
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, 56 anos, diz que o debate sobre eventual derrubada do teto de gastos públicos deve ser feito só em 2022.
Para Marinho, o momento agora não é apropriado para fazer alguma alteração na regra, aprovada em 2016. Ele acredita que o período ideal para avaliar a eficácia dessa política será durante a campanha da próxima eleição presidencial, em 2022. No período eleitoral, segundo o ministro, a discussão sobre limitar investimentos públicos será importante “para que haja legitimidade em qualquer mudança”.
“É uma discussão que certamente vai levar em consideração a realidade da aplicação da regra do teto ao longo de 5 anos. O 6º ano será 2022. E se o teto cumpriu suas funções iniciais”, afirma.
Ministro do governo Bolsonaro desde fevereiro de 2020, Rogério Marinho deu entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, apresentador do Poder em Foco. O programa é uma parceria editorial do SBT com o jornal digital Poder360.
Marinho votou a favor da criação do teto, em 2016, durante a gestão Michel Temer (MDB). Na época, ele era deputado pelo PSDB. Segundo o ministro, esse foi o “antídoto necessário” diante da explosão da dívida pública por causa dos “equívocos” cometidos por Dilma Rousseff (PT). Ele diz que o país estava se endividando de forma “assustadora”.
“Até aquele momento, os orçamentos levavam em consideração as necessidades que o governo, a sociedade e a classe política colocavam –sem se preocupar com a receita para resolver a questão da despesa. É como se uma dona de casa precisasse comprar todos os meses R$ 1.000 de compras, mas só tivesse R$ 800. Esses R$ 200 [de diferença], que era a dívida, ia se acumulando mês a mês até inviabilizar a economia doméstica dela.”
Depois que a proposta de emenda à Constituição foi aprovada, ficou definido que os gastos do governo poderiam ser reajustados de acordo com a inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior. “Não é por acaso que agora temos uma taxa de juros de 2% ao ano. É a menor taxa da história do país, fruto desse freio de arrumação que foi dado na economia em 2016”.