Barco-escola Chama-Maré volta a navegar pelo Rio Potengi

Símbolo da educação ambiental no Rio Grande do Norte, o barco escola Chama-Maré voltou a navegar nesta terça-feira (29) pelo estuário do Rio Potengi. Com investimentos do Governo do Estado, a embarcação foi totalmente restaurada para oferecer uma estrutura adequada às atividades pedagógicas conduzidas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

Segundo a governadora Fátima Bezerra, a retomada do barco escola resgata uma importante ferramenta da política estadual de educação ambiental. “O barco escola, como o próprio nome já diz, torna-se esse instrumento para desenvolver junto aos nossos estudantes a consciência ambiental, promover a educação e cuidar dos nossos ecossistemas”, disse.

O projeto de retomada do barco escola é executado pelo Idema em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (Funcern). Ao todo, serão investidos R$ 18,7 milhões, que englobam toda a reestruturação da embarcação Chama-Maré, além de equipamentos, combustível, taxas, manutenção e a contratação de mão de obra tanto da tripulação quanto dos coordenadores e dos monitores-bolsistas.

“Nós estamos investindo aqui mais de R$ 18 milhões e entregando esse barco ao povo do Rio Grande do Norte. Isso significa promover algo muito importante nestes tempos em que vivemos, de urgência no que diz respeito à questão das mudanças climáticas, ao cuidado com a questão dos recursos hídricos”, reforçou a governadora.

O diretor-geral do Idema, Werner Farkatt, explicou que o valor também atenderá à demanda para os próximos cinco anos de atuação, quando serão adquiridas duas novas embarcações, que trafegarão no interior do Estado. Com isso, disse ele, a iniciativa passa a ter um novo nome: Projeto Barco Escola RN. “Nossa meta é que o barco escola chegue a todas as regiões do Estado, ampliando a conscientização sobre a importância da preservação dos nossos estuários”, destacou.

Ele reforçou que a expansão territorial representa uma nova fase do projeto, com potencial de impactar positivamente a relação das populações do interior com os seus rios. “A interiorização consolida a educação ambiental como uma política pública estruturante e permanente, com impacto direto na formação de uma cultura de sustentabilidade em todo o estado”, avaliou Farkatt.

Atividades de ensino

As atividades do barco ocorrem a bordo de um catamarã que parte do Iate Clube de Natal. Durante o trajeto, com duração de quase duas horas, os participantes percorrem o Rio Potengi e visitam pontos históricos da capital potiguar, como a Fortaleza dos Reis Magos, o Cemitério dos Ingleses e a Base Naval.

“A embarcação entrou na água com toda a documentação regularizada, com o projeto cadastrado na Marinha do Brasil, respeitando todas as normas de navegação e segurança náutica”, pontuou Werner Farkatt.

O objetivo do Chama-Maré é ampliar os serviços de educação ambiental para os estudantes da rede pública, além de atender professores, lideranças comunitárias, técnicos ambientais e agentes públicos. A ideia é estimular a formação de multiplicadores locais, capazes de replicar as ações de preservação em suas comunidades.

As aulas abordam ecologia, biologia, geografia, história, meio ambiente e cidadania, sempre com ênfase nas relações entre a paisagem urbana e o ambiente estuarino. Educadores ambientais conduzem os passeios, apresentando aos participantes a importância da preservação dos rios e o papel de cada cidadão na manutenção desses ecossistemas.

Interiorização começa em 2026

A partir de 2026, o barco escola será expandido para outras regiões. O objetivo é levar a mesma experiência pedagógica atualmente oferecida no Potengi a outros rios potiguares.

Os primeiros rios a integrar o novo percurso serão o Piranhas-Açu, Apodi-Mossoró, Tubarão e Aratuá. Cidades como Areia Branca, Grossos, Macau, Guamaré e Galinhos estão entre as localidades que receberão o barco escola nos próximos anos.

Segundo a reitora da Uern, Cicília Maia, a proposta de interiorização vai contribuir para descentralizar as ações de educação ambiental e ampliar o acesso das populações interioranas ao conhecimento sobre os ecossistemas locais. “Tenho certeza de que estamos abrindo novas portas para que o projeto possa conscientizar cada vez mais a criançada, a juventude e também as pessoas que queiram ter um contato melhor com os nossos ecossistemas, com a fauna, com a flora”, disse ela.

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