Gravações telefônicas flagraram Salatiel em “diálogos comprometedores”, afirma MP
O candidato do PL a prefeito de Parnamirim, Salatiel de Souza, foi flagrado em gravações telefônicas mantendo “diálogos comprometedores” na época em que era vereador de Natal. Essas gravações foram usadas pela Justiça como provas para condenar Salatiel por corrupção passiva dentro da Operação Impacto.
As informações acima são da promotora Juliana Limeira Teixeira, dentro de uma ação que ela ingressou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) para barrar a candidatura do comunicador nas eleições deste ano.
Para a representante do Ministério Público Eleitoral, como foi condenado por corrupção passiva, Salatiel precisa aguardar oito anos após a execução da pena para voltar a ficar elegível – o que ainda não ocorreu. Ela questiona a validade da decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a “prescrição da pretensão punitiva” da Operação Impacto.
No recurso ao TRE-RN, apresentado após a 1ª instância da Justiça Eleitoral deferir o registro da candidatura de Salatiel, a promotora detalha como a investigação aconteceu e dá detalhes sobre o envolvimento do ex-vereador de Natal no suposto esquema.
Juliana Limeira escreveu que a investigação da Operação Impacto foi “conduzida de maneira rigorosa e criteriosa”, revelando que Salatiel, “no exercício de seu mandato de vereador, aderiu a um conluio criminoso com o objetivo de beneficiar interesses privados em detrimento do interesse público”.
“As provas coligidas foram robustas e incontroversas, destacando-se especialmente as interceptações telefônicas autorizadas judicialmente. Nessas interceptações, o recorrido Salatiel foi flagrado em diálogos comprometedores que evidenciaram sua participação no esquema, aceitando vantagem indevida para votar de acordo com os interesses de um grupo de empresários do setor imobiliário e da construção civil”, escreveu a promotora.
Operação Impacto
A Operação Impacto foi uma investigação que apurou um esquema em que vereadores teriam recebido vantagens indevidas para votar a favor de interesses privados na revisão do Plano Diretor em 2007. Na época, Salatiel de Souza era vereador de Natal e foi condenado a 3 anos e oito meses por corrupção passiva.