Com data marcada para hoje (24) às 14h, no Holiday Inn Natal, o PSB reunirá seus filiados, simpatizantes e grandes nomes da sigla para realizará seu Congresso Estadual. Várias lideranças nacionais e estaduais do Partido estarão presentes.
O Congresso será comandado pelo presidente estadual do PSB, o deputado federal Rafael Motta. Já confirmaram presença o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira; o deputado federal e pré-candidato ao governo do RJ, Marcelo Freixo; e o deputado federal e pré-candidato ao Senado também pelo RJ, Alessandro Molon.
Homenagem póstuma foi recebida pela filha da ex-governadora, Márcia Maia, em solenidade no plenário do Senado Federal, nesta quarta (23).
Por indicação da senadora Zenaide Maia (PROS – RN), a ex-governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, foi homenageada, in memoriam, com o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, concedido pelo Senado Federal a personalidades com notáveis contribuições para o avanço dos direitos da mulher e da cidadania. A premiação foi recebida por uma das filhas de Wilma, a ex-deputada estadual e atual presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte, Márcia Maia, em sessão solene nesta quarta-feira (23). “Há quatro anos, minha mãe nos deixou, mas ela vem sendo sempre lembrada como referência para as mulheres do Rio Grande do Norte e para todas nós. Uma mulher perseverante, que enfrentou muitos preconceitos, mas foi extremamente forte e se tornou a primeira mulher governadora do estado, destacando-se no combate à pobreza rural e no trabalho social”, declarou Márcia, em sua fala de agradecimento.
A trajetória política de Wilma, marcada por feitos pioneiros, foi relembrada por Zenaide: “[Wilma] foi a primeira mulher prefeita de Natal, três vezes eleita para a prefeitura da capital do Rio Grande do Norte. Também foi a primeira deputada federal do estado, deputada Constituinte; além de ser a primeira mulher governadora do estado, e por duas vezes! Fez toda a diferença no nosso estado e no país!”, enfatizou a senadora, em seu discurso de entrega do Diploma, no qual também saudou a presença de Márcia e Cíntia, representando a família de Wilma, no plenário do Senado. A senadora fez um apelo para a maior participação feminina na política. “Mulheres brasileiras, vamos ocupar os espaços de poder para fazer uma diferença real na vida das mulheres e dos grupos que mais precisam!”, finalizou.
Neste ano, o Prêmio Bertha Lutz completou vinte anos de existência e foi concedido a outras 20 mulheres, entre elas, a pneumologista Margareth Dalcolmo; a médica, ativista e diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck; a historiadora e cientista política, Heloísa Starling; e a empresária Luiza Trajano. A solenidade contou com a presença da farmacêutica Maria da Penha Fernandes, símbolo da luta contra a violência doméstica, agraciada com o Diploma Mulher-Cidadã em 2005.
A trajetória da Guerreira
Wilma Maria de Faria nasceu em 17 de fevereiro de 1945, em Mossoró. Casou-se aos 17 anos com Lavoisier Maia e teve quatro filhos: Ana Cristina, Márcia, Lauro e Cíntia. Foi professora, especialista em Sociologia e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em 1979, quando primeira-dama do Rio Grande do Norte, coordenou o Programa Nacional do Voluntariado (PRONAV), assumiu a presidência da Legião Brasileira de Assistência (LBA) no estado, presidiu a APAE e criou o Movimento de Integração e Orientação Social (MEIOS). Em 1983, assumiu a Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social.
Em 1986, foi eleita deputada federal na Assembleia Constituinte. Sua atuação em defesa dos direitos sociais e da classe trabalhadora fizeram-na figurar entre os “Deputados nota 10”, distinção concedida pelo Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares (DIAP).
Wilma foi eleita por três vezes prefeita de Natal: em 1988 (sendo a primeira mulher prefeita da capital potiguar); em 1996 e em 2000. Em abril de 2002, deixou a prefeitura para disputar o governo do estado. Eleita com expressiva votação, tornou-se a primeira mulher governadora do Rio Grande do Norte, em 2003. Em 2006, foi reeleita para o cargo, em outro feito pioneiro para as mulheres potiguares.
Na eleição de 2012, Wilma foi eleita vice-prefeita de Natal, na chapa com Carlos Eduardo. Em 2016, foi eleita vereadora da capital potiguar, seu último cargo político. Faleceu em 15 de junho de 2017, aos 72 anos, em decorrência de um câncer no sistema digestivo.
