O prefeito de São Tomé, Babá Pereira, afirmou que é ‘inviável’ que os municípios participem do financiamento para implantar uma barreira ortopédica capaz de desafogar o Hospital Walfredo Gurgel. De acordo com ele, além das dificuldades financeiras, é preciso considerar que as cidades já apresentam pactuações junto ao Estado na área da saúde. A informação foi repassada pelo gestor nesta segunda-feira (25), em entrevista à Jovem Pan News Natal, oportunidade em que ele confirmou que vai disputar a presidência da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn).
A proposta em questão, elaborada pelo Governo do Rio Grande do Norte e o Ministério Público, propõe um consórcio para dividir as despesas da implantação da barreira ortopédica. Ao todo, a solução está estimada em R$ 900 mil, dos quais o Estado se propôs a arcar com 40% do custo e o restante seria distribuídos entre os municípios de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceará-Mirim, São José do Mipibu e Extremoz.
De acordo com Babá Pereira, tanto em termos de capacidade técnica quanto financeira, é inviável que os municípios consigam aderir à proposta. “Os hospitais municipais não têm, por exemplo, estrutura para montar uma sala de cirurgia, ou uma barreira [ortopédica] como está sendo posta”, argumentou. Na avaliação dele, nesse sentido, a melhor alternativa para desafogar o Walfredo Gurgel seria ampliar investimentos para a melhora dos hospitais regionais.
Ele também rebateu o argumento lançado pela Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap/RN), na última sexta-feira (22), relativa ao posicionamento contrário à proposta por parte da Femurn e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do RN (Cosems). Em nota, dentre outros pontos, a pasta afirmou que o Estado tem demonstrado compromisso junto à prefeituras ‘ao assumir custos que, muitas vezes, são de responsabilidade exclusiva dos gestores municipais’.
Na avaliação de Babá Pereira, contudo, são os recursos municipais em serviços do Estado que têm se intensificado. “Os municípios que, muitas vezes, colocam recursos para o Estado. Nos hospitais regionais, por exemplo, tem uma porta de entrada na qual as prefeituras dividem com o Estado [o pagamento] para mantê-la aberta. No Samu de São Paulo do Potengi, há uma enfermeira e uma técnica de enfermagem cedidas pela Prefeitura para compor a equipe”, argumenta.
Além dos desafios enfrentados pelas cidades do Rio Grande do Norte na saúde, o prefeito esclareceu dúvidas sobre as eleições para escolher a nova presidência da Femurn, prevista para o dia 15 de janeiro. Na oportunidade, ele confirmou que está entre os nomes que vão disputar o cargo. Apesar disso, assegurou, a chapa não foi formada e diálogos estão sendo mantidos com cerca de 120 prefeitos. “O movimento municipalista não pode se dividir, ele tem que ser agregador”, enfatizou.
Tribuna do Norte