16 de setembro de 2024

Descaso: Pacientes vão à Justiça contra gestão Taveira para conseguir exames e remédios


O descaso da gestão do prefeito Rosano Taveira com a saúde pública de Parnamirim tem obrigado pacientes a recorrer à Justiça para conseguir realizar exames e ter acesso a medicamentos.

Nas últimas semanas, a Justiça tem aceitado pedidos de pacientes e obrigado a gestão municipal a fornecer os serviços para os usuários, ameaçando até bloqueio de contas para pagar procedimentos na rede privada.

Veja alguns casos que foram parar na Justiça só de agosto até aqui:

1. Realização de mamotomia para paciente com suspeita de câncer

Em um dos casos, no dia 12 de agosto, a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RN determinou, por unanimidade, que a prefeitura forneça um exame de mamotomia para uma senhora que teve o procedimento negado pela gestão de Taveira.

A mamotomia é uma espécie de biópsia para rastrear possível caso de câncer de mama.

Um laudo juntado no processo aponta que “a demora na realização do exame poderá agravar o estado de saúde do paciente”, “poderá impedir a realização de procedimento cirúrgico necessário ao tratamento” e “a demora por prazo superior a 6 meses poderá acarretar dano irreparável ou de difícil reparação à saúde ou à vida do paciente”.

As informações estão disponíveis no processo de número 0802665-84.2024.8.20.0000.

2. Colonoscopia com polipectomia e biópsia para paciente com pólipo intestinal

Na mesma sessão de julgamento, a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RN determinou que a prefeitura forneça a um paciente o exame chamado de colonoscopia com polipectomia e biópsia.

O senhor teve o exame negado pela gestão de Taveira mesmo sofrendo de sintomas graves, tais como dores abdominais, associados à presença de pólipo intestinal, cuja natureza ainda está sob investigação, tendo seu médico assistente indicado a realização imediata do exame.

No julgamento, o relator do processo escreveu o seguinte: “Logo, o Poder Público não pode se furtar ao dever de prestar efetiva assistência à saúde dos cidadãos, sendo que o direito à saúde e à integridade física deve se sobrepor aos formalismos adotados na disponibilização de tratamento ou de medicamento.”

Os detalhes estão disponíveis no processo de número 0805123-74.2024.8.20.0000.

3. Remédios para tratar fibromialgia

Em outro caso julgado no mês passado, a 2ª Câmara Cível do TJRN determinou que a prefeitura de Parnamirim forneça a uma paciente com fibromialgia os seguintes remédios: duloxetina 60mg e pregabalina 150mg.

A relatora do caso, desembargadora Sandra Elali, escreveu em seu voto que, caso o pedido não seja atendido, há “risco de lesão grave ou de difícil reparação, que decorre do próprio risco à vida da recorrente”.

Os detalhes estão no processo de número 0803612-41.2024.8.20.0000.

4. Exame para paciente com lesão no cólon

Em uma decisão do início deste mês, a 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Parnamirim bloqueou um valor das contas da Prefeitura de Parnamirim para pagar a realização de um exame em uma clínica privada.

A referida paciente tem uma lesão no cólon “com risco de transformação maligna”. Segundo laudo médico, ela precisava realizar uma “colonoscopia com mucosectomia” – o que foi negado pela gestão de Taveira.

Ao proferir a decisão, a juíza Tatiana Lobo Maia escreveu que o Estatuto do Idoso é claro ao determinar que “a garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social é tarefa dos órgãos governamentais federais, estaduais e municipais (…) Portanto, é tarefa do Estado prestar essa garantia.”

Veja os detalhes no processo de número 0806383-43.2024.8.20.5124.

Juiz barra candidatura de ex-vereador Júlio Protásio por condenação por corrupção

Ex-vereador de Natal Júlio Protásio, que é candidato a um novo mandato nas eleições deste ano pelo MDB – Foto: Reprodução

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte indeferiu o registro da candidatura de Júlio Protásio (MDB) a vereador de Natal, com base na Lei da Ficha Limpa. Em sentença publicada nesta segunda-feira (16), o juiz Jessé de Andrade Alexandria, da 4ª Zona Eleitoral, entendeu que o ex-vereador ainda está inelegível por ter sido condenado por corrupção passiva na Operação Impacto.

A Operação Impacto foi uma investigação que apurou um esquema em que vereadores teriam recebido vantagens indevidas para votar a favor de interesses privados na revisão do Plano Diretor em 2007. Na época, Júlio Protásio era vereador de Natal.

A sentença penal condenatória contra o ex-vereador transitou em julgado em outubro de 2021 – logo, Júlio Protásio está inelegível pelo prazo de oito anos após essa data.

Em abril de 2024, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu decisão reconhecendo a “prescrição da pretensão punitiva” da ação da Operação Impacto, beneficiando réus como Júlio Protásio, mas isso não foi considerado o suficiente pelo juiz da 4ª Zona Eleitoral.

O juiz da 4ª Zona Eleitoral concordou com a tese do MP de que Mendonça tomou decisão equivocada e que não se aplica para livrar o candidato da inelegibilidade. Pelo argumento do MP, não caberia prescrição da aplicação da pena de Protásio, já que ela transitou em julgado dentro do prazo previsto em lei.

“A coisa julgada material é antes um estado permanente, imutável, imodificável, não passível de alteração nem mesmo pela lei, não se considerando, para reconhecê-la, qualquer pendência sujeita ao processamento ou julgamento de um recurso”, escreveu o magistrado.

“Assim, a LC 64/90 encerra uma prescrição lógica e irrefutável: em havendo sentença condenatória (ou acórdão de igual jaez), o réu é inelegível pelo prazo fixado na referida lei. O objeto da norma é a proteção da democracia, assim como a defesa da probidade e moralidade administrativas para o exercício do mandato eletivo. Por conseguinte, em relação a qualquer outro âmbito jurisdicional este Juízo Eleitoral não poderia limitar o alcance do habeas corpus concedido ao candidato; entretanto, no âmbito eleitoral, este órgão jurisdicional está obrigado a reconhecer a coisa julgada material, que de fato ocorreu, e, por conseguinte, a plena conexão desse ato jurídico perfeito à norma legal do art. 1º, I, e, nº 1, da LC 64/90, bem assim a subsunção a esta dos fatos que a coisa julgada embasa, reconhecendo a inelegibilidade de JÚLIO HENRIQUE NUNES PROTÁSIO DA SILVA”, afirmou o magistrado.

Portal da 98 FM

Pedido de tropas federais é aceito pelo juíz eleitoral de São Gonçalo

O juíz da 51ª Zona Eleitoral, Odinei Draeger, deferiu o pedido de tropas federais para reforçar a segurança pública durante as eleições deste ano em São Gonçalo do Amarante.

O magistrado acatou o parecer do Ministério Público Eleitoral que foi favorável a solicitação feita pela coligação “São Gonçalo Melhor e Mais Feliz”. Agora o pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgará o pedido que foi feito após uma escalada de situações de violência política que preocuparam o candidato a prefeito, Jaime Calado, e seus aliados.

Onda de violência política

Um advogado da coligação e sua família sofreram ameaças. Residências da zona rural e da zona urbana foram vandalizadas com adesivos de candidatos rasgados e pichações com o número 13. Uma faixa, na comunidade de Coqueiros, foi cortada por pessoas com facas durante a madrugada. Um caso de intimidação realizado por um secretário e braço direito de Eraldo foi registrado contra uma candidata a vereadora e apoiadores no Centro da cidade. Além da situação mais grave que aconteceu com o empresário e líder político, Berg Guajá, vítima de uma tentativa de homicídio.