Por sua luta e trajetória política, Wilma de Faria ficou conhecida como “Guerreira”.
Legado para o Rio Grande do Norte
Foram muitos os feitos de Wilma de Faria em suas gestões à frente do Governo do Rio Grande do Norte, como a instalação da primeira Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no campus de Caicó; a duplicação da Avenida das Fronteiras e da Itapetinga; o Pórtico dos Reis Magos; a drenagem e pavimentação de mais de duas mil ruas; a urbanização da Avenida Rio Branco e a construção do Corredor Cultural; a construção e recuperação de 1.800 casas populares; a Central do Cidadão, na Zona Norte; a recuperação e ampliação do Centro de Reabilitação Infantil; entre outras obras. Wilma de Faria também foi responsável pela instalação dos primeiros parques eólicos, a implantação da Usina Termoelétrica do Vale do Açu (Termoaçu), e das termoelétricas Potiguar 1 e 3; assim como pela viabilização da Refinaria Clara Camarão. Houve, ainda, investimentos importantes nas áreas de bioenergia, energia solar, infraestrutura de transmissão e cooperações socioambientais.
Em 2018, foi realizada uma pesquisa Ibope/Tribuna do Norte e Wilma de Faria foi apontada como “a melhor governadora dos últimos 30 anos”.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), anunciou nesta quarta-feira (23), pelas redes sociais, a primeira mudança no seu secretariado em função das eleições de 2022.
Com a saída de Fernando Mineiro para concorrer a deputado federal pelo PT, a gestão do programa “Governo Cidadão” agora ficará por conta do secretário estadual de Infraestrutura, Gustavo Coelho, que passará a acumular as duas funções.
Ao PORTAL DA 98 FM, Mineiro disse que deixará o cargo em 31 de março, dois dias antes do prazo limite para desincompatibilização.
Nos próximos dias, outros quatro secretários também devem deixar os cargos para disputas as eleições: Carlos Eduardo Xavier (Tributação), Jaime Calado (Desenvolvimento Econômico), Pedro Lopes Neto (Controladoria-Geral do Estado) e Júlia Arruda (Mulheres, Juventude e Igualdade Racial).
Umas das gestões que sempre temos acompanhado e vem desenvolvendo um verdadeiro avanço, é a gestão Sonyara e Nildo, em Lagoa de Velhos. Basta acompanhar as redes sociais da prefeitura e conferir o que estamos dizendo. Em parceria com o mandato do deputado Tomba Farias e o Ministro Rogério Marinho, o município de Lagoa de Velhos irá dá início às obras de um dessalinizador, o investimento é de R$ 280 mil.
O equipamento vai contribuir com o desenvolvimento do município, levando água de qualidade onde hoje não tem. “Trata-se de uma grande obra, que vai ajudar Lagoa de Velhos nas questões referentes ao abastecimento de água. Estamos felizes com esse investimento, torcendo que se inicie o quanto antes“, afirmou a prefeita Sonyara Ribeiro.
Programa Auxílio Brasil/ Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
Os beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 4 recebem hoje (23) a parcela de março do Auxílio Brasil. O valor mínimo do benefício é R$ 400. As datas seguirão o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês.
O beneficiário poderá consultar informações sobre datas de pagamento, valor do benefício e composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e o Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. No início do ano, 3 milhões foram incluídas.
Empresas de ônibus já devolveram 24 linhas desde o início da pandemia. Elas alegam ser impossível suportar os custos da operação /Foto: Adriano Abreu
A isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) prometida pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB) aos empresários do transporte público não é suficiente para o retorno das linhas devolvidas e tampouco para resolver a crise do setor, segundo avalia o consultor técnico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn), Nilson Queiroga. O Seturn também cobra a atualização da planilha que calcula os custos do sistema de transportes de Natal, que estaria defasada, segundo o sindicato. A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) vai fazer cálculos do custo do sistema e apresentar aos empresários em 15 dias.
Queiroga justifica a posição do Seturn com base em cálculos feitos pela STTU para listar os custos, feitos em dezembro, num ofício enviado ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT 21ª região) para resolução do imbróglio entre sindicato e motoristas, que estavam em greve cobrando reajuste salarial. Para Queiroga, o cálculo da planilha feito em dezembro precisa ser atualizado em virtude do reajuste do óleo diesel e do salário dos motoristas.
