O senador Renan Calheiros (MDB) e o ex-procurador Deltan Dallagnol trocaram farpas em postagens no Twitter. Após ser chamado de “pivete” pelo parlamentar de Alagoas, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato respondeu que não está na lista de “cupins que se alimentam da República” em mensagem compartilhada pelo aliado Sergio Moro, presidenciável do Podemos.
“Deltan Dallagnol é um pivete conhecido com uma folha corrida cheia de transgressões, delitos e abusos”, escreveu Renan, acrescentando que Dallagnol haverá de pagar por crimes que cometeu.
Cotado a concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos, o ex-chefe da Lava Jato rebateu: “Há políticos com uma ficha marcada por crimes, roubalheira e coronelismo. Cupins que se alimentam da República há vários anos. Não estou nesta lista, mas o povo sabe quem está”. Ao compartilhar a resposta, Moro comentou em defesa do ex-procurador: “Nunca foi tão fácil escolher um lado”.
O bate-boca aconteceu após críticas de Dallagnol ao subprocurador-geral Lucas Furtado pelo pedido de indisponibilidade de bens de Moro ao Tribunal de Contas da União (TCU), sob alegação de suposta sonegação de impostos nos pagamentos que o ex-juiz recebeu da consultoria Alvarez & Marsal.
A Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou indícios de que o pagamento irregular do Auxílio Emergencial de R$ 300 – que vigorou por quatro meses em 2020 – pode ter chegado a R$ 808,9 milhões em 2020.
Ao mesmo tempo, a CGU identificou famílias que não receberam todas as parcelas a que tinham direito. Veja o calendário de pagamentos Auxílio do Brasil em 2022.
Em relatório do final do ano passado, o órgão avaliou que 1,8 milhão de pessoas podem ter recebido as parcelas indevidamente – o número equivale a 3,2% do total de 56,8 milhões dos beneficiários.
O governo federal pagou Auxílio Emergencial no valor de R$ 600 mensais no início da pandemia de Covid, entre abril e agosto de 2020. Depois, prorrogou o benefício por quatro meses em valor menor, de R$ 300. Essa extensão foi analisada por uma auditoria da CGU por meio de cruzamento de dados.
O relatório publicado em dezembro de 2021 aponta que, entre os beneficiários do programa, havia:
cerca de 15,7 mil pessoas com indicativo de óbito;
mais de 38,2 mil presos em regime fechado;
aproximadamente 16,7 mil residentes no exterior;
quase 822 mil trabalhadores com vínculo formal de emprego;
quase 240 mil famílias com renda mensal superior ao limite;
cerca de 18 mil famílias com mais de um beneficiário;
75,6 mil pessoas que receberam mais parcelas do que o programa permitia;
mais de 160,6 mil pessoas que recebiam um benefício do INSS simultaneamente, e
442,2 mil beneficiários que receberam o Bolsa Família ao mesmo tempo em valor acima do teto.
Como consequência, o Ministério da Cidadania passou a adotar ações preventivas para suspender, bloquear ou cancelar benefícios com indicativo de irregularidades.
Porém, segundo a CGU, parte dos beneficiários receberam menos parcelas – e a situação deles é “relacionada quase integralmente” às ações preventivas do ministério.
O relatório também aponta que parte dos benefícios irregulares nessa etapa do Auxílio Emergencial foram devolvidos à União. Somados, devoluções e estornos dos valores não sacados totalizaram R$ 44,4 milhões.
Deduzindo o valor que voltou aos cofres públicos, os pagamentos indevidos que exigem “adoção de providências pelo Ministério da Cidadania” somam R$ 764,5 milhões.
Irregularidades similares
Ainda segundo a CGU, as possíveis irregularidades identificadas nessa etapa do Auxílio Emergencial “possuem similaridades” com outras fases do programa – as parcelas de R$ 600 pagas anteriormente e a versão de 2021 do auxílio.
Assim, a CGU recomendou que o ministério verifique as inconsistências cadastrais apontadas pela auditoria – já que o cruzamento de dados, isoladamente, não é capaz de comprovar as irregularidades.
Ainda, a controladoria sugeriu que a pasta ajuste as bases de dados dos beneficiários, avalie a pertinência de adotar “medidas para solicitação de devolução” dos recursos e tome “providências operacionais” para evitar novos pagamentos indevidos.
O que diz o ministério
Em resposta à CGU, o Ministério da Cidadania afirmou que o método usado pela auditoria não considerou os benefícios que foram cancelados na revisão mensal ou em decorrência das recomendações dos órgãos de controle – como a própria CGU.
Ainda, a pasta alegou que houve “expressivo aumento” nos valores que foram devolvidos pelos beneficiários ou estornados por não terem sido movimentados no prazo dado pela lei.
