Em meio a um cenário de tensão crescente no Oriente Médio, o secretário de Planejamento de Natal, Vagner Araújo, relatou os impactos vividos por quem está em Israel após o ataque do país contra o Irã, ocorrido na madrugada desta sexta-feira (13). Hospedado nas proximidades de Tel Aviv, Araújo está em viagem oficial desde o dia 10 de junho, participando de uma agenda internacional voltada à inovação urbana, segurança cidadã e cidades inteligentes.
Segundo ele, as autoridades israelenses determinaram a suspensão de atividades não essenciais e recomendaram que todos permaneçam em casa. “Estamos hospedados em um campus universitário, e aqui tem um abrigo no subsolo. Toda vez que toca a sirene ou recebemos mensagem de alerta no celular, devemos ir imediatamente para o abrigo e aguardar até que digam se podemos sair. Recebemos esse aviso hoje às 3h da madrugada e ficamos lá por uns 40 minutos”, contou.
Desde a chegada da delegação brasileira a Israel, a orientação tem sido clara: todos devem conhecer previamente os abrigos disponíveis nas localidades em que estiverem. “Faz parte da rotina eles receberem esses alertas de aviso e todo mundo tem que se dirigir para o seu abrigo”, explicou Vagner.
A situação, no entanto, pode se agravar. Com o espaço aéreo israelense fechado por pelo menos 48 horas e sem perspectiva de reabertura imediata, a possibilidade de retorno da comitiva brasileira ao país de origem está sendo discutida. Segundo Vagner, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que também integra a comitiva, entrou em contato com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para relatar o cenário e pedir apoio para uma eventual retirada da delegação brasileira por meio de uma aeronave do governo federal.
“Quando isso acontece, as companhias aéreas internacionais não operam. Mesmo que o espaço seja reaberto, elas levam um tempo para voltar a operar no país. Então acreditamos que, pela tensão que se estabeleceu com esse ataque contra um país como o Irã, não acreditamos que a operação de voos vá ocorrer nos próximos dias. O prefeito pediu ajuda para ver a possibilidade de, a partir de amanhã, se a situação não se acalmar, conseguir um avião do governo brasileiro para enviar a delegação de volta”, afirmou o secretário.
Em resposta ao ataque israelense, o exército do Irã lançou mais de 100 drones contra o território israelense. “Ouvimos barulho como se fossem explosivos, mas com um som distante. Nada aqui perto. A informação é de que o ‘Domo de Ferro’, como é denominada a defesa antimíssil de Israel, abateu 90% dos artefatos que o Irã lançou nesta manhã”, relatou.
Apesar do clima de insegurança, a delegação segue acompanhando as orientações das autoridades locais e mantendo contato com representantes do governo brasileiro, à espera de uma definição sobre os próximos passos.
Com informações da Tribuna do Norte