“A solução é subsídio. O ISS é só R$ 0,25. De R$ 5,08 (cálculo da STTU) menos esse valor, dá R$ 4,80. Estamos recebendo R$ 3,90, porque na tarifa dos R$ 4,00 a gente paga ao motorista para ele receber (dupla função de cobrador)”, aponta o consultor.
A titular da STTU, Daliana Bandeira, disse à TRIBUNA DO NORTE que o acordo dos empresários com o Governo do Estado que garantiu isenção de 18% no ICMS em dezembro de 2021, é suficiente para o não reajuste da tarifa em Natal. “Vamos fazer o cálculo tarifário do sistema atual, com a questão dos 100% da frota e teremos nova reunião em 15 dias. Não se fala em reajuste até porque quando foi concedida a isenção do Governo do Estado isso estaria vinculado a um não reajuste. A isenção do ISS será na sua totalidade”, disse Bandeira, acrescentando que os reajustes do diesel serão levados em conta no cálculo.
Em 2021, a Prefeitura do Natal concedeu a isenção fiscal do ISS para o transporte público em 50%. A partir de julho do ano passado, a isenção foi de 100%.
Enquanto isso, mais quatro linhas de ônibus deixaram de funcionar em Natal na última segunda-feira (21). Segundo informações da assessoria de imprensa da STTU, as linhas foram devolvidas pelas empresas concessionárias do transporte público de forma unilateral.
As linhas em questão são: 68 (Alvorada – Parque das Dunas), 33B (Planalto – Lagoa Seca), 76 (Felipe Camarão – Parque das Dunas) e 593 (Circular Residencial Redinha).A STTU afirmou que está tentando reverter a situação.
O descumprimento da decisão de colocar na rua 100% da frota já levou as empresas de ônibus a 107 mil autuações da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU). Este é o instrumento que a titular da pasta, Daliana Bandeira, disse que é possível utilizar nesse caso, no qual as empresas alegam não ter condições de cumprir a decisão proferida há mais de um ano, no inicio de março de 2021, pelo do Tribunal de Justiça (TJRN), desembargador Vivaldo Pinheiro, para o restabelecimento de 100% da frota de ônibus. O magistrado atendeu a um recurso da Defensoria Pública e do Ministério Público do Rio Grande do Norte reconsiderando uma decisão anterior do próprio TJRN e restaurando as obrigações determinadas pela 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal.
“Essa decisão não foi cumprida, como todo mundo pode ver e foi declarado pelo Seturn quando, na época, responderam à secretaria que não teriam condições de manter aquela operação. O que a secretaria tem feito desde então é tentar dialogar para garantir o serviço que a população precisa e continuar fiscalizando, mas como se sabe, a decisão não foi cumprida. Algumas linhas foram devolvidas, outras param de operar nos domingos e feriados, algumas viagens programadas nas ordens de serviço não são executadas”, explicou Daliana Bandeira.
ICMS
O Governo do Rio Grande do Norte anunciou, no final de dezembro, a prorrogação da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre o diesel usado como combustível para o transporte público urbano de Natal e da região metropolitana.
O Estado condicionou a medida ao não aumento das tarifas e ao retorno do circular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte de forma gratuita.
Na semana passada, Nilson Queiroga afirmou que o aumento da tarifa foi descartado porque a manutenção do preço da passagem foi uma das condições estabelecidas pela governadora Fátima Bezerra (PT) para renovar a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel, que beneficia o setor. O ICMS do diesel foi zerado em abril de 2021 e assim permanecerá até 31 de dezembro de 2022, conforme decreto estadual. A outra possibilidade seria um subsídio para as empresas. Em outras palavras, a medida funcionaria como pagamento de parte do valor do bilhete pelo Município para que o passageiro não arcasse com o aumento.
Linhas devolvidas são deficitárias, diz Seturn
A respeito das 24 linhas devolvidas à STTU durante a pandemia do coronavírus, o consultor técnico do Seturn disse que o custo dessas linhas é de R$ 8,50/km rodado, tendo uma arrecadação de R$ 4/km rodado. Aliado a isso, justificou as devoluções com a crise do setor.
“São linhas extremamente deficitárias, em cima de outras. Não está fazendo falta à cidade. Em alguns pontos, eu disse ao prefeito, precisa de um ajuste que a STTU é pra fazer com transporte alternativo, que são 20, 10 pessoas, e não 100 pessoas para 100 ônibus”, falou.
“As empresas, para sobreviver, estão soltando onde dá prejuízo para ver se escapa, não se sabe até quando”, disse.
