ao mar. “Caso não haja uma mudança na intenção e ocorra a taxação, vamos ter que parar toda a frota, porque economicamente ficará inviável”, afirmou.

Atualmente, cerca de 4 mil toneladas de atum fresco são enviadas anualmente aos EUA, gerando uma receita de aproximadamente US$ 50 milhões — mais de R$ 278 milhões pela cotação atual. Sem esse mercado, o setor não tem alternativas viáveis de comercialização.

Desde 2018, o Brasil enfrenta uma barreira imposta pela União Europeia, que impede a entrada de pescado e produtos da aquicultura brasileira no bloco. A proibição tornou a Europa uma rota inacessível para os produtores potiguares.

“Estamos muito preocupados. Já não podemos exportar para a Europa e, agora, corremos o risco de perder também o principal mercado atual”, lamenta Arimar. Ele afirma que o setor aguarda uma resposta do Governo Federal e cobra ações diplomáticas para tentar reverter a decisão dos EUA e também reabrir o mercado europeu.

Os barcos que estão no mar neste mês devem retornar antes do início da cobrança da tarifa, prevista para agosto. Com isso, a produção de julho não será afetada. Mas, a partir do mês seguinte, o cenário pode mudar drasticamente se nenhuma medida for tomada.

Representantes da indústria da pesca no estado devem participar de uma reunião com a Federação das Indústrias do RN (Fiern) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos próximos dias para discutir os próximos passos.

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