Os aluguéis residenciais ficaram 1,86% mais caros em janeiro, depois de já terem subido 0,66% em dezembro de 2021. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Nos 12 meses encerrados em janeiro, a taxa ficou positiva em 1,23%. Em 2021, o Ivar fechou com queda de 0,61%, após subir 4,08% em 2020.
O Ivar foi lançado no mês passado. O índice foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.
Em janeiro, houve alta nas quatro capitais pesquisadas pelo novo índice da FGV, com aceleração ante dezembro de 2021. O aluguel residencial em São Paulo passou de aumento de 0,48% em dezembro para um salto de 2,45% em janeiro. No Rio, o índice saiu de alta de 1,03% em dezembro para alta de 1,30% em janeiro; em Belo Horizonte, passou de 1,17% para 2,08%; e em Porto Alegre, de 0,43% para 1,06%.
No acumulado em 12 meses até janeiro, os aluguéis avançaram 0,40% em São Paulo. No Rio, subiram 1,85%. Em Porto Alegre, subiram 0,84%. Em Belo Horizonte, subiram 3,69%.
A aceleração dos preços dos aluguéis em janeiro, verificada no Ivar/FGV, tem componentes sazonais, responde à elevação da inflação e a dinâmicas da pandemia, mas não deve ser tomada como tendência para 2022, afirmou Paulo Picchetti, do Ibre/FGV.
Segundo Picchetti, analisando a série histórica do Ivar para São Paulo, iniciada quatro anos atrás, é possível identificar um “padrão de sazonalidade” para os dois primeiros meses do ano, com viés de alta. Conforme o pesquisador, os dados não sugerem uma explicação para o padrão. “O começo do ano tem um efeito de organização e mudanças de vida. Isso pode explicar essa sazonalidade, mas é apenas uma conjectura”, afirmou Picchetti.
O pesquisador afirma ainda que “as condições do mercado de trabalho, ao longo de 2022, não são compatíveis com inquilinos aceitando reajustes. A recomposição do emprego não foi acompanhada de recomposição na renda”.
Com informações da Tribuna do Norte