Deputada Natália Bonavides(PT-RN) pede que PGR investigue ministros por comprar cloroquina ‘para dar esperança’

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

A deputada Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, pediu que a PGR investigue se Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, e Fernando Azevedo, ministro da Defesa, cometeram crime de responsabilidade após o Exército afirmar ao TCU que comprou cloroquina, sem eficácia comprovada, para dar “esperança” à população contra a Covid-19.

“Se a própria manifestação do comandante é de que não há tratamento consagrado da Covid-19, a mencionada esperança pelo Exército não passa de pura propaganda. Desse modo, o laboratório, que deveria ser usado para produzir medicamento eficaz, foi usado pelo Exército e pelo ministro da Defesa como ferramenta de propaganda político-partidária, para homologar o discurso negacionista do governo federal”, escreveu Bonavides no pedido apresentado contra os dois generais e ministros.

Em um documento enviado ao TCU em julho e tornado público nesta segunda-feira, disse o Exército sobre a compra recorde de cloroquina, substância defendida publicamente por Jair Bolsonaro:

“Não poderia ser exigível comportamento diverso do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, senão a busca dos insumos necessários e o pronto atendimento às prementes necessidades de produção da cloroquina que, por seu baixíssimo custo, seria o equivalente a produzir esperança a milhões de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no mundo”, escreveu o comandante da 1ª Região Militar, com nome mantido em sigilo, embora seja público que se trata do general André Luiz Silveira.

No mesmo ofício, o Exército desprezou a falta de comprovação científica da substância contra a Covid e admitiu:

“Até a presente data não há tratamento consagrado pela comunidade científica para a Covid-19”.

Guilherme Amado – Época

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