Polo Potiguar deve receber R$ 7,3 bi

Para 2022, a 3R Petroleum planeja injetar no Rio Grande do Norte um total de US$ 21 milhões/ Foto: Alex Régis/Release

As 22 concessões de campos de produção do Polo Potiguar devem receber, ao longo dos próximos 11 anos, um volume da ordem de  R$ 7,3 bilhões, de acordo com o programa de investimentos preliminares da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. A empresa adquiriu os campos da Petrobras em janeiro deste ano. O valor total da venda foi de US$ 1,38 bilhão.

 Com os investimentos, a 3R Petroleum espera retomar níveis antigos de produção de barris de petróleo, que hoje representam metade do que eram antes do programa de desinvestimento da Petrobras.

O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Ricardo Savini, durante a Audiência Pública “Os impactos na Economia Potiguar com a venda dos ativos da Petrobras”, que aconteceu na Assembleia Legislativa do RN (ALRN) nessa quinta-feira (17).

De acordo com o CEO da empresa, os níveis antigos de produção do Polo Potiguar, que chegaram a atingir patamares em torno de 37 mil, podem passar a 50 mil barris por dia. O objetivo é retomar essa produção em pouco tempo.

“De 2009 a 2016, a produção ficou bastante estática nesses campos. A partir de 2015 e 2016, houve um grande declínio e hoje esse polo produz 20 mil barris. Nosso target [objetivo] é rapidamente retomar, nesse polo, a produção de 50 mil barris por dia”, afirmou.

Os investimentos, de R$ 7,3 bilhões, segundo Savini, serão em termos de CAPEX (revitalização de poços, que inclui a execução de workovers – quando se entra com uma sonda em um poço existente para abrir um reservatório novo).

Além disso, novos poços serão perfurados, bem como haverá construção e ampliação de novas instalações de superfície.

“Mas nós vamos ativar diversas sondas de perfuração para reabilitação de poços existentes e isso vai gerar milhares de novos empregos. Até o segundo semestre [deste ano], teremos um cálculo”, explica Savini.

A 3R Petroleum tem investimentos no Rio Grande do Norte desde 2018, quando a empresa se preparou para assumir os ativos da Petrobras a partir do anúncio dos desinvestimentos da estatal na bacia potiguar, em 2016. A expectativa é que a transferência em definitivo ocorra até o fim do primeiro trimestre de 2023, com a 3R assumindo a operação integral do polo.

“O polo também tem toda a rede de dutos, gasodutos, oleodutos, tem os ativos em Guamaré, que nos dá uma independência e uma flexibilidade muito grande operacional. Tem unidade de processamento de gás natural, tanques, são quase 2 milhões de barris de capacidade de tancagem, um terminal de exportação, importação de óleo. Há, ainda, as plantas de separação de óleo e água”, completa Ricardo Sivani em seguida.

O CEO destacou sobre a produção de gás no Estado e explicou de que forma a 3R pretende atuar nessa área. Segundo ele, a empresa já é uma grande produtora de gás no RN, com a produção operada no Polo Macau.

Ricardo Sivani destaca que, a exemplo da Petrobras, a 3R também deverá se tornar uma grande consumidora de gás no Rio Grande do Norte.

“Hoje o maior consumidor de gás é a Petrobras [no Polo Potiguar], porque há necessidade do combustível para gerar vapor, que é a fonte térmica necessária pra aumentar a produção dos campos de óleo pesado e viscoso de Estreito e Alto do Rodrigues”. explica.

Emprego
O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do RN, Ivis Corsino, presente à audiência, demonstrou preocupação a geração de empregos no Polo Potiguar. “Tivemos redução de postos de trabalho, cerca de 12 mil ou 13 mil empregos diretos. E temos outros impactos, como o preço dos derivados. São impactos que a gente acredita que vão se agravar”, aponta Corsino.

No momento, a 3R está em transição operacional com a Petrobras e, por isso, o momento é de planejamento. Mas a estimativa, de acordo com Ricardo Savini, é contabilizar algo em torno de 4 mil a 5 mil empregos diretos e indiretos nos próximos anos. Parte dessas oportunidades, frisa, já existem.

A empresa aguarda, ainda, a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Para Sivani, contudo, o cenário é animador. “No meu entender, é o maior polo que a Petrobras colocou no programa de desinvestimentos em terra. São vinte e duas concessões, quatro milhões de barris de volume de óleo no reservatório e inclui, ainda, o maior campo de terra do Brasil, que é o campo de Canto do Amaro. Temos muito orgulho de ter esse campo no nosso portfólio”, destaca.

Com informações da Tribuna do Norte

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