Sobre o retorno de 100% da frota, alvo de judicialização e decisão do Tribunal de Justiça do RN (TJRN) de março de 2021, o representante do Seturn, ao alegar os 107 mil descumprimentos citados pela STTU, disse que não há demanda que justifique o retorno da frota.
“Recebíamos R$ 3,90 quando o total de passageiros, em maio de 2019, era quase 50% maior do que atualmente. Hoje não existe essa realidade”, aponta. Queiroga mostra planilhas da STTU informando que, em 2019, a quantidade de passageiros/mês era de 5.175.096, e atualmente, é de 3.144.095.
O ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se encontraram em evento promovido pelo Grupo Prerrogativas, em dezembro de 2021 – crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação
Aos 76 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se aproxima da reta final do período pré-eleitoral liderando as principais pesquisas de intenção de voto para a disputa presidencial deste ano. Conhecido por boa parte do eleitorado brasileiro, o petista ainda não anunciou oficialmente sua candidatura, mas já vem dando os primeiros sinais de qual “Lula” deverá disputar a Presidência da República.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que o “Lula” de 2022 é mais parecido com o que venceu as eleições de 2002 do que com as versões do petista em 1989, 1994, 1998 e 2006, ano em que foi reeleito.
Eles avaliam que Lula dobra a aposta na imagem de político conciliador, retoma motes como “esperança” e “união” e o foco como geração de emprego. Eles afirmam, contudo, que com a polarização política e a rivalidade que se desenha com o presidente Jair Bolsonaro (PL), a tendência é que o petista incorpore menos o “Lulinha paz e amor” que ficou conhecido em 2002.
Reviravoltas e migração ao centro
O ano de 2002 é considerado um marco na construção da imagem de Lula como personagem político.
Em 1989, ele já havia passado por um mandato como deputado constituinte, mas ainda era visto como um político de esquerda que pregava ruptura com o sistema. Foi derrotado no segundo turno por Fernando Collor de Mello.
Em 1994, Lula continuou a se posicionar como um candidato de oposição, com forte apelo popular e discurso crítico em relação ao capital internacional, mas perdeu a disputa para Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que se beneficiou da popularidade trazida pelo Plano Real. Lula voltaria a perder em 1998.
Em 2002, ocorre a virada. Aconselhado pelo marqueteiro Duda Mendonça, Lula adotou o terno e a gravata e mudou o tom de seus discursos, se posicionando de forma menos radical em temas como a economia. Em vez de ruptura, o mote passou a ser “união”. Foi o início da fase conhecida como “Lulinha paz e amor”.
“A maior mudança foi entre 1989 e 2002. Ele mudou a forma de se vestir, forma de falar, de fazer os programas na TV. Em 1989, a ideia que se passava era a de que Lula era representante dos pobres do Brasil e que, por isso, tinha que ser eleito. Em 2002 era o representante de todos e que tinha a maior capacidade de lidar com os problemas do país. Era o Lula da União”, diz a pesquisadora do Wilson Center, em Washington, e professora da FGV, Daniela Campello.
Daniela afirma que o Lula de 2022 é, de certa maneira, uma reedição do Lula de 2002, mas com um viés ainda mais centrista do que o adotado em 2002.
Segundo ela, essa trajetória em direção ao centro fica evidente na possível formação de uma chapa tendo como vice o ex-tucano Geraldo Alckmin, antigo adversário político de Lula, que anunciou sua filiação ao PSB na semana passada. Eles se enfrentaram nas eleições presidenciais de 2006, vencidas por Lula.
Segundo ela, o movimento é semelhante à aliança com o empresário José Alencar, em 2002, que foi vice na sua candidatura.
Ela diz que, se em 2002, a escolha de Alencar foi uma sinalização direta aos empresários, em 2022, a opção por Alckmin seria uma forma de indicar um aceno de moderação tanto para os agentes econômicos supostamente mais temerosos em relação ao PT quanto para o eleitor mais à direita sem o qual não seria possível vencer as eleições.
“Em 2002, Lula fez um sinal ao empresariado, especialmente aos industriais, ao chamar o Jose Alencar. Agora, Lula está sendo ainda mais radical no seu centrismo do que foi em 2002. Abrir espaço para Alckmin é uma sinalização bem mais explícita da sua ida em direção ao centro”, explica.
A cientista política e pesquisadora Carolina Botelho, do Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e de Opinião Pública da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), também vê o Lula de 2022 mais próximo do de 2002 do que aqueles que disputaram as eleições de 1989, 1994 e 1998.
