Ex-deputado federal pelo Rio Grande do Norte, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho (PSDB), pode ser o candidato do “bolsonarismo” nas eleições de 2022 para o Governo do Estado, contra a atual governadora, Fátima Bezerra.
O nome do secretário tem sido ventilado como uma possibilidade no caso de os partidos que hoje apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro conseguirem êxito nas eleições deste ano, quando serão eleitos novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Nos bastidores, a análise que se faz é que, caso DEM, MDB e PSDB – legendas que estão na base do governo Bolsonaro –, além do grupo que tenta fundar o partido Aliança pelo Brasil, conquistem um número significativo de prefeituras no Rio Grande do Norte, pode ser forjada uma liderança de uma dessas siglas para representar o “bolsonarismo” na eleição seguinte, que vai eleger o novo governador do Rio Grande do Norte.
Atualmente, Rogério Marinho é a figura política do Rio Grande do Norte mais relevante desses partidos políticos. Mesmo tendo sido derrotado para a Câmara dos Deputados em 2018, o tucano goza de prestígio junto ao governo federal. Ele ocupa um dos principais postos dentro do Ministério da Economia, cujo titular é o ministro Paulo Guedes.
Em nome do governo, o potiguar foi, inclusive, um dos principais condutores da articulação política junto ao Congresso Nacional para aprovação da reforma da Previdência. Quando deputado federal, ele já tinha sido relator da reforma trabalhista, em 2017. A pauta polêmica lhe causou desgaste político, o que atrapalhou sua reeleição. Nas eleições 2018, obteve apenas 59,9 mil votos e, por isso, não conseguiu conquistar novo mandato. Atualmente, ele é 2º suplente.
Filiado ao PSDB, Rogério Marinho foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte entre 2007 e 2012, na primeira vez, e entre 2015 e 2018, no segundo momento. Foram três mandatos na Câmara – dois para os quais foi eleito (em 2006 e em 2014) e outro assumido em 2011 após licença do titular.
Por causa da afinidade com Bolsonaro, Rogério Marinho desponta como principal nome entre as lideranças dos partidos citados. Ele teria hoje mais viabilidade político-eleitoral do que os ex-governadores e ex-senadores Garibaldi Alves Filho e José Agripino Maia, expoentes de MDB e DEM, respectivamente, e do que nomes ligados ao grupo do Aliança pelo Brasil, como o deputado federal General Girão.
Em um eventual palanque “anti-PT”, podem entrar também o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), que pediu voto para Bolsonaro na eleição de 2018, e o ex-governador Robinson Faria (PSD), que é pai de Fábio Faria (PSD-RN), deputado federal que tem bom trânsito no Palácio do Planalto.
O secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia tem, ainda, a simpatia de entidades ligadas ao setor produtivo e de setores antipetistas, que são mais ligados ao espectro de centro-direita e apostam no desgaste da esquerda – representada hoje no Estado pela governadora Fátima Bezerra – para uma retomada da linha ideológica com a qual eles têm mais afinidade.
Comumente, líderes dessas entidades têm elogiado o trabalho de Rogério Marinho, que, por sua vez, defende a desburocratização das relações de trabalho e a adoção de medidas de austeridade e contenção de gastos públicos, com fomento a atividades produtivas.
Além das reformas previdenciária e trabalhista, Rogério também é entusiasta, entre outras medidas, do programa Verde Amarelo, que simplifica e desonera para as empresas a contratação de jovens.
No próximo dia 29 de janeiro, uma quarta-feira, Rogério Marinho cumpre agenda em Natal. Ele vai proferir uma palestra sobre “as reformas que estão mudando o Brasil”. O evento acontecerá às 10h na Casa da Indústria e é promovido por quatro entidades ligadas ao setor produtivo – as federações da Agricultura (Faern), Comércio (Fecomércio), Transportes (Fetronor) e Indústria (Fiern).
Agora RN