Nicolás Maduro afirmou nesta quarta-feira (22) que não deixará a presidência da Venezuela, culpou os EUA por “mais uma tentativa de golpe” e anunciou o rompimento das relações com os EUA. Maduro deu 72 horas para que todos os funcionários diplomáticos americanos deixem o país. O discurso é sua primeira manifestação depois que o líder opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autodeclarou presidente interino da Venezuela.
Em seu discurso, Maduro ainda pediu lealdade às Forças Armadas, que apoiam o chavismo. “Peço às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, aos militares de nosso país, ao meu comando: máxima lealdade, unidade e disciplina, que também teremos sucesso”, disse.
“A Venezuela deve ser respeitada e nós, venezuelanos, devemos tornar esta terra sagrada. Nem golpismo nem intervencionismo, a Venezuela quer a paz!”, disse Maduro. “Essa tentativa de golpe de Estado é a maior insensatez que o imperialismo já cometeu, com seus aliados, a direita e a oposição venezuelana”, afirmou Maduro.
“Lacaios do império, venham para Miraflores, aqui esperamos por vocês. Aqui vocês encontrarão um povo rebelde dizendo que vocês nunca mais voltarão a pisar dentro do Palácio de Miraflores”, afirmou. Em seu discurso, transmitido pela TV estatal, o venezuelano pediu ainda a “máxima mobilização” chavista e a capacidade de combate permanente.
Horas antes, o governo americano alertou o Maduro, afirmando que está pronto para intensificar sanções econômicas sobre os setores de petróleo, ouro e outros, além de tomar medidas não especificadas se houver violência direcionada à oposição. “Se Maduro e seus comparsas escolherem responder com violência –se eles escolherem fazer mal a membros da Assembleia Nacional ou quaisquer outras autoridades do governo legítimo da Venezuela– todas as opções estão sobre a mesa para os Estados Unidos em relação a ações a serem tomadas”, disse uma alta autoridade do governo norte-americano em teleconferência com jornalistas, segundo afirmou a agências de notícias Reuters.
“Eles [opositores] dizem que agora tem um presidente. Mas o povo venezuelano elegeu outro presidente. A Constituição não contempla outra forma de eleição que não seja o voto? Isso já não é um assunto. Podemos dizer que isso pertence ao campo da Justiça, atuar segundo as leis venezuelanas para preservar a ordem democrática”, disse Maduro.
Guaidó desmente Maduro
Após o anúncio de Maduro, Juan Guaidó publicou um documento em suas redes sociais dirigido a todas embaixadas presentes na Venezuela afirmando que as relações diplomáticas com todos os países do mundo estão mantidas. “Peço que vocês desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legislativo da Venezuela”, afirmou.
*Com agências internacionais