“O Lula de 2022 vem com uma agenda de governo que é bem mais parecida com a de 2002 do que com a de 1989. Esse (1989) era um período no qual o PT não dialogava com os eleitores mais ao centro. Agora, Lula volta a dialogar com esse eleitor de uma maneira direta”, afirma.
As semelhanças entre o Lula de 2002 com o de 2022 não param na tentativa de formar alianças, dizem as especialistas. Segundo elas, o petista volta a apostar em motes como “união”, “esperança” e “geração de empregos”.
“O contexto é parecido, embora haja diferenças importantes. Em 2002, também havia uma crise econômica, embora não houvesse uma tensão à ordem institucional como entendo que há hoje. O discurso que Lula adota agora é, novamente, o de unificação em meio à crise”, afirma Carolina.
Uma comparação entre o primeiro programa de TV do PT no horário eleitoral gratuito de 2002 e uma inserção do partido divulgada na terça-feira (22/3) reforça essa semelhança.
No primeiro, Lula aparece em uma sala de reunião cercado por antigos ícones do PT como a ex-presidente Dilma Rousseff, os ex-ministros Guido Mantega e Aloizio Mercadante e do seu então candidato a vice, José Alencar.
Em seu discurso, Lula foca na geração de empregos e começa dizendo que a crise pela qual o país passava era grave e que era preciso mudar os rumos da economia.
“Ou seremos capazes de produzir mais e fazer crescer a renda do povo fortalecendo a nossa economia, ou continuaremos andando para trás”, dizia Lula há 20 anos.
No vídeo divulgado na terça-feira (22/3), o foco no emprego é semelhante. Lula diz que, nos governos do PT, foram criados 20 milhões de empregos e promete “reconstruir” o país.
“O povo brasileiro precisa voltar a ter esperança de novo”, afirma.
Menos paz e amor
O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Rennó também acredita que a versão 2022 de Lula é mais próxima da de 2002 que da de outros anos. Ele, no entanto, pontua que a vertente “paz e amor” não deverá ser tão pronunciada quanto em outros momentos da trajetória política do petista.
Isso ocorrerá, segundo Rennó, por conta da forma de atuar do seu principal adversário, segundo as pesquisas de intenção de voto: Jair Bolsonaro.
“A disputa com Bolsonaro vai exigir posições mais firmes de Lula. Em 2002, ele enfrentou José Serra, mas a natureza do embate era diferente. Em 2006, ele foi atacado por conta do mensalão, mas ele era presidente. Não cabia ele ir para o ataque. Agora, Lula deverá ser atacado e o embate será muito acirrado. Não tem como se manter ‘paz e amor’ o tempo todo em um cenário tão polarizado”, explica Rennó.
Carolina Botelho diz que o embate com candidatos como Bolsonaro vai exigir uma postura mais “vigorosa” de Lula. Ela afirma, no entanto, que Lula deverá adotar um “mix” e modular seus discursos de acordo com o momento e o público numa estratégia de consolidar sua base e não afastar potenciais novos eleitores.
“Considerando a polarização, não tem como (Lula) não ser vigoroso no seu comportamento. Há um adversário (Bolsonaro) com um discurso muito fora do que se esperava na política. Eu diria que ele vai adotar um ‘mix’ dessas versões como estratégia para cooptar e seduzir o eleitor de cada grupo”, afirmou.
Contradições e negociação
Mas apesar dos sinais de que o Lula de 2022 acena vigorosamente ao eleitorado mais conservador, como explicar declarações recentes do ex-presidente nas quais ele defendeu a regulação da mídia e a revogação da reforma trabalhista aprovada durante o governo do ex-presidente Michel Temer?
Carolina Botelho afirma que os acenos de Lula ao chamado centro não significarão um abandono de bandeiras históricas do partido. Segundo ela, o PT ainda está negociando interna e externamente quais serão os discursos a serem adotados durante a campanha.
“Esse é o momento de negociação, mas esses dois pontos fazem parte da agenda do PT. É agora que eles estão decidindo o que vai ser jogado na mesa da campanha e o que vai ficar de fora”, explica.
Esse período de negociação tanto entre agentes do PT como com possíveis aliados faz com que, segundo Carolina Botelho, ainda seja difícil detalhar qual a imagem exata que Lula irá projetar nestas eleições.