Além disso, o Ministério da Cidadania disse que o relatório chegou com atraso – quando a última parcela do Auxílio Emergencial, de outubro de 2021, já tinha sido paga. Com isso, não houve como processar cancelamentos relativos a essas irregularidades na folha de pagamentos.
“Não houve tempo hábil para processar os arquivos com efeitos ainda no momento de vigência [do programa]”, afirmou o ministério.
A pasta também afirmou que, uma vez que os pagamentos indevidos forem verificados e confirmados, a devolução dos recursos será solicitada.
De um lado, o barulho do trator cortando a terra e, do outro, o trabalho habilidoso e certeiro de seu Antônio de França com a matraca, equipamento usado para depositar as sementes de feijão no campo. Esse ano, o agricultor do acampamento Santa Catarina, na zona rural de Apodi, está com pressa pra deixar tudo prontinho pro inverno. E essa pressa toda pra plantar tem um motivo.
“Já plantei porque a chuva chegou e minha sina é plantar logo, porque eu sou agoniado para plantar. E vou plantar mais ainda. Aproveita a chuva. Se nascer, tudo bem. Se não nascer, planta quando chover de novo”, explica Seu Antônio.
O plantio na propriedade do Seu Antônio deve durar cerca de quatro dias, mas os primeiros sinais de um bom período chuvoso antecipado na região já começam a aparecer. Parte da área que ele preparou já recebeu as primeiras sementes de feijão na semana passada e as plantas já estão brotando.
“Ano passado eu plantei no final de fevereiro. Mas agora eu plantei logo. E vou plantar com fé em Deus, que vai chover mais e eu vou colher minha safra”, acredita.
Essa é a confiança do homem do campo. O agricultor Wesley Carlos também não quis esperar muito e já se adiantou no plantio de sequeiro, tipo de cultivo que espera apenas pela água da chuva. Na região do semiárido potiguar, tradicionalmente os períodos das chuvas se concentram entre os meses de fevereiro a maio, mas esse ano foi diferente.
“Quando tem chuva, a gente já começa a se preparar pra plantar. A gente acha melhor aproveitar o molhado. Estando molhado, a gente já decidiu plantar”, justifica Wesley.
Ver os pés de feijão crescendo também renovou a esperança do pequeno produtor Marcos Antônio. O plantio no lote dele deve começar em breve. “Eu estou esperando o trator pra plantar o meu porque quanto mais cedo plantar, melhor. Porque se a chuva for pouca, a gente pega o período de chuva e dá pra fazer a colheita. Mas esse ano eu creio que vai sobrar fartura”.
O pluviômetro do município de Apodi registrou cerca de 200 milímetros de chuva no acumulado de dezembro e janeiro. A previsão para mais chuva adiantou o serviço do corte de terra financiado pelo município para os pequenos agricultores. Cerca de 2.700 famílias serão beneficiadas esse ano.
“Devido a gente ter tido um inverno regular no ano passado, houve uma procura maior pelo corte de terra. Então, a gente iniciou um cadastro antecipado tendo em vista também que a Emparn previa o início das chuvas já no início de janeiro”, explica o secretário Elton Rosemberg.
O solo molhado pelas chuvas que caíram de forma regular ao longo do mês está na fase ideal de receber as sementes, segundo o engenheiro agrônomo, Antônio Evandir.
“O solo está bem embebedado, com umidade suficiente para cortar. E esse preparo do solo agora é ideal porque a grade ela penetra com mais profundidade e vai proporcionar que o sistema radicular das plantas se desenvolva com maior profundidade. E no período que estiver com poucas chuvas, ele vai absorver a água mais profundamente”, explica o especialista.
E não é só o agricultor que se beneficia da terra molhada. Bastaram as primeiras chuvas para nascer o pasto, que alimenta o rebanho. Um alívio para o bolso do produtor, que no período de estiagem tem um gasto maior com a ração. Quando chove, a pastagem natural é a principal fonte de alimento para os bichos.
Um bom período chuvoso muda a dinâmica do município ao longo do ano, principalmente em Apodi, que tem cerca de 50% da população vivendo na zona rural. Fartura pro homem do campo e movimentação na economia da cidade.
“Para se ter uma ideia, a prefeitura está investindo R$ 500 mil no programa do corte de terra e o retorno esperado é R$ 16 milhões. Além disso, a gente espera a renovação das águas e fortalecer também outra cadeia importante que é a da apicultura. E é através desses produtores que chega alimento nas nossas mesas”, afirma Raimundo Moisés, coordenador de agricultura de Apodi.
