O senador Styvenson Valentim (PODE-RN) cobrou nesta quinta-feira, 11, em discurso no plenário do Senado, o resultado das investigações sobre a violação da urna usada na eleição para a presidência da Casa. No dia 02 de fevereiro, quando a disputa ocorreu, na primeira apuração foram contabilizadas 82 cédulas e a composição do Senado é de 81 parlamentares.
“Está me causando angústia não saber quem foi que fraudou a urna naquele dia dois, da eleição. O que foi que aconteceu com aquilo? Com tantas câmeras aqui, umas sessenta, será que a gente não vai ter uma explicação para o país? Ou vamos deixar debaixo do tapete azul a sujeira, mais uma vez?”, questionou o senador. Styvenson já havia conversado com o corregedor-geral do Senado, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), durante a semana, cobrando resultados. O senador maranhense disse que ainda há detalhes a elucidar antes de divulgar qualquer informação.
No discurso, o parlamentar potiguar também detalhou o Projeto de Lei 2.157, de 2019 que institui a política nacional de prevenção ao uso do álcool, tabaco e outras drogas nas escolas. A proposta foi apresentada por Styvenson no decorrer desta semana. “Eu tenho dito várias vezes que a escola é um lugar de crescimento, de aprendizado e deve ser protegida. Por isso, sempre vou me preocupar com esse tema. Não foi só em campanha. É para a vida toda”, defendeu.
De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2015, com estudantes entre 13 e 15 anos de idade, de escolas públicas e privadas, registrava-se um aumento no consumo de drogas entre eles. O número dos que usavam drogas ilícitas – crack, cocaína, maconha e outras drogas – havia aumentado de 7,3% para 9% no mesmo período. Já o percentual dos que tinham experimentado bebida alcoólica subira de 50,3% em 2012 para 55% em 2015.
“Tudo aquilo que mostram nas propagandas, de cenas de pessoas lindas e felizes bebendo, é mentira. Presenciei, na prática, que o álcool não causa felicidade. Com 16 anos como policial, atendendo ocorrências, eu vi a quantidade de violência doméstica, de espancamento, morte no trânsito, morte nos bares causados por essa ingestão de bebida alcoólica, que, muitas vezes, é exaltada. Essas propagandas enganosas têm que parar. De uma forma ou de outra, isso tem que parar”, enfatizou.
A senadora Simone Tebet (MDB- MS), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) solicitou um aparte ao discurso do senador Styvenson para comunicar que a proposta de combate às drogas já estava distribuído e será relatado pela senadora Renilde Bulhões (PROS-AL). “Encaminhei seu projeto para relatoria. O plenário está realmente em harmonia nessa questão. A indústria dos vícios, através de subterfúgios, quer seduzir a mente dos nossos jovens, das nossas crianças. Precisamos proteger a sociedade como um todo”, disse Simone, parabenizando pela iniciativa.
O senador Styvenson reiterou ainda a posição favorável à CPI da Lava Toga e chamou a atenção para a necessidade de o Senado Federal dar exemplo quanto à transparência de suas ações na busca por moralidade e fiscalização. Comentou sobre rumores de que o Executivo teria influenciado no arquivamento do pedido de investigação do Judiciário.
“Assinei duas vezes a CPI da Lava Toga e torno a assinar. Não são só os senadores que têm de saber isso, é o país inteiro. Porque, se a gente busca moralidade, correção, se a gente busca analisar outras instituições querendo essa retidão delas, temos de começar por aqui. Fica totalmente incoerente, se a gente não consegue resolver os nossos problemas, querer resolver os dos outros. Então, vamos começar primeiro pelos nossos”, avaliou.
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