7 de junho de 2018

PF pede ao STF quebra de sigilo telefônico de Temer, Moreira e Padilha

O presidente Michel Temer (MDB) é investigado em inquérito que apura se o grupo político dele recebeu 10 milhões de reais em propina da Odebrecht (Evaristo Sá/AFP)

A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo telefônico do presidente Michel Temer (MDB) e dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB). O pedido foi no âmbito do inquérito aberto a partir das delações premiadas da Odebrecht para apurar um suposto repasse de 10 milhões de reais da empreiteira ao grupo político do presidente, em 2014. Segundo os delatores, o valor foi combinado em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do então vice-presidente da República, naquele ano.

O ministro Edson Fachin, relator do inquérito que tramita no STF, será responsável por decidir se acolhe ou não a solicitação da PF. O pedido do sigilo abrange o período em que teriam ocorrido a reunião e os repasses por meio de operadores da empreiteira. Caso Fachin atenda ao pedido dos investigadores, não seria possível recuperar o conteúdo das conversas do presidente e de seus aliados, mas apenas mapear em qual horário e para quem foram feitas ligações.

A PF também pediu a quebra do sigilo telefônico de operadores da empreiteira que dizem ter realizado as supostas entregas do dinheiro. No caso dos 10 milhões de reais supostamente repassados ao grupo político do presidente, delatores da Odebrecht citaram que as entregas foram feitas por um emissário, no Rio Grande do Sul, e no escritório do amigo e ex-assessor de Temer, o advogado José Yunes, em São Paulo.

Depois de se demitir do cargo de assessor da Presidência, em fevereiro de 2017, Yunes disse a VEJA que, a pedido de Eliseu Padilha, recebeu “um pacote” em seu escritório, em setembro de 2014. “Fui mula involuntário”, afirmou o advogado, amigo de Temer há 50 anos. “Padilha me ligou falando: ‘Yunes, olha, eu poderia pedir para que uma pessoa deixasse um documento em seu escritório? Depois, outra pessoa vai pegar’. Eu disse que podia, porque tenho uma relação de partido e convivência política com ele”, relatou.

Pouco tempo depois, Yunes estava em seu escritório quando, disse ele, a secretária informou que um homem chamado “Lúcio” estava ali para deixar um documento. Segundo o advogado, tratava-se de Lúcio Bolonha Funaro, lobista ligado ao MDB e, particularmente, ao ex-deputado Eduardo Cunha. Funaro fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual deu detalhes sobre o caminho do suposto pagamento da Odebrecht aos emedebistas.

Além disso, uma planilha apreendida pela Polícia Federal na 26ª fase da Lava Jato, batizada de Xepa, revelou pagamento de 1 milhão de reais ao codinome “Angorá” na mesma época em que Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, relatou ter encaminhado dinheiro a Eliseu Padilha. O documento atrela a entrega do valor ao operador Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro, conhecido como Tonico, em 18 de agosto de 2014.

Sigilos bancário e fiscal já quebrados

No início de março, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michel Temer no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na edição do Decreto dos Portos, assinado por ele em maio de 2017. A decisão atendeu a um pedido do delegado da Polícia Federal Cleyber Malta, responsável pela investigação. O delegado reiterou a necessidade da quebra de sigilo e disse que a medida era imprescindível para a investigação.

A quebra de sigilo bancário abrange o período entre 2013 e 2017. A solicitação feita pelo delegado, em dezembro do ano passado, diverge do pedido da procuradora-geral da República Raquel Dodge que solicitou quebras de sigilo no âmbito do inquérito dos Portos, mas não incluiu entre os alvos o presidente Temer.

VEJA

Fábio Dantas segue na estrada e visita Médio Oeste com o “Ouvir para Realizar”

O pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSB e vice-governador, Fábio Dantas, marcou presença nesta quarta-feira (06) no Médio Oeste potiguar. Acompanhado do pré-candidato ao Senado pelo PSB José Vieira, ele cumpriu agenda de visitas nos municípios de Upanema e Umarizal.

Pela manhã, em Upanema, Fábio foi recepcionado pelo vereador Ibinha (PR) no Sítio Pereiros, de seu pai Luiz Gambeu. Ele também visitou a Escola Municipal Vicente de Paula Rocha, onde foi recebido pela secretária municipal de Educação Simone Faria, professores, coordenadores, diretores, pais e alunos.

Fábio Dantas ainda esteve no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Upanema (Sindserpup) e conversou com a presidente Edimi Medeiros. Na sequência, ele visitou o pastor da Assembleia de Deus, José Luiz e a Unidade Mista de Saúde Raimundo Nonato Cândido, onde foi recepcionado pela secretária de Saúde de Upanema, Gorete Sales.

A agenda em Upanema foi encerrada na Câmara Municipal. Fábio Dantas e Zé Vieira conversaram o presidente da Câmara, Monthalggan Fernandes (PSB), e com os vereadores Ibinha, Franklin Moura (PRP), Carlim Garcia (PTN) e Higor Tallison (PTN). Os pré-candidatos estavam acompanhados pela liderança Juninho Tavares, do ex-vereador Canindé Rocha, do ex-vereador e ex-prefeito Valério Augusto, além do presidente da Associação da Comunidade do Pereiros, Renê Costa; dos vereadores de Triunfo Potiguar Ceição da Saúde e Necas; do vereador Eney Moura de Serra do Mel; e do vereador de Severiano Melo e presidente da União de Vereadores do Rio Grande do Norte (UVERN), Bruno Melo.

À tarde, a agenda do “Ouvir para Realizar” foi no município de Umarizal. Fábio foi recebido pelos vereadores Washington Sales, Marcos de Antonio de Neo, Meyre Câmara e Bazoca, do PSB, Maykon Nunes (PTdoB), Gilmar Freitas (PR), Chico de Brancar (DEM) e Jatao da Radio (DEM). Também participaram do encontro o secretário da Operação Carro-Pipa e ex-vereador Zé Moura.