A segurança na volta às aulas presenciais em meio à onda de transmissão de covid-19 provocada pela variante Ômicron depende do engajamento de toda a comunidade escolar, incluindo os responsáveis, destacam a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Sociedade Brasileira de Pediatria. Além de estar atentos aos sintomas e aos protocolos, os pais devem se vacinar, vacinar seus filhos e buscar participar da prevenção no dia a dia.
Coordenadora do grupo de trabalho criado na Fiocruz para produzir recomendações sobre a prevenção da covid-19 no ambiente escolar, a pneumologista Patrícia Canto afirma que os pais não podem delegar as responsabilidades apenas para a escola.
“A gente não pode esperar que o professor assuma todas as funções. As crianças aprendem muito pelo exemplo, com os pais usando máscara, álcool em gel e explicando o que é certo e errado nesse momento da covid. É claro que o professor tem essa função na sala de aula, mas é fundamental que a família faça seu papel nessa orientação”.
Vacinação
A pesquisadora acrescenta que a vacinação é uma das principais ferramentas para tornar o ambiente escolar mais seguro, porque pessoas imunizadas, mesmo quando contaminadas, tendem a ter menores cargas virais e transmitir menos a doença.
“É importante que a gente faça campanhas para que os pais levem os filhos para que possam ser vacinados e é importante que os pais sejam vacinados, porque essa também é uma forma de proteção das crianças”, afirma. “Quanto mais pessoas imunizadas, menos o vírus vai circular”.
Patrícia defende que as crianças sejam vacinadas assim que houver vacinas disponíveis para elas no calendário de cada município, mas recomenda que os pais não devem condicionar a volta às aulas presenciais à imunização completa ou esperar algum período para que as vacinas já aplicadas façam efeito.
“A gente tem tido uma grande preocupação com o retorno às aulas presenciais por conta da alta transmissibilidade da variante Ômicron, mas entendemos que as crianças e adolescentes foram muito penalizadas por conta de ficar tanto tempo afastadas das aulas presenciais. Isso traz consequências sérias para o desenvolvimento psicossocial e até nutricional, porque muitas crianças são dependentes da nutrição nas escolas”, disse, citando que a escola também é um espaço de proteção social contra diversas formas de violência. “Nesse momento, nós entendemos que as crianças estão mais vulnerabilizadas pela ausência da aula presencial do que pelo risco de formas graves da doença”.
Apesar disso, ela ressalta que crianças podem, sim, ter formas severas e até morrer por covid-19, o que justifica a importância da vacinação e das demais medidas de prevenção. Além disso, a pneumologista explica que crianças com condições específicas de saúde como doenças congênitas ou imunossupressão devem ter seus casos analisados pelo médico que acompanha seu caso, devido ao risco aumentado de formas graves da covid-19.
Pacto da comunidade escolar
O presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, também considera que o retorno seguro às aulas presenciais depende de um pacto que envolva toda a comunidade escolar e considera as vacinas como um dos principais redutores do risco oferecido pela doença.
“Nada é 100% seguro ou 100% arriscado. É preciso entender que o risco é dependente de cinco pilares: estar ou não vacinado, estar ou não de máscara, estar ou não muito próximos uns dos outros, estar em ambiente fechado ou ventilado, e da higiene das mãos e do local. Baseados nesses princípios que vamos conseguir avaliar os riscos das aulas presenciais”, afirma. “As vacinas são uma ferramenta a mais de prevenção, devem ser aplicadas à medida que chegarem, mas não é uma condição [para as aulas presenciais]”.
Para o imunologista, os benefícios da educação presencial são enormes e os riscos não são maiores do que outras situações que já voltaram a fazer parte do cotidiano, como restaurantes, academias e reuniões familiares.
“A escola mais reflete o que está acontecendo na sociedade do que é uma mola propulsora de casos. Os estudos e a experiência com dois anos da pandemia mostram que a escola não incrementa o número de transmissões. Não precisamos da escola para ter mais casos, a doença circula fora da escola também, e o mesmo risco que essa criança corre dentro de sua família e no circulo de amigos, onde vive, onde brinca e onde frequenta, é semelhante ao risco da escola”.
Atenção aos sintomas
Além de ensinar como se proteger da doença e buscar a vacinação, um dos pontos mais importantes para os pais é a atenção aos sintomas gripais em crianças, como obstrução nasal, febre, tosse, dor de cabeça e diarreia. A pneumologista da Fiocruz pede que os responsáveis se comprometam a não levar para a escola crianças sintomáticas ou com casos confirmados em pessoas da mesma residência.
