Empresários da indústria do Rio Grande do Norte se reuniram nesta quarta-feira 10 com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A reunião foi articulada pela deputada federal Natália Bonavides (PT) e serviu para discutir os impactos no RN do tarifaço instituído pelo governo dos Estados Unidos.
Participaram do encontro: o presidente da Federação das Indústrias (Fiern), Roberto Serquiz, e os presidentes dos sindicatos da pesca, Arimar França, e do sal, Airton Torres. O deputado federal Fernando Mineiro (PT) e o secretário estadual de Fazenda, Cadu Xavier, também acompanharam a reunião.
“Tivemos nesta quarta, em Brasília, novas ações que buscam estratégias para superar os efeitos da elevação das tarifas de importação dos Estados Unidos. Esse trabalho busca, de forma objetiva, incluir os setores do RN atingidos na lista dos beneficiados pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 168”, afirmou Roberto Serquiz.
O PLP 168/2025, em tramitação no Congresso Nacional, tem como objetivo abrir espaço fiscal para compensar os prejuízos de exportadores afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. O projeto autoriza a União a não contabilizar determinadas despesas e renúncias fiscais no cálculo do Novo Arcabouço Fiscal, garantindo apoio aos exportadores e a manutenção de empregos. A proposta também prevê a expansão do Reintegra, programa que devolve parcialmente tributos pagos por empresas exportadoras na cadeia produtiva.
“Abordamos ainda na audiência com o vice-presidente medidas que podem abrir novos mercados para setores como o salineiro e o pesqueiro, que enfrentam as repercussões do aumento das tarifas”, destacou Serquiz, que levou ao vice-presidente um panorama completo das exportações do RN, dos setores mais atingidos e de possíveis ações para mitigar os danos.
Durante a reunião, Alckmin afirmou aos industriais que o governo está empenhado em encontrar soluções e citou articulação para destravar bloqueios à exportação de produtos potiguares. Citou, ainda, a busca de novos mercados.
“Dedicamos o dia de hoje a levar ao Governo Federal nossa preocupação com as consequências do ‘tarifaço’ de Trump para o Rio Grande do Norte. Cerca de 80% do atum pescado por embarcações potiguares e 47% da produção salineira do estado têm os EUA como principal mercado. Iniciamos esse diálogo e sugerimos ao Governo Federal ações para minimizar os impactos, incluindo a busca por novos mercados”, afirmou Natália Bonavides, que articulou o encontro.
Durante a reunião, foram apresentados dados que evidenciam os efeitos negativos das tarifas sobre a economia local, que responde por 98% da produção nacional de sal marinho. A comitiva potiguar busca o apoio do Governo Federal para que sejam adotadas medidas diplomáticas e comerciais.
O setor salineiro é um dos pilares da economia do Rio Grande do Norte. Responsável por 98% da produção nacional de sal marinho, gera milhares de empregos diretos e indiretos em municípios como Mossoró, Areia Branca e Macau.