Com retroescavadeiras e segurança reforçada, empresa começa a demolir Hotel Reis Magos, em Natal

Tiago Rebolo / Agora RN

Com o uso de duas retroescavadeiras e reforço de guardas municipais para garantir a segurança no local, foi iniciada na tarde desta quarta-feira, 8, a demolição do Hotel Reis Magos, na Praia do Meio, em Natal. A autorização para a derrubada do prédio foi dada nesta manhã, pela Justiça. Todo o trabalho deve durar até sete dias.

Com o alvará para a demolição, a empresa Hoteis Pernambuco S/A,
proprietária do imóvel, deu início ao processo de derrubada.

O prefeito Álvaro Dias acompanhou o início dos trabalhos da empresa contratada para a demolição. Para ele, o prédio abandonado estava prejudicando a cidade.

“Na minha opinião, que é corroborada por estudos técnicos, os escombros do Hotel Reis Magos eram entrave para o desenvolvimento. Agora, ele vai vir baixo, para alegria e felicidade da população. Com isso, vamos poder permitir o avanço. A participação da Prefeitura neste processo se explica por ter expedido o alvará de demolição, após a decisão da Justiça e das informações dos órgãos técnicos [Iphan e os conselhos Municipal e Estadual de Cultura]”, explicou.

“Este monstrengo não coaduna com a cidade do Natal. Deve vir ao chão para permitir o desenvolvimento e o progresso. Não perdemos patrimônio histórico. Isso aqui [o hotel] é um atentado à vida humana”, detalhou.

Ainda pela manhã, a Prefeitura do Natal iniciou a articulação para demolir o Hotel Reis Magos, após o Governo do Estado não se posicionar sobre o tombamento do prédio.

O desembargador Vivaldo Pinheiro, do TJRN, havia determinado, em dezembro de 2019, prazo de 15 dias para que o Governo do RN finalizasse o processo administrativo em que é discutido o tombamento do prédio.

Na liminar, informava que caso o Estado não se pronunciasse no prazo determinado, a Prefeitura do Natal estaria autorizada a expedir o alvará para que o Grupo Hotéis Pernambuco, proprietário da estrutura, fizesse a demolição.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer, devido à complexidade do debate em torno do tombamento do Hotel Internacional Reis Magos, com a consequente manutenção ou não da estrutura predial, seria impossível uma deliberação no prazo concedido pela decisão judicial.

O advogado da empresa Hoteis Pernambuco S/A, João Vicente Gouveia, afirma que o processo de demolição vai durar sete dias. “O grupo Duarte [empresa contratada para demolir a estrutura] vai realizar a demolição do prédio, a retirada dos entulhos e a destinação final dos resíduos. O prazo será de sete dias, mas a retirada de todo o material vai durar 90 dias”, diz.

Segundo ele, a derrubada da estrutura era aguardada por toda a população da capital. “É um sentimento de alívio, de dever cumprido, pois estamos fazendo um bem para a cidade. A população queria a demolição, e também quer que aqui seja erguido um novo empreendimento, que vai gerar empregos e novos negócios. O novo empreendimento vai gerar, sobretudo, a modernização desta área da cidade [zona Leste] que precisa ser revitalizada”, detalha.

Sobre a utilização do espaço, a empresa pernambucana diz que vai esperar a votação do Plano Diretor de Natal para deflagrar um novo empreendimento para a área do antigo hotel. “Temos interesse no espaço, mas ainda não temos um projeto, pois o plano diretor ainda está sendo discutido. Não há ainda os parâmetros construtivos desta área. Não sabemos até que gabarito podermos construir, se será comercial, residencial ou misto”, detalha.

O hotel

O Hotel Internacional Reis Magos foi construído em 1965. O projeto foi elaborado por uma equipe de arquitetos pernambucanos, composta por Waldecy Pinto, Antônio Didier e Renato Torres. A estrutura turística funcionou como hotel de luxo em Natal entre os anos de 1965 e 1995, quando foi desativado.

O complexo contava com 63 apartamentos, uma suíte presidencial, recepção, salões nobres, elevadores, parque aquático, sauna, playground, restaurante, estacionamento com aproximadamente 50 vagas, salão de beleza, áreas de lazer, lojas de artesanato e serviço médico.

Agora RN

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