“É comum que os pais achem que com uma febre baixa ou nariz escorrendo pode mandar para a escola, mas, nesse momento, é importante que todos tenham a consciência que qualquer sintoma é igual a não ir para a escola e comunicar a coordenação para que tomem as providências”, afirma Patrícia.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, onde as aulas presenciais retornam nesta semana, recomenda em seu protocolo que os responsáveis verifiquem a temperatura dos estudantes antes da ida à escola, e, se o resultado for mais de 37,5 graus Celsius, eles deve ficar em casa e a escola deve ser comunicada. Também não devem ir à escola, segundo o protocolo da secretaria, estudantes, responsáveis e servidores que apresentarem ao menos dois sintomas gripais, como obstrução nasal, diarreia, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza e alterações no paladar e olfato.
“O risco de transmissão é sempre diminuído se todos estiverem de máscaras e se houver uma ventilação adequada. Então, não recomendamos a suspensão de aulas de uma turma com menos de três casos confirmados”, explica a pneumologista, que afirma que os demais pais devem ser orientados a observar os sintomas.
Renato Kfouri recomenda ainda que o ideal é a testagem de todos os alunos de uma turma em que haja casos positivos, para que a detecção de positivos assintomáticos possa frear a transmissão.
“Os pais devem estar atentos e compromissados em não mandar filhos sintomáticos para as salas de aula. E as escolas devem oferecer condições, dentro das suas possibilidades, de maior distanciamento possível e treinamento de todo profissional de educação em relação ao uso de máscara, higiene das mãos, manter janelas abertas, fazer atividades ao ar livre sempre que possível e evitar reuniões e aglomerações”.
Os pesquisadores concordam que as escolas devem organizar horários diferentes para as refeições de cada turma, de modo que os alunos façam as refeições apenas com aqueles com que já têm contato. Nos demais momentos, é importante que o uso de máscaras eficazes, como as cirúrgicas, seja constante.
O representante da Sociedade Brasileira de Pediatria reconhece que a possibilidade de adotar as medidas de prevenção ideais dependem das condições físicas de cada escola, o que também está ligado à desigualdade no acesso à educação.
“No Brasil, infelizmente, há escolas em que não há menor condição de ter crianças com distanciamento nem em sala ventilada”, diz. “O que acentua mais essa desigualdade é que as crianças que frequentam as escolas com menor condição de distanciamento são justamente as que mais dependem da escola para uma segurança alimentar e doméstica, para o seu desenvolvimento, e são as que têm menos acesso ao ensino remoto de qualidade”.
Foi de virada, foi na raça, mas o América-RN vai reencontrar o rival ABC na final do primeiro turno do Campeonato Potiguar. Após sair atrás do Força e Luz, o Alvirrubro conseguiu furar o bloqueio do adversário no segundo tempo e venceu por 3 a 1, fazendo a festa da torcida que esteve na Arena das Dunas. Edson Kapa marcou para o Time Elétrico, enquanto Wallace Pernambucano, Téssio e Thiaguinho foram os autores dos gols da vitória americana.
Agora é final!
A decisão do primeiro turno será disputada no Frasqueirão, já que o ABC tem a melhor campanha da competição. A Federação Norte-rio-grandense de Futebol ainda vai confirmar a data do confronto.
Comando interino
O América viveu uma semana turbulenta após a demissão do técnico Renatinho Potiguar, de forma surpreendente, na última quinta-feira. O auxiliar permanente Leandro Sena assumiu o comando interino da equipe e conseguiu a classificação neste domingo. A tendência é que ele também dirija a equipe na final, mas a diretoria trabalha para anunciar um novo treinador nos próximos dias.
Primeiro tempo
O América teve o controle do jogo, enquanto o Força e Luz estava satisfeito em se defender. William Marcílio, em chute de fora da área, exigiu a boa defesa de Odair. De volta ao time rubro após se recuperar de lesão, Elvinho era o mais participativo no setor ofensivo e também assustou em batida da meia-lua. Jogando por uma bola, o Time Elétrico achou o gol. Em contra-ataque bem executado, Pernambucano acabou derrubado por Allef na área. Edson Kapa cobrou bem o pênalti e abriu o placar aos 24 minutos. O América seguiu para o vestiário sob as vaias da torcida.
Segundo tempo
O Força e Luz tinha 45 minutos para segurar a vitória, mas não resistiu. Aos 18 minutos, o árbitro Leandro Sales Barchz marcou pênalti em lance que a bola teria tocado no braço do zagueiro Edson. Wallace Pernambucano não perdoou e empatou a partida. O resultado já valia a classificação rubra. O Time Elétrico quase marcou o segundo com Nildo, de cabeça, parando em defesaça do goleiro Bruno Pianissolla. A virada do América veio aos 32 minutos. Thiaguinho tocou, Wallace fez o corta-luz e Téssio mandou para as redes. Pouco depois, o próprio Thiaguinho marcou o dele após cruzamento de Allef.