Robério alerta Fátima Bezerra: “Público de esquerda não vota em Carlos Eduardo”
“Vejo com muita tristeza as negociações do governo de Fátima Bezerra para compor uma chapa com Carlos Eduardo Alves para o Senado, descartando o senador Jean Paul Prates”, lamentou o vereador Robério Paulino (Psol), sobre as especulações em torno de uma possível aliança entre a governadora e o ex-prefeito de Natal para uma chapa majoritária, visando as eleições gerais deste ano.
Robério afirmou que o público de esquerda e progressista não votará em Carlos Eduardo Alves, mesmo que ele venha a ter o apoio da governadora e de grande parte do PT. E que, caso se confirme a aliança entre Fátima e Carlos Eduardo, isso será uma grande decepção para esse público, especialmente a juventude e os trabalhadores mais conscientes.
E disse que, “mas de toda forma, em qualquer hipótese, a esquerda não ficará sem candidato ao senado no Rio Grande do Norte. O Psol pretende lançar candidaturas tanto ao governo do Estado, no primeiro turno, para debater que Estado precisamos e queremos, como também a senador. A esquerda não ficará sem alternativa nessa eleição. Podem ter certeza”.
“Carlos Eduardo representa a velha política oligárquica do Estado. Além disso, ele apoiou Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais, sendo, portanto, cúmplice de todo golpe contra a democracia em nosso país, que tem nos conduzido a diversos retrocessos”, disse Robério, ao defender uma eventual ligação entre a gestora petista e o ex-prefeito da Capital representa um ato de ingratidão com o senador Jean Paul Prates.
“Apesar de termos feito oposição pela esquerda aos governos do PT, vejo também como uma ingratidão desse partido e da governadora com o próprio senador Jean-Paul Prates, que esteve aí junto com o governo, seja no Senado, trazendo verbas para o Estado, seja defendendo o governo estadual em muitas ocasiões. O senador também tem sido visto em muitas manifestações sociais. Espero que a governadora e setores do PT revejam tal inclinação a fazer tal aliança com Carlos Eduardo Alves numa mesma chapa”, explicou Robério.
Para ele, Fátima não precisaria desse tipo de aliança, “sem princípios para tentar sua reeleição. A não ser que não confie no que fez em seu governo, ao ponto de precisar desse tipo de alianças para se reeleger. De fato, muita coisa deixou de ser feita. Não era só pagar os salários atrasados o que precisava ser feito. Isso é muito pouco. Os professores do RN continuam a ganhar um dos menores salários do Brasil, apesar de a governadora ser uma professora. Os demais servidores idem. Ela podia ter mudado isso”, disse.
Entre as coisas que ainda necessitam de atenção por parte da governadora, o vereador de Natal afirmou que faltou um plano “ousado” de aceleração do desenvolvimento e criação de empregos no Estado. “Como economista, entreguei em caráter pessoal à governadora um plano ousado para alavancar a industrialização do estado. Sugeri também um plano agressivo de erradicação do analfabetismo. Não fui escutado”, lamentou.
Para Robério, as eleições gerais deste ano serão decisivas, de uma forma positiva. “Felizmente, o Brasil está saindo dessa noite tão triste, que levou à presidência um governo fascista, a um retrocesso. A história nunca esquecerá aqueles que contribuíram para essa grande enganação que foi feita com nosso povo”, finalizou.
“Como estratégia eleitoral não me parece justificável”, diz Jean
Citado por Robério Paulino, o senador Jean Paul Prates (PT) se pronunciou sobre a possibilidade de aliança entre a governadora Fátima Bezerra e o presidente do PDT no Estado, Carlos Eduardo Alves, que vem sendo levantada desde o fim do ano passado, após encontro entre o pedetista e o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB).
“Em Brasília, precisamos de uma bancada alinhada e capaz de dar sustentação ao presidente Lula. No RN, a reeleição de Fátima representa a possibilidade de entrarmos numa nova era de desenvolvimento para o Estado. As especulações sobre a possibilidade da vaga ao Senado, na aliança liderada por Fátima, ser disputada por alguém estranho a esse projeto, representam um retrocesso. Como estratégia eleitoral não me parece justificável. Como recado aos eleitores e à militância poderia ser um desastre”, afirmou.
E garantiu, “sou pré-candidato do PT à vaga no Senado pelo RN, por entender que tenho muito a contribuir ainda nesse longo caminho que temos a percorrer, na construção de um país melhor para todos e todas. Não tenham nenhuma dúvida de que estamos fechados pela construção de um RN e de um Brasil mais justos para todos. Fátima é nossa grande liderança, mas seria constrangedor ver o partido oferecer aos nossos eleitores a opção de votar para o Senado, em nossa chapa, em um candidato que irá nos trair em breve… Não acredito que isso vá acontecer”.
Para o senador, o partido tem a chance de alcançar vitórias expressivas, “porque representa a esperança por dias melhores após quatro anos de um governo que destruiu o país, elevou a inflação e desempregou milhões de pessoas”, disse, lembrando que, “posso afirmar que não há decisão tomada sobre isso. Essa é uma definição que virá do conjunto do Partido dos Trabalhadores e deve acontecer na convenção do partido, prevista para o final do mês de julho ou início de agosto. Até lá, os debates internos no PT devem frutificar e nos guiar para a melhor decisão para todos os potiguares”.
Com informações do Agora RN