“Esse encontro foi muito relevante porque recebemos um documento contendo uma série de reivindicações dos vereadores de Umarizal, questões que irão nortear ações do nosso Plano de Gestão para o município e para a Região”, avaliou Fábio.

O pré-candidato ao Governo ainda concedeu entrevista à Rádio Fraternidade 104.9 FM de Umarizal, ao programa Evidência, com Agmar Dutra, e à Rádio Vale do Apodi 98.3 FM, em Apodi, ao programa 60 Minutos, apresentado por Fernando Magalhães. O vereador de Natal Dickson Nasser Júnior (PSDB) esteve com Fábio em Apodi, juntamente com a vice-prefeita Hortência Regalado (PSDB), de quem recebeu apoio para a sua pré-candidatura ao Governo do RN.

Ex-presidente da Câmara de Caiçara do Rio do Vento é inocentado da acusação de emissão cheques sem fundos

O Grupo de Apoio à Meta 4 do CNJ (que trata de casos que envolvem improbidade administrativa e corrupção) julgou improcedentes os pedidos feitos em uma Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual contra Marcos Bezerra Valentim, ex-presidente da Câmara Municipal de Caiçara do Rio do Vento. O agente político foi acusado de emitir cheques sem fundos para pagar despesa pública, fato que caracterizaria aplicação irregular de fundos.

Na Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual contra Marcos Bezerra Valentim, alegando que foi instaurado inquérito civil perante a Promotoria de Justiça, com objetivo de investigar a não observância de disposições legais atinentes à liquidação de despesa pública, constantes nos arts. 62 e ss, da Lei 4.320/64, em virtude da emissão de cheque sem fundos pelo ex- residente da Câmara Municipal, enquadrando-se tal conduta na aplicação irregular de fundos.

Segundo o Ministério Público, o presidente da Câmara Municipal à época noticiou a devolução do cheque n° 852.380, subscrito por Marcos Bezerra Valentim, anterior presidente da Câmara de Caiçara do Rio do Vento, no valor de R$ 1.864,75. Informou que o órgão legislativo não poderia assumir o pagamento do cheque sem fundos emitido por Marcos Valentim, pois não foi deixado restos a pagar, motivo pelo qual a Câmara estava impedida de tirar cheques, tendo que fazer pagamentos com cheques avulsos.

Quando analisou o caso, foi considerado que apesar de constar o cheque emitido pela Câmara Municipal de Caiçara do Rio do Vento, não há nenhuma informação acerca do motivo de sua devolução. Apenas a cópia da frente do cheque foi juntada, sem que o verso do documento estivesse presente nos autos, razão pela não foi possível aferir o motivo que ocasionou a devolução do respectivo título de crédito.

“Em outras palavras: não há nos autos qualquer documento probatório contundente que evidencie que a devolução do referido cheque teria sido motivado em razão da ausência de fundo. É cediço que a conta bancária de uma câmara municipal está sujeita a inúmeras ocorrências, como, por exemplo, o bloqueio de numerários em razão de determinações judiciais, de forma que, não encontrando-se nos autos documento hábil a indicar o motivo pelo qual decorreu a devolução do título de crédito, não há como sustentar a tese de falta de fundos na referida conta bancária e, portanto, não há como imputar ao demandado a pecha do mal gestor e desleal administrador do dinheiro público”, explica a sentença.

A dívida deixou de ser quitada por opção do própria do beneficiário, o qual, aparentemente por rixa política, negou-se a devolver o cheque em troca do valor, ao argumento de imperiosidade da atualização monetária. “Deveras, o próprio presidente da Câmara afirmou que outros cheques – que também haviam voltado teriam sido pagos, sem qualquer intercorrência, o que não se verificou na situação do vereador, tendo em vista a sua negativa de devolução para a respectiva compensação”, ressalta a decisão.

“Por seu turno, devo anotar que a mera devolução de um cheque não é suficiente para caracterizar a prática de um ato de improbidade administrativa. Não há, repita-se, na narrativa ministerial, qualquer documento que aponte para o dolo ou culpa do agente político”, finaliza a sentença.

Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 0000536-93.2012.8.20.0119
TJRN

Rafael Motta alerta para aumento das mortes no RN divulgado em Atlas da Violência

Em pronunciamento feito na noite desta quarta-feira (6), o deputado federal Rafael Motta (PSB) alertou para o aumento da violência no Rio Grande do Norte apontado pelo Atlas da Violência, documento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com o Atlas, o estado saiu da terceira menor taxa de homicídios do país, em 2006, para a terceira maior, em 2016.

O parlamentar citou em seu pronunciamento que houve um crescimento de 256,9% na taxa de homicídio para cada 100 mil habitantes, feito apontado no estudo como o maior do país.

Em sua fala, Rafael Motta lembrou o caso do lutador de MMA potiguar Luiz de França Sousa Trindade, assassinado a tiros de pistola em 2014 e cuja história foi relembrada em matéria do jornal “O Estado de São Paulo”, onde a mãe da vítima desabafou: ”Eu fui uma vítima direta da violência. Não há mais saída. Como mãe, eu vi meu filho ser morto”.

À frente da Secretaria da Juventude da Câmara dos Deputados, Motta destacou também que o “Rio Grande do Norte teve a segunda maior taxa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos”. De acordo com o documento, são 125,6 a cada 100 mil habitantes nessa faixa etária. A maioria é formada pelos homens.

Rafael Motta defendeu “que se tenham políticas de segurança unificadas”. “Não podemos deixar que a violência seja algo migratório e que seja enfraquecida a cada dia”, afirmou.