Os trabalhadores da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Norte decidiram, durante Assembleia na manhã desta quarta-feira (29), manter a greve iniciada no dia 5 de março, há quase um mês. A categoria informou estar insatisfeita com a nova proposta feita pelo Governo nesta terça (28) para a quitação do Piso de 2023.
O Executivo Estadual havia proposto a implementação do reajuste de 14,95% no mês de abril para os professores que estão abaixo da tabela salarial do Piso, com efeito retroativo a janeiro. Para os demais (professores da ativa, aposentados e pensionistas com paridade), a proposta foi de implementar o reajuste em três parcelas, sendo: 7,21% em maio; 3,61% em novembro e 3,49% em dezembro. Quanto ao retroativo, a proposta do Governo permanece inalterada. Dessa forma, a quitação do passivo aconteceria em 8 meses, de maio a dezembro de 2024.
A manutenção da greve vem afetando o ano letivo dos estudantes. Sem aulas, os estudantes permanecem em casa, estudando por conta própria. “A gente tem que ir atrás por conta própria, porque a escola não está mandando atividades. Vários professores passaram trabalhos enquanto a gente ainda estava tendo aula, então estamos fazendo esses trabalhos de forma online, com vídeos e slides, para quando voltar, já ter tudo pronto”, contou Danielly Nascimento, de 16 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio.
De acordo com a professora e coordenadora do Fórum Estadual de Educação do RN, Rute Regis, o principal prejuízo desse atraso no ano letivo está na “recomposição da aprendizagem”. “Isso, de fato, é uma grande preocupação nossa, pesquisadores da área da educação. Há uma preocupação muito grande com relação à recomposição da aprendizagem, principalmente dos filhos da classe trabalhadora, que necessitam da educação pública. Essa aprendizagem vem sendo afetada desde a pandemia, e isso tem um impacto enorme com relação a interação entre os estudantes, com os professores e com o espaço escolar, que é muito importante”, disse.
Ao NOVO, a Secretaria Estadual de Educação (SEEC) informou que todas as escolas que tiveram paralisação das atividades em razão da greve dos professores terão que fazer um calendário de reposição de aulas. “Nenhum estudante ficará sem seu direito constitucional, os 200 dias letivos”, garantiu a pasta.
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