“Ainda há muitos pontos a serem costurados tanto dentro quanto fora do PT. Como Lula aparece com alguma vantagem nas pesquisas, ele pode esperar um pouco mais para se posicionar. Além disso, a maior parte do eleitorado já o conhece. Essa definição de agenda não seria tão urgente”, explica.
Lúcio Rennó concorda com Carolina.
“As sinalizações ainda são relativamente prematuras. O grande movimento, de fato, é a provável aliança com Alckmin. A imagem exata que irá para as eleições ainda vai ser definida e será resultado das discussões internas, externas e do cenário político”, avalia.
Bilhetes de aposta da mega-sena./ Foto: Reprodução Tânia Rego/ Agência Brasil
A Mega-Sena sorteia na noite desta quarta-feira (23) um prêmio estimado em R$ 80 milhões. As seis dezenas do concurso 2.465 serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, na cidade de São Paulo.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelas redes sociais das Loterias Caixa. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.
De acordo com a Caixa, caso apenas um apostador acerte o prêmio da faixa principal, e aplique todo o valor na poupança, receberá R$ 400 mil de rendimento no primeiro mês.
Vacinação contra a covid-19 é a principal responsável pela queda/ Foto: Reprodução Tânia Rego/ Agência Brasil
O Brasil registrou queda de 60,4% na média móvel de óbitos por covid-19 desde o pico nas ocorrências causadas pela variante Ômicron. Segundo o Ministério da Saúde, o recuo foi de 895,36, em 18 de fevereiro, para 354,3, registrado na segunda-feira (21). A média móvel de casos caiu 77,7% desde o dia 5 de fevereiro, quando a pandemia atingiu a máxima histórica de casos, registrando média de 183 mil.
De acordo com a pasta, a vacinação contra a covid-19 é a principal responsável pela queda nos registros. Atualmente, 91,38% da população acima de 12 anos está vacinada com a primeira dose (D1) e 85,35% desse mesmo público está imunizada com a dose única ou com a segunda dose (D2).
Pesquisa da Universidade de Oxford indica que a vacinação aumenta em até 100 vezes a imunidade contra a doença. Até o momento, 41% do público vacinável tomou o reforço. Atualmente, 59,4 milhões de brasileiros estão prontos para o recebimento da dose de reforço, mas ainda não voltaram aos postos de vacinação. A mesma pesquisa indica 17,6 milhões de pessoas só receberam a primeira dose.
Vacinação
Ao todo, foram distribuídas 464,8 milhões de vacinas contra a covid-19. Dessas, 391,5 milhões de doses chegaram aos braços dos brasileiros como D1 e D2 – respectivamente 171,8 milhões e 153,7 milhões.
Na etapa da dose de reforço, 63,3 milhões de brasileiros acima de 18 anos, público-alvo dessa estratégia, receberam a proteção. Quanto ao público infantil, 8,9 milhões de crianças entre 5 e 11 anos tomaram a D1.
A decisão foi tomada em assembleia após um dia de protestos no Centro Administrativo para diminuir as distorções salariais entre a Polícia Militar, Civil e agentes penitenciários. Foto: Divulgação
Após reunião com a Secretaria de Segurança na tarde desta terça-feira (22), os policiais militares votaram para rejeitar a proposta feita pelo Governo do RN e continuar a mobilização em frente à Governadoria pela isonomia dos subsídios entre todas as forças de segurança.
A decisão foi tomada em assembleia após um dia de protestos no Centro Administrativo para diminuir as distorções salariais entre a Polícia Militar, Civil e agentes penitenciários. Diante da negativa da categoria, está marcada nova reunião com a Controladoria do Estado e Secretaria de Administração para esta quarta-feira (23), às 14h, para analisar nova oferta de correção.
Segundo a subtenente Márcia Carvalho, presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN), “a proposta oferecida pelo Governo não chega a ser considerável porque é um direito já conquistado pela categoria em 2019″. Na reunião, foi oferecido pelo Executivo estadual adiantar a última parcela do acordo feito há três anos, o que equivale a 4,58% dos 23% de reajuste indenizatório que seriam pagos em seis vezes até novembro de 2022.
Junto a isso, havia sido firmado que seriam concedidas correções no subsídio dos praças ao passo que aumentos fossem conquistados por outras forças de segurança – o que não foi cumprido e resultou em um distanciamento ainda maior entre os valores pagos. Em 2019, a diferença entre os subsídios era de R$851,00. Atualmente, o valor aumentou para R